O PENSADOR DA ALDEIA
por Paulo Jonas de Lima Piva
Na atual conjuntura política brasileira cabe ressaltarmos uma obviedade, ao que parece, esquecida, particularmente pelo governo Dilma e pelo PT: a grande mídia manipula e não manipula pouco. E os resultados dessa manipulação são eficazes e podem ser ideologica e politicamente irreversíveis.
Como já escreveram pela internet progressista e pelas redes sociais, acordar todo dia ouvindo a CBN ou a Band News depois de ter passado o final de semana ruminando a Veja, ler a Folha ou o Estadão enquanto se engole o pão de forma com requeijão, assistir depois do trabalho ao Jornal Nacional ou aos comentários toscos e bizarros dos especialistas do Jornal da Cultura, e depois de tudo isso ainda ir dormir com o William Waack, não há sanidade mental, inteligência e lucidez que aguentem. É muito difícil continuar a admirar o PT, a animar-se com o governo de Dilma e a simpatizar-se com Lula em meio a tanta lavagem cerebral, a tantas mentiras, distorções, factóides e envenenamento ideológico por meio de manchetes, capas, fotos, narrativas, imagens, locuções, opiniões de especialistas e pautas dirigidas. O bombardeio diário é massacrante. E como diz o ditado, "água mole em pedra dura tanto bate até que fura".
Lula não conseguiu democratizar os grandes meios de comunicação no país. Dilma menos ainda. Vontade política não faltou. Faltou sim força política. Acontece que não dá para ficar lamentando essa derrota enquanto o beneficiário dessa batalha perdida avança sobre o perdedor. A atividade partidária e mafiosa da grande mídia brasileira contra o governo Dilma, contra Lula e o PT ultrapassou todos os limites do suportável. Do estudante universitário que se acha politizado ao cobrador de ônibus mais esperto o avanço da epidemia de ódio contra o PT e Dilma é explícito. O besteirol antipetista penetra as cabeças e infectam os corações com uma rapidez impressionante, de modo que o PT e o governo Dilma precisam sair da defensiva. Em termos concretos, é preciso que o PT e o governo coloquem em prática uma outra política de comunicação, pois 2018 está próximo. Dito de outro modo, com as palavras de Emir Sader, "O governo não tem o direito de permitir que a mídia o massacre, colocando em risco o processo iniciado pelo Lula em 2003".
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