Se eu tivesse publicado este livro, o título seria 'QUERERES", mas como não aconteceu, as poesias estão aí, como forma de libertação de quereres guardados durante alguns anos. A respeito disso, escrevi o texto a seguir, que representa um pouco essa libertação das imagens .Muitas foram perdidas, porque sou uma desatinada, indisciplinada e minha vida é um caos completo, mas consegui recuperar algumas e elas são uma parte do meu viver.
Talvez de agora em diante, cada vez que as emoções povoem meus sentimentos, eu as trarei para esta máquina louca.
Engraçado, estou feliz, por ter tirado de dentro de mim algumas das muitas emoções de minha vida. E como estou viva,
elas, com certeza, aflorarão no momento perfeito e entre colunas
Maristela Farias
QUERERES
Imagens secretas povoam a mente
e se acumulam nos papeis de todas as cores,
e surge a cruel necessidade de dar-lhes fim
e jogá-los no fogo, como centenas de outros,
sem coragem de expor a nudez da alma
e entregar-e à Inquisição
e sentir o calor dos versos queimados e destruídos
e transformados em fino carvão,
que se espalham ao vento, escondendo as intimidades,
os quereres, os ardores, os odores, os amores,
os sabores, os licores, os horrores,
sem pudores, sem vergonha, sem temores
de serem amados, odiados,
enlevados, execrados.
Não são recados recebidos/
transmitidos da vida,
do Cosmo?.....
INSANIDADE - REFLEXÃO SOBRE OS POETAS
Poetas, somos loucos e graças a esta insanidade, conseguimos
tranferir parte de nossas frustrações, nossos desencontros,
nossos desejos mais ocultos, e por que nâo? Até aquilo que nem desejamos,
mas que sabemos existe na vida e no subconsciente de cada homem.
Felizmente alguém,
muito mais loucos que nós, inventou esta máquina infernal, que
suporta nossos devaneios, nossas viagens, nossos mais infames/formidáveis desatinos.
Navegando, leme à mão, somos capazes de nos tornar árvores, bambus, pássaros,
palhaços, amantes ardentes e mulheres/homens os mais submissos possíveis
quando se trata do amor, da paixão, dos desejos inconfessos.
Poemar, devanear, viajar, sensibilizar, erotizar, humanizar,
trair, seduzir, tornar, partir,
loucos de sede, de febre, de calor, de tesão, de paixão, com vontade
de arrancar o que resta de são para nos tornarmos versos.
Mas se não existe paixão pela vida, não se pode fazer poesia.
SÓ!
CRESCIMENTO SOFRIDO
Bem sabes, que te acabas cada dia. RENOVA-TE!
Bem sabes que te renovas a cada dia. RENASCE
Muitos passam por ti e são acrescidos do teu ser
Muitos te rodeiam, a esperar que digas alguma coisa.
Cresce e Multiplica, homem!
Teus braços, tuas mãos,
tua maneira leve de ser,
teu caminho.
Cresce e multiplica, Homem!
Tua capacidade de gente,
de coragem e alegria de vida
Cresce e multiplica teu espaço
sem que te dividas, homem!
Cresce, e dá uma chance que muitos te conheçam
Cria asas para que possas estar em muitos lugares
sem que percas essa tua identidade.
Dá-te o espaço que muitos vêm, sem entender o quanto significas
Abre teu caminho e aspira alto, sem que saias de dentro de ti
embora sendo outro e mais outro,
múltiplo de ti.;
Renasce,
renova,
Multiplica teus olhos
e muitas visões novas te serão permitidas
Teus braços e alcançarás o infinito
Tuas pernas e o mundo será teu
E centraliza tua criação dispersa.
Renasce,
Renova,
Multiplica-te,
mas não sai de ti,
deste ser sensível e especial
deste silêncio que precisas impor.
Renasce e ama
Renova e ama
Multiplica-te e TE AMA!
ALTERNANCIA
Meus versos não me querem, estão flutuando
e não se aproximam.
Eles que sempre estão querendo brotar e se fixar nas folhas brancas,
riem de mim e, num jogo, vão e voltam.
