Você já pensou quantas cédulas representam R$ 972,9 bilhões (novecentos e setenta e dois bilhões e novecentos milhões) colocados à sua frente? Sinceramente nem consigo visualizar, mas foi exatamente isso que o presidente do BC informou aos senadores da "República das Bananas", titulo meio antiguinho e pejorativo usado alguns anos atrás, para um país, politicamente instável, submisso a um país rico, frequentemente com um governante corrompido e opressor ou por uma junta militar e outros defeitos que atrasaram nosso desenvolvimento.
QUE NÃO É NOSSO CASO AINDA!
Falei em "República das Bananas" diante de todos os retrocessos que estamos passando e, explicando direitinho, aprendi naquela época que a tal "República" tem classes sociais bem divididas, incluindo uma grande e empobrecida classe trabalhadora e uma plutocracia que compreende as elites de negócios, política e militares que controla produções do setor primário e explora a economia do país. Essa "Repúblicas de Bananas", se referia a denominação criada nos anos 40 e 50, quando a opinião pública americana enxergava a América Latina como um conjunto formado por países como a Guatemala e outras pequenas repúblicas da América Central. E à época, Carmen Miranda ajudava muito essa imagem. Alguém lembra da Carmen? Eu lembro.
O Brasil é hoje uma democracia consolidada, moderna, que levou muito, muito tempo para ser conseguida. Os serviços públicos funcionam, estão aí os populares celulares para confirmar essa afirmação, as instituições estão ativas. A opinião pública conhece sua força, apesar de muitas vezes não fazer valer, basta voltarmos às últimas eleições, apesar de sabermos que apesar da ainda pobreza terrível de alguns milhões de brasileiros e o pensamento retrógrado de alguns políticos que rondam país, e que fazem não devamos esquecer uma frase de certo presidente, quando disse: "o que o povo quer obras públicas e programas sociais como a distribuição de leite". kkkkk
Esse preambulo todo, naturalmente não teria nenhum sentido se não estivessse rondando sobre nossas cabeças, uma PEC de quase 1 trilhão para compra de ativos privados.
R$1 trilhão (1.000.000.000.000) sabemos o que significa. Ou pelo menos imaginamos. E, se o país vai comprar é porque o dinheiro que vai ser investido é nosso! Mas comprar o que?
Ativos privados que nem sabemos o que é. O que significam?
Explicando, porque o assunto/valor também está latejando aqui na cabeça ora pensante:
Ativos privados: são papeis podres, derivados de empréstimos não recebidos, papeis que não conseguem vender e que perderam totalmente o valor e que os bancos se ressarcem e os ditos papeis permanecem na "carteira podre" e que não afetam em nada as entidades financeiras, que com lucros inimaginários têm recordes de lucros.
O certo é que vamos sofrer um golpe de trilhões de reais em plena pandemia, o povo morrendo aos milhares, recebendo um miserável AUXÍLIO EMERGÊNCIA como se estivesse sendo feito um grande e tremendo favor, e como se as autoridades constituídas estivesse BENEFICIANDO todos os desempregados, pobres, quase desiludidos brasileiros, que ficam em filas de bancos e casas lotéricas, sob pena de contaminação geral, que é o que o governo deseja quando zombando de cada um de nós, afirma que é uma "gripezinha".
O momento é extremamente oportuno para eles. Em plena pandemia, faltando (faltando?) recursos para atender a população que está morrendo aos milhares, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional 106/2020 autorizando o Banco Central COMPRAR esse papeis podres dos bancos, acumulados por 15 anos que somam 1 trilhão, ou quase.
Em plena pandemia, enquanto faltam recursos para as necessidades urgentes da população que está morrendo aos milhares, o Congresso Nacional aprovou a PEC 10 (transformada em Emenda Constitucional 106/2020), que incluiu artigo que autoriza o Banco Central comprar esses
papéis podres dos bancos, sem estabelecer limite de valor e só o STF pode barrar esse GOLPE FINANCEIRO contra o país.
O STF pode barrar o golpe financeiro. Precisamos dizer aos ministros do STF que não aceitamos pagar esse golpe financeiro de trilhões (quem vai dizer?) e o presidente do Banco Central tem que esclarecer quem vai ganhar os trilhões de reais de recursos públicos destinados à compra desses papéis podres dos bancos!
Todos nós temos o direito de saber quem vai receber essa montanha de dinheiro! Por isso precisamos divulgar amplamente esse golpe financeiro e cobrar transparência na aplicação do dinheiro público
Nós – o povo brasileiro – é que vamos pagar essa conta!
Maristela Farias
Jornalista DRT 1778/PE
