NOTA POLÍTICA
PREPARANDO O ESTADO PARA SOBERANIA - UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
Li este artigo/estudo escrito por Felipe Quintas, doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense, Gustavo Galvão, doutor em economia e autor de: “As 21 lições das Finanças Funcionais e da Teoria do Dinheiro Moderno (MMT)” e Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado
Em 2015 quando o jornalista Fernando Brito divulgou uma informação que o Brasil era dos países com mais de 2 milhões de km quadrados, 100 milhões de habitantes e PIB superior a 600 bilhões de dólares. Os outros eram Rússia, China, índia e Estados Unido e apenas o Brasil não possuia nem desenvolvia armas nucleares, nem exercia soberania na condução da Nação. Era quase uma Colônia, mas o que melhor dispunha de recursos naturais, terras abundantes, aquíferos, climas diversificados e minerais para SE DESENVOLVER DE MODO AUTÔNOMO.
Agora leiam e aceitem como verdadeiro, se assim o acharem, que a mais forte razão da incapacidade de o Brasil ser uma potência, reside no fato do longo e permanente tempo do regime de escravidão e submissão ao qual mais da metade da população brasileira foi e continua sendo mantida. Segundo Herbert Aptheker (Uma nova história dos Estados Unidos: a era colonial, tradução de Maurício Pedreira, Civilização Brasileira, RJ, 1967): “o ponto fundamental da contribuição da África ao desenvolvimento do capitalismo europeu e das colônias americanas – e do capitalismo estadunidense – não está no tráfico de escravos, por mais lucrativo que fosse. Está mais na escravidão, no trabalho forçado e gratuito de milhões de negros durante mais de dois séculos”.
Se você chegou pacientemente até aqui, pergunto: Vamos ter que aceitar para sempre, que a escravidão nos deixou esse povo indolente e de cabeça baixa? Reflita porque outros motivos segundo os autores, impediram, nos raros períodos de governos nacionalistas, a permanência de algumas conquistas fundamentais. No Governo Geisel, por exemplo, o Brasil desenvolveu, com pessoal, tecnologia e materiais nacionais, o hardware e o software da construção de minicomputadores. Hoje toda informática, tanto de equipamentos quanto dos sistemas, é importada de uma forma ou de outra.
Desde Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil, o governo foi estruturado de acordo com o Regimento Português de 1548, com um órgão para Fazenda e outros para a Justiça e para a Defesa, conduzidos pelo provedor-mor, pelo ouvidor-mor e pelo capitão-mor.
Para o atendimento psicossocial (educação e comunicação) veio o jesuíta Manuel da Nóbrega. Olhem bem que as Capitanias Hereditárias foram um fracasso, mas essa área do jesuíta, ficou privada, entregue à Igreja Católica, à Companhia de Jesus., os "soldados de Cristo", pivatizando a comunicação social que até hoje acompanha a história do Brasil.
ACOMPANHA ATÉ HOJE... VAMOS LÁ PARA ENTENDERMOS E FAZERMOS AS CORRELAÇÕES COM A SITUAÇÃO ATUAL.
A estrutura organizacional do primeiro governador, Tomé de Souza, se repete, com inclusão das relações exteriores, imprópria para a colônia formal, por todo período do Império.
1) Se nos EUA, ainda colônia, foi criada em 1635 a escola pública Boston Latin School e, no ano seguinte, fundada em Cambridge a Universidade de Harvard, no Brasil a educação passou todo período colonial sem qualquer importância, sendo terceirizada aos jesuítas até sua expulsão, em 1759, com a reforma administrativa do Marquês de Pombal.
2) Aos escravos era proibida qualquer instrução e os filhos dos senhores de terra, quando eram alfabetizados, seus mestres eram padres ou escravos muçulmanos. E estes futuros senhores iam para Portugal para receber a doutrinação colonizadora.
3) Apenas com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, foram abertas as primeiras escolas militares e a de medicina, esta na Bahia.
4) O primeiro Ministério da Educação e Saúde Pública surge com Getúlio Vargas.
E AÍ, PENSE BEM, SE VOCÊ CONSEGUIU LER ATÉ AQUI. COMO UM PAÍS DESCOBERTO EM 1500, em 1549 é fundada a primeira escola do Brasil, em Salvador, por um grupo de jesuítas, que também funda a segunda, em 1554, em São Paulo – a data marca também a fundação da cidade. Ensinava-se a ler, escrever, matemática e doutrina católica.
