quinta-feira, 2 de abril de 2015

NOSSAS CRIANÇAS SÃO QUESTIONADORAS, SONHADORAS, FELIZES E TRANSPARENTES. UMA EDUCAÇÃO CASTRADORA NÃO PODE MUDAR SUA FORMA DE SER











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Senhores pais, avós, famílias, por favor não deixem que sua criança questionadora, que viaja muito, que é livre em suas manifestações, que conhecem e lidam democraticamente com os computadores, tablets, e todas as tecnologias disponíveis e que elas conhecem tão bem por menorezinhas que sejam, por favor, não deixem que as escolas as escravizem e as coloque para fora da sala de aula porque ela não aceita as imposições (e não estou falando de indisciplina!) que são colocadas e que elas já não estão habituadas a lidar porque o conhecimento delas vai além da banalidade de uma educação arcaica.

Encontrei a matéria que posto a seguir e que é de novembro de 2013 e foi publicada no Blog OUTRAS MÍDIAS, e ao ler, percebi que poderia, como foi, ter sido publicada hoje, falando de um tal Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, que as professoras tanto falam e ao chamar os pais para "conversar" sobre a criança, a primeira coisa que fazem é encaminhar para um psicólogo que, (alguns, claro)receitam essa tal RITALINA ou similar para que a criança se acalme a aprenda a não viajar nas suas fantasias, que se submetam às regras sem questionamento.


Não. Não aceito que nossas crianças sejam destratadas, destruídas, se tornem infelizes e sejam catalogadas com o tal TDAH porque elas são diferentes, são inteligentes, vivazes, felizes e acima de tudo transparentes. Não aceito hoje como nunca aceitei em toda minha vida e repudio quem assim trata um ser humano pequeno e desprotegido .


Não aceito o TDAH como não aceito que se imponha a uma criança, um determinado tipo de religião que provoque e permita a falta de respeito às pessoas que vivem de forma diferente, que permita o desrespeito aos negros, aos homossexuais, às famílias diferentes porque nõs estamos hoje atravessando uma turbulencia social transformadora e nós não podemos negar que existe. Podemos orientá-la e é  isso que nossa responsabilidade nos leva a fazer.


Não à RITALINA, não à falta de respeito às diferenças individuais, não ao racismo, à homofobia. Não à educação castradora. Se puder, por favor leia o artigo abaixo


maristela farias



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Com efeito comparável ao da cocaína, droga é receitada a crianças questionadoras e livres. Professora afirma: “podemos abortar projetos de mundo diferentes”
Por Roberto Amado, no DCM
É uma situação comum. A criança dá trabalho, questiona muito, viaja nas suas fantasias, se desliga da realidade. Os pais se incomodam e levam ao médico, um psiquiatra talvez.  Ele não hesita: o diagnóstico é déficit de atenção (ou Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH) e indica ritalina para a criança.
O medicamento é uma bomba. Da família das anfetaminas, a ritalina, ou metilfenidato, tem o mesmo mecanismo de qualquer estimulante, inclusive a cocaína, aumentando a concentração de dopamina nas sinapses. A criança “sossega”: pára de viajar, de questionar e tem o comportamento zombie like, como a própria medicina define. Ou seja, vira zumbi — um robozinho sem emoções. É um alívio para os pais, claro, e também para os médicos. Por esse motivo a droga tem sido indicada indiscriminadamente nos consultórios da vida. A ponto de o Brasil ser o segundo país que mais consome ritalina no mundo, só perdendo para os EUA.
A situação é tão grave que inspirou a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a fazer uma declaração bombástica: “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro”, disse ela em entrevista ao  Portal Unicamp. “Quem está sendo medicado são as crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras, e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de mil  anos atrás porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e pelas utopias. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível”, diz ela.
O fato, no entanto, é que o uso da ritalina reflete muito mais um problema cultural e social do que médico. A vida contemporânea, que envolve pais e mães num turbilhão de exigências profissionais, sociais e financeiras, não deixa espaço para a livre manifestação das crianças. Elas viram um problema até que cresçam. É preciso colocá-las na escola logo no primeiro ano de vida, preencher seus horários com “atividades”, diminuir ao máximo o tempo ocioso, e compensar de alguma forma a lacuna provocada pela ausência de espaços sociais e públicos. Já não há mais a rua para a criança conviver e exercer sua “criancice.
E se nada disso funcionar, a solução é enfiar ritalina goela abaixo. “Isso não quer dizer que a família seja culpada. É preciso orientá-la a lidar com essa criança. Fala-se muito que, se a criança não for tratada, vai se tornar uma dependente química ou delinquente. Nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona. E o que está acontecendo é que o diagnóstico de TDAH está sendo feito em uma porcentagem muito grande de crianças, de forma indiscriminada”, diz a médica.
Mas os problemas não param por aí. A ritalina foi retirada do mercado recentemente, num movimento de especulação comum, normalmente atribuído ao interesse por aumentar o preço da medicação. E como é uma droga química que provoca dependência, as consequências foram dramáticas. “As famílias ficaram muito preocupadas e entraram em pânico, com medo de que os filhos ficassem sem esse fornecimento”, diz a médica. “Se a criança já desenvolveu dependência química, ela pode enfrentar a crise de abstinência. Também pode apresentar surtos de insônia, sonolência, piora na atenção e na cognição, surtos psicóticos, alucinações e correm o risco de cometer até o suicídio. São dados registrados no Food and Drug Administration (FDA)”.
Enquanto isso, a ritalina também entra no mercado dos jovens e das baladas. A medicação inibe o apetite e, portanto, promove emagrecimento. Além disso, oferece o efeito “estou podendo” — ou seja, dá a sensação de raciocínio rápido, capacidade de fazer várias atividades ao mesmo tempo, muito animação e estímulo sexual — ou, pelo menos, a impressão disso. “Não há ressaca ou qualquer efeito no dia seguinte e nem é preciso beber para ficar loucaça”, diz uma usuária da droga nas suas incursões noturnas às baladas de São Paulo. “Eu tomo logo umas duas e saio causando, beijando todo mundo, dançando o tempo todo, curtindo mesmo”, diz ela.

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