Manifesto
Aos 70 anos de idade, José Dirceu de Oliveira e Silva mofa numa cadeia de Curitiba. Condenado sem qualquer prova, com base em ilações e conjecturas, pelo juiz de 1ª instância Sérgio Moro, há 23 anos de cadeia, ele vive silenciosamente seu calvário nas masmorras da Lava Jato.
Seu crime é ter dedicado toda a vida às boas causas do povo brasileiro. Isso a plutocracia do nosso país não perdoa. Dirceu paga o preço por ser um dos principais formuladores e executores de um projeto democrático-popular que por 13 anos contrariou os interesses da elite mais mesquinha do mundo.
Um dos expoentes do efervescente e combativo movimento estudantil do final dos anos 60, ele acabou preso no Congresso de Ibiúna, da UNE. Ao sair, ingressou na resistência armada à ditadura militar e teve que deixar o país rumo ao exílio. Voltou ao Brasil, vivendo na clandestinidade até a aprovação da anistia em 1979.
A partir daí colocou sua grande capacidade política a serviço da redemocratização do país e da construção do Partido dos Trabalhadores. Deve-se a Dirceu em grande medida a engenharia política que levou Lula à presidência pela primeira vez, com a vitória nas eleições de 2002. Ao sair da chefia da Casa Civil em 2005, tem início sua via crucis, vítima da ira da burguesia.
Apontado de forma leviana como o "chefe do mensalão", contra ele os poderosos não hesitaram em lançar mão até de teorias estranhas ao bom direito, como a "teoria do domínio do fato.". Com base nessa excrescência jurídica, a ministra Rosa Weber pronunciou a tristemente famosa frase : " Não tenho provas contra Dirceu, mas a doutrina me autoriza a condená-lo
Ainda cumprindo prisão domiciliar por conta da Ação Penal 470, foi preso pelo Lava Jato, afinal só quem pode prestar serviços de consultoria no Brasil são tucanos e assemelhados. Os responsáveis pela privataria tucana enriqueceram inclusive com essa atividade. Dirceu ousou trabalhar como consultor. A criminalização de seus serviços profissionais é mais uma investida infame dos adversários da democracia.
Também o ex-tesoureiro do PT, João Vacari Neto, está encarcerado há mais de um ano sem condenação definitiva e sem perspectiva de liberdade. A banalização da prisão preventiva, um grave atentado à presunção de inocência assegurada pela Constituição, tem caráter seletivo na Lava Jato, haja vista que tesoureiros de todos os partidos receberam contribuições de empresas para campanhas eleitorais, mas apenas as destinadas ao PT são criminalizadas.
Basta ! É hora de os que prezam o Estado de Direito Democrático conquistado a duras penas pela sociedade exigirem em alto e bom som o respeito às leis do país.
Liberdade para José Dirceu.
Washington Quaquá - presidente do PT-RJ
Vagner Freitas - Presidente Nacional da CUT
Fernando Morais - escritor - blog Nocaute
Luiz Carlos Barreto - cineasta
Reimont Otoni - vereador PT-RJ
Marcelo Rodrigues- presidente da CUT-RJ
José Antônio Garcia Lima - dirigente da CUT-RJ
Keila Machado - dirigente da CUT-RJ
Bepe Damasco - jornalista e blogueiro
Duda Quiroga - dirigente da CUT-RJ
Camila Melo - dirigente da CUT-RJ
Rodrigo Concli dos Santos - dirigente da CUT-RJ
Cláudio Jorge - militante político e agitador cultural
Fernando Nogueira - dirigente PCdoB
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