5 Por todo o século XIX e até a Revolução de 1930, o Brasil se inseriu como BASE PERIFÉRICA, primário-exportadora e importadora, das revoluções que deram nova feição às sociedades ocidentais: a I Revolução Industrial, meados do século XVIII – do carvão e das máquinas a vapor e mecânicas -, a Revolução Francesa, de 1789 a 1815 – da ascensão da burguesia e da nova estrutura de poder – e a II Revolução Industrial, início do século XX – da eletricidade e do petróleo.
6) Para a elite dirigente do Brasil, o País continuou uma colônia fornecedora de produtos primários para comercialização por empresas e estados estrangeiros, produtos sem os quais a acumulação capitalista nos centros seria bastante dificultada.
VAMOS COMEÇAR A ENTENDER O QUE ACONTECE COM QUE DEFENDE O BRASIL?
7) A elite paulista (lembram do PATO?) contra Getúlio Vargas foi o INCONFORMISMO COM A PRIORIDADE DADA À INDUSTRIALIZAÇÃO EM BASES NACIONAIS E O DESENVOLVIMENTO VOLTADO PARA DENTRO E, EM CONSEQUÊNCIA PARA QUE O BRASIL DEIXASSE DE "SER UM PAÍS EMINENTEMENTE AGRÍCOLA"
ALGUÉM NOTOU ALGUMA VEROSSIMILHANÇA ENTRE A PÓSIÇÃO INDUSTRIAL DE GETÚLIO E A POSIÇÃO SOCIAL DO LULA? E O ÓDIO QUE A ELITE SINALIZOU CONTRA GETÚLIO QUE SUICIDOU-SE E O ÓDIO CONTRA LULA QUE ESTÁ PRESO? VAMOS PARAR E PENSAR ATÉ PORQUE
8) VAMOS COMEÇAR A ENTENDER O QUE ACONTECE COM QUEM DEFENDE O BRASIL?
Os estudiosos dão destaque aos demais Presidentes, não vou fazer isso iria alongar demais, no entanto vou, aproveitando o estudo e até recortando, vou falar apenas de Prudente de Moraes e Campo Sales que dirigiram seus governos para os interesses políticos das grandes oligarquias agrárias, em especial a cafeeira. Podemos até dizer, com uma ponta de maldade, que o setor agrícola nacional não precisava de um Ministério, pois tinha a própria Presidência da República.
ALGUMA NOVIDADE OU MERA SEMELHANÇA?
HOJE O GOVERNO TEM O SILVIO SANTOS, O VEIO DA HAVAN, O FILÓSOFO DOIDO QUE NÃO É FILÓSOFO OLAVO DE CARVALHO, QUE JÁ DEU A SENHA E BOLSONARISTAS JÁ ESBOÇAM O RECRUDESCIMENTO DO REGIME RUNO A UMA DITADURA MILITAR-EVANGÉLICA, ALGUMAS IGREJAS EVANGÉLICAS NÃO DEVO DIZER TODAS, UMA MINISTRA MALUCA DO PÉ DE GOIABEIRA E NEM ADIANTA CITAR OS OUTROS, GENTE QUE NUNCA OUVIMOS FALAR MILITARES QUE ESTÃO DE BOCA FECHADA DIANTE DO ESCÁRNIO QUE ESTA NAÇÃO ESTÁ SOFRENDO, MINISTRO E PROCURADOR DESMORALIZADOS PELO GRANDE JORNALISTA GLENN GREENWALD, DO INTERCEPT, JORNALISTA, ADVOGADO CONSTITUCIONALISTA, AUTOR DE QUATRO LIVROS DENTRE OS MAIS VENDIDOS DO NEW YORK TIMES. NEM VOU FALAR MAIS.
Para encerrar encontro uma afirmação dos pesquisadores e autores do artigo, quando falam que"o desmonte que os aparatos estatais nacional-desenvolvimentistas e sociais sofrem hoje reflete o projeto político de desnacionalização dos centros decisórios do país e de aviltamento das condições de vida da população, em favor da financeirização subordinada aos eixos mundiais de acumulação".
Resgatar o Estado das oligarquias colonizadas e colocá-lo a serviço da Nação brasileira, em favor da sociedade como um todo, foi a tarefa que a Revolução de 1930 e a Era Vargas empreenderam e que cumpre retomar para que o Brasil possa realizar a sua vocação de se tornar a Roma Tropical.
Este artigo me chamou a atenção pela situação que estamos vivenciando e por um motivo especial: estou lendo GETÚLIO, cuja foto junto, um livraço com uma parte de nossa história e como já disse lá em cima, foi escrito e publicado por Felipe Quintas, doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense; Gustavo Galvão, doutor em economia e autor de: “As 21 lições das Finanças Funcionais e da Teoria do Dinheiro Moderno (MMT)” e Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado a quem agradeço pela lição.
Maristela Farias
Jornalista DRT 1778/PE
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