Ouço Vivaldi e a harmonia me transmite frio e aos meus versos
nenhum rompante e os violinos doces e suaves me deixam vazia.
Não estou triste, nem alegre. Termino por perceber
que a Filarmônica toca as Quatro Estações
e que o inverno provoca todo esse silêncio...
Nem a beleza da lua,
que invade a janela
e meu silêncio
consegue tirar-me dessa passividade
ADOLESCENCIA
Ôi adolescente querido,
Hoje procurei ajuda, prá descobrir o que está acontecendo contigo
Sinto-te diferente
e calmo
e o corpo amolecido
e me pedes explicação do teu corpo que desabrocha.
Peço-te tempo, como sempre,
vou encontrar alguém e te direi o que está te transformando
que todos os teus órgâos estão renovando e crescendo e tomando forma
e que tua aparente tristeza e incerteza
não é senão a grande descoberta da vida.
Ôi adolescente querido!
Deixo-te só e não posso ajudar, como sempre.
Hoje, lamentei tristemente que falta teu pai
e me culpei e me disseste não.
Mas estavas só e triste e lembraste dele
e me culpei como nunca!
Perdoa.
Soubesse eu, e tudo teria sido diferente, mesmo sem ele
que te gerou e eu esqueceria tudo e ficaria
para te dar a companhia que não sou.
Perdoa.
Se eu imaginasse o hoje, teria esquecido o ontem,
mesmo sem futuro porque ferida...
Culpo-me sem perdão, apesar do teu amor, do meu amor,
não te completo.
Sou incapaz, frágil, sou dúvida, infeliz por te deixar só
e sem explicações.
Adolescente amado, pedaço de mim, que me amo em ti
abafado, e te peço perdão infinitas vezes sete do teu nascer.
Só quero que saibas, adolescente, que nada foi por acaso,
porque te amei desde o momento, porque sabia de ti, de tua presença, a partir dali.
Só quero, adolescente, te saibas amado e esperado como poucos...
e cega, querendo te proteger, te deixei só e fugi contigo e me escondi
e irresponsavelmente te fiz só meu.
Mas eras tudo o que eu queria. Tão tudo, que perdi a noção de companhis para ti.
Só pensei em mim, quando só tu, deverias ser preservado
e te deixei só,
quando fugi
e me escondi.
Pô velho! Eras tâo pequeno,
tão querido,
que não percebi na minha loucura
o quanto irias precisar do meu outro lado
quando fugi,
e me escondi,
e te deixei só, hoje.
Perdão adolescente
porque precisei de alguém prá ajudar
e não encontrei
FICAMOS SOMENTE NÓS
PONTO DE INTERROGAÇÃO
NO LIVRO DA VIDA,
SOU UM PONTO
?
FIM DE FARRA
Você me deu, singelamente, um sol de presente, muito especial,
enquanto as nuvens mansamente, no horizonte, tomavam formas estranhas
de fim de madrugada, fim de farra, de encontro.
Ante nós, um mar calmo e os barcos e o frio gostoso dos bêbados e dos cansados
de prazer, num convite irrecusável para mais uma música, mais um whisky e toques sensuais.
E o mar, enxerido, entrou entre nós com o barco amarelo, formando uma paisagem Delaniana.
Sinto muito, mas voce era daqueles tipos simplesmente agarráveis
e foi uma viagem!...
Pena ter sido apenas um encontro...
Mas o sol de presente, ah!
Esse está registrado.
AQUI!
À AMANTE DOS LOUCOS
Queria ver a lua nascer e comecei a cronometrar,
mas estava te namorando/amando.
Vi, e esqueci do tempo. Conseguiste ofuscá-la.
Hoje, eu a vejo entre a folhas da mangueira,
novamente invadindo meu silencio.
Mas tua presença é mais forte e ela,
some e se esconde, deixando o reflexo.
Soberana em sua hierarquia celestial, símbolo dos sonhos
e eterna AMANTE DOS LOUCOS!
