sábado, 3 de julho de 2010

BOIS DE PARINTINS


A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS BOIS DE PARINTINS


A fábula do boi
As várias festas de boi-bumbá no Brasil recriam uma fábula rural. É a história de pai Francisco e mãe Catrina. Grávida, mãe Catrina tem desejo de comer língua de boi. Mas não de qualquer um, tem que ser do melhor boi da região. Assim, pai Francisco acaba arrancando a língua do melhor boi do seu patrão, que acaba morrendo. Furioso, o patrão vai atrás de Francisco e o prende. Um curandeiro ou padre ou médico ou pajé é chamado para salvar o boi. Com o boi curado e vivo, o patrão acaba perdoando Francisco.

Introdução
Luxuoso como os desfiles de Carnaval, épico como as lendas indígenas e tradicional com os bois-bumbás juninos, o Festival de Parintins é a principal festa folclórica da Amazônia. Durante três dias, no último final de semana de junho, duas agremiações disputam a melhor apresentação. São os bois Garantido e Caprichoso
A comemoração que começou tímida em 1913, tornou-se um festival em 1965 e, a partir dos anos 80, encheu-se de luxo graças a influência de carnavalescos como Joãozinho Trinta.
O festival mobiliza a cidade de Parintins (AM) antes e durante o festival. Os aproximadamente 50 mil habitantes da ilha que fica a 396 km de Manaus, às margens do rio Amazonas, vêem a população da cidade dobrar com os turistas que chegam de regatão (típico barco de passageiros com redes espalhadas pela embarcação).
A disputa, que antes se materializava em verdadeiras brigas de ruas, hoje é feita no bumbódromo, construído exatamente para esse fim. Mas a rivalidade está presente o ano todo na cidade. As casas são pintadas de acordo com o seu “boi do coração”. Assim, quem é Garantido pinta sua fachada de vermelho, quem é Caprichoso, de azul.
Das ruas de Parintins, aos poucos, o festival foi sendo levados para outros lugares. Primeiro regionalmente. Em Manaus, a toada, o ritmo que embala os grupos, é a música mais ouvida nas ruas, nas festas, nas rádios. O interesse nacional pelo festival foi crescendo graças a propaganda massiva do governo amazonenses. Grupos bregas como o Carrapicho levaram a música de Parintins para as rádios brasileiras. Outros músicos, como a cantora Fafá de Belém, também gravaram toadas.