DAS PROFUNDEZAS
Sou uma árvore agitada pelo vento,
folhas e raízes
e tremo quando te todo
e me torno dedos e palmas,
como se minha alma estivesse nas mãos
e, ao acariciar-te, torno-me carícia
e, ao beijar-te, não sou aquela que sou o próprio beijo
e, ao abraçar-te torno-me abraço e já não sou mais só.
O amor existe!
COMUNHÃO PROFANA
Gostaria soubesses e sentisses
o que significa o dois num só,
num mesmo ritmo, mesma diapasão,
quando nosso "prana" flui num círculo
e desapareço completamente
e meu corpo torna-se teu, num todo
sem positivo;negativo
se, macho/fêmea.
Quando deixamos de ser quatro, tres, dois,
e seguimos num círculo sem ângulos,
num encontro que o tempo desaparece sem ir a lugar nenhum
presentes e mergulhados um no outro
dissolvidos, líquidos, fluidos,
em comunhão profunda e silenciosa.
E tudo é êxtase.
HARMONIA
Abandono-me ao amor, confesso, num infinito desejo
que ele se espalhe em minha vida.
Sem pensar e num imenso sentir, porque pensar é:
analisar
dividir
separar
e sentir é:
unir,
sintetizar,
unificar
Amo, aqui e agora, sem passado e sem futuro
Amo, aqui e agora, sem a servidão do amanhã
sem passado e sem futuro, atemporal...
Gostaria que soubesses e sentisses, e talvez to diga.
NÃO! NUNCA!
DESPUDOR
Não quero pensar, não gosto deste torpor,
prefiro quando as palavras saem despudoradamente
rasgando o silencia da alma, quebrando arestas, doendo e destilando o que recebo da vida.
Prefiro rasgar o peito e gritar alto e clamar pela liberdade de sentir.
Não gosto de passividade. É um estágio que conheço e me apavora.
Quero olhar e ver poesia em cada gesto, em cada lembrança.
´Ve-la na auréola que envolve a lua e na saudade que tua falta me faz.
Quero poesia no tempo e na vida, ser livre e sentir o prazer do nós.
Sinto-me metade...
Sensação estranha!
Só?
Não...
Meia,
Incompleta,
Ausente,
Frágil.
INVOCAÇÃO
Não tenho vergonha de dizer que estou triste
como você o disse, poeta.
Não dessa tristeza ignominiosa dos que em vez de se matarem,
fazem poemas, como tu o fizeste, poeta Quintana...
Estou triste, porque é a forma estranha, que mais facilmente
me saem as palavras...
Estou triste porque vivo fechada em mim mesma.
Triste, pelo medo de amar, porque a tristeza cala a canção do meu peito
Triste, poeta, com medo de palavras ditas silenciosamente,
com medo de gestos bruscos.
Triste, poeta, por me saber frágil carvalho.
IMAGINA!
Triste, pela ausência de ternura e pelo disfarce no peito dolorido.
Triste, poeta, por calar as dores e somente às folhas brancas confiar segredos.
Triste mesmo, por não saber/querer reconhecer, que acima de tudo,
o que rodeia minhálma é amor,
este desconhecido que sempre tem passado ao largo.
Mais triste ainda, ao descobrir que amar é mudar a alma da casa
e minha alma mudou, poeta!
IMAGINA!
A RUA QUE EU MORO
Silenciosamente saio a caminhar na rua dormida, cheia de mistérios
Lá longe escuto o teu afastar.
Meu peito pára e suspira, na ruazinha dormida a sonhar.
Dorme, rua!
e deixa que meus passos leves machuquem o silencio do teu arfar.
Escuta somente o medo do meu coração
torturado e cheio de dúvidas.
Dorme, rua!
Que eu passo devagar...
Deixa que o vento, como um dobrado, estanque o torpor do espírito alucinado
Dorme, rua!
que dentro em pouco voltarei, talvez mais calma ou mais perdida
ou mais certa de um elo muito forte que me prende a ti a aquele que foi.
Dorme, rua!
Não escuta meus passos, nem meus suspiros
nem tremas por minha dor.
Apenas deixa-me passar e voltar cheia de gostar por aquele que
foi...