Atualmente interessante mercadologicamente, o festival é patrocinada por várias empresas de grande porte. Em 2008, a Adidas criou um tênis com foco no festival com dois modelos diferentes: o azul e o branco. A Coca-Cola chega a mudar a cor das suas latas e banners, pintando seu secular logotipo com azul, para agradar tanto aos fãs do Caprichoso quanto aos do Garantido. Em 12 anos, a companhia investiu R$ 42 milhões no evento. Em 2008, a rede de TV Bandeirantes comprou por R$ 10 milhões os direitos de transmissão do festival.
A origem da festa do boi de Parintins
Que os adeptos do Caprichoso não chiem, mas foi o boi Garantido que surgiu primeiro. Foram só alguns meses antes do seu rival, ou “contrário” como falam em Parintins
Segundo os mais velhos, o menino Lindolfo Monteverde sonhou com um boi de pano que dançavam nas noites de São João usando as cores branca e vermelha, após ouvir as histórias de sua avó maranhense, estado onde já existia a tradicional festa. Em 13 de junho de 1913, o menino de 11 anos começou a brincadeira construindo o boi com curuatá, uma espécie de palmeira. No mesmo ano, os irmãos cearenses Raimundo, Pedro e Félix Cid cumpriram a promessa de repetir a tradição do boi-bumbá nordestino se conseguissem casa, comida e trabalho naquela pequena vila de Parintins, no interior da Amazônia, em plena época da exploração da borracha de seringueira. Promessa feita a São João Batista, promessa cumprida pela primeira vez em setembro de 1913. O boi dos irmãos Cid ganhou as cores azul e branca, graças a influência da marujada, outra tradicional representação folclórico do nordeste paraense e que acontece até hoje, com muitos menos pompa do que Parintins.
Foi também uma promessa que acabou perpetuando o boi Garantindo. Da simples brincadeira de criança, o boi virou coisa séria, quando aos 18 anos e viajando como recruta do exército Lindolfo adoeceu. Ele, então, prometeu também a São João, que se ficasse curado, iria manter a tradição até morrer.
O sentido religioso da festa foi mantido por vários anos com a ladainha antes da apresentação até se extinguir. A disputa entre os dois foi se acirrando e não era nada incomum violentas brigas durante a apresentação de um e do outro.
Em 1965, foi criado o festival. No primeiro ano, não houve disputa, apenas a apresentação de danças folclóricas. No ano seguinte, começou a contagem com a participação dos jurados. Caprichoso e Garantido se degladiaram na quadra junina. O tamanho do festival foi crescendo e em 1988 foi inaugurado o bumbódromo. A quadra, que tem o formato estilizado da cabeça de um boi, tem capacidade para 35 mil pessoas, com camarotes e uma divisão rigorosa de espaço para as duas torcidas. A partir de 2008, o espaço começou a ser reformado, o que deve durar cerca de três anos, com ampliação de camarotes e mais entradas para a platéia. Aliás, foi a criação do bumbódromo que ajudou a profissionalizar ainda mais a festa, que começou a receber influência clara dos carnavalescos cariocas na confecção da roupa, além de uma sistemática do festival. Essa política agressiva de divulgação fez com que os bois chegassem até a França. Em 1994, uma apresentação de bois encerrou o festival de Montreaux.
A festa do boi de Parintins
Durante os três dias de festival, os bois Garantido e Caprichoso revezam por cerca de três horas na arena do bumbódromo. São 3.500 representantes de cada lado. A apresentação se baseia na tradicional história do boi-bumbá (veja box), sendo a apoteose a morte do boi. Mas diferente dos bois de outros estados brasileiros, as fantasias, o tema das músicas e as coreografias têm forte influência indígena. O curandeiro que salva o boi é um pajé, as roupas dos participantes contam com cocares, penas e pinturas estilizadas no corpo.
Os blocos também mostram aspectos genuínos da cultura amazônica. Aparecem caçadores, caciques, regatões, canoas, misturando passado e presente, além das lendas amazônicas como a cobra grande, o boto, a matinta-pereira. Também é possível, por exemplo, ver temas de grande atualidade como as crianças que remam em suas canoas para pedir esmola aos passageiros dos grandes barcos que cruzam o rio Amazonas ou a figura do líder dos seringueiros Chico Mendes, assassinado no Acre em 1988. Como no carnaval, o boi tem uma porta-estandarte que leva a bandeira da agremiação. Há também o levantador de toadas que faz o mesmo papel do puxador do samba-enredo. A batucada, equivalente a bateria das escolas de samba, conta com 400 integrantes com muita percussão.
Outros personagens fixos das apresentações são:
Rainha do Folclore – que aparece junto com os blocos com figuras típicas do folclore regional.
Cunhã-poranga – cujo significado é mulher bonita, é a musa da agremiação.
Amo do Boi - é o fazendeiro do boi morto. Na alegoria de Parintins, tem a função de exaltar seu grupo e provocar o boi contrário com versos desafiadores.
Sinhazinha da fazenda – é a representante da cultura branca e européia. Costuma acariciar e dar sal ao boi.
Pai Francisco e Mãe Catrina – os condutores da trágica história do boi.
Boi-bumbá – é o mais importante representante do espetáculo, tem uma coreografia exclusiva.
Pajé – é o curandeiro.
Outro ponto importante nas apresentações é a participação da torcida ou galera. Meses antes, a torcida começa a aprender a coreografia do seu boi do coração e dança quando ele se apresenta. Por uma questão de respeito mútuo, durante a apresentação do boi concorrente toda a platéia do outro boi fica e deve ficar em silêncio. Essa manifestação, ou melhor, não manifestação também ajuda na pontuação.



PARINTINS 2010


BAR DO BOI 2010

COREOGRAFIA DO CAPRICHOSO

FESTIVAL DE PARINTINS GARANTIDO

GARANTIDO
LEVANTADOR DE TOADAS DAVID ASSAYA

2009

GARANTIDO 2010

LENDA UNHAMGARÁ GARANTIDO 2010

SWNTIMENTO CAPRICHOSO 2010

AMAZ^NIA CATEDRAL ´DAVID ASSAYAG
FESTIVAL 2010 CAPRICHOSO

GARANTIDO 2010

LENDA AYM=A´SUNHÊ

RITUAL GAVIÃO INKOLEN RITUAL XAMÂNICO CAPRICHOSO

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