SÉPIAS
Lá adiante, alguém começa a pintar um quadro de cores sépias
e figuras contorcidas.
Parecem invertebrados frágeis, tal a quantidade.
O sépia me dó na vista e na alma, cor triste e brumosa
Inspira apatia, melanclia, distonia
e a multidão que aos poucos o artis espreme naquele espaço ínfimo e cionzento,
parecem demonios, consciências, ausencias, coisas ruins...
Que estado de espírito/inspiração leva a desespero tal,
consegue transmitir tanta solidão e desajuste,
no sépia daquela obra de arte?
Ali, o reflexo da alma perdida, do tempo procurado, desejado, da carencia de luz.
A falta de referencial, a languuidez e o pálido estímulo
de transmigração para o alto, sempre a necessidade de encaracolar-se,
enclausurar-se numa fuga constante e medrosa.
Se o medo aumenta a dor, o sépia transmite medo e dor.
O movimento dos pincéis criadores tornam-se mais ritmados
e a contorção dos desvertebrados se transforma em correria
contra o tempo que se esvai pàlidamente.
No fundo, um entardecer de estrelas teria provocado o delírio do artista
que, em êxtase, consegue transferir para atela
a imensa loucura e desequilíbrio do só ser...
do só ser...
SAUDAÇÃO ÀS QUINTAS
De repente, mudança total,
o dia de sol tornou-se chuva melancólica
Os pingos na vidraça e nas árvores
conseguiram mudar o astral
já em expectativa pela quinta esperada,
de telefone mudo,
de falta de energia, de contagem regressiva,
para ouvir-te alô
elo/metade faltosa de vida.
O escuro, o silencia, trabalhos pendentes
e o telefone mudo,
estão conseguindo aumentar a espera, a passagem do dia
ansiosamente quinta...
Ligo o prático pilha e o locutor pede para discar o número x
Ironia...
Telefone mudo, cabeça cheia de pendencias,
inclusive de te ver,
nesta quinte questionada/esperada.
E escrevo na escura saleta para conseguir acalmar-me.
Parece lamento dolorido, indesejado,
mas o ruído interrompe o pensamento e a certeza
de tua ausencia se confirma.
Não vens. E volta a amarga saudade de tua presença.
neste silencio de nada fazer
e da luta pelo espaço.
UMA CIDADE QUALQUER
Sexta, sábado, domingo
Som, luz, sol
Tres dias orgásticos e, na segunda,
um sutiâ preto pendurado no fio elétrico,
entre as luzes apagadas do dia de trabalho.
Parecia uma pipa, mas estava ali como um símbolo
da sexualidade da cidade!
SEDUÇÃO
Te amo homem, que me apalpa o corpo todo, que o ttrnsforma em brasa..
amo o teu silencio e tua singeleza no amor, teus gestos e teu gozo silencioso
Amo teu geito de me olhar e teus murmúrios
quando nossos corpos se entrelaçam num abraço cósmico.
Amo teu corpo macio que me penetra e enche de paz e teu silencio e a surpresa que és e tua energia.
Amo teu corpo, tua cabeça, teus mistérios, tua vida, teu calos sensualmente delicioso
e me pego imaginando o que passa neste teu mundo descomplicado.
Posso ficar?
YANA/YAHI
Descobri um belo homem, uma suspresa
Um master prá quem quizer, amor prá mim
Um anarquista, amor prá mim
Impenetrável para tantos, amor prá mim
Um duplo rosto, amor prá mim
Meus dedos, minhas mãos, meu corpo todo sedento de ser,
impregnados desse homem impenetrável e desconhecido, amor prá mim
Respiro-o lentamente como se num minuto qualquer
alguém o leva e o fragiliza.
Descobri um belo homem, uma surpresa, um espécime raro
um Yana, O Yahi, amor prá mim!
ENSABOADA
Onde cê tava num sábado de carnaval ursânico?
Onde cê tava que custou tanto a aparecer que quase te perco/perderei?
Onde estávamos nós na multidão perdidos, tresloucados, travestidos
de aparentes compensações?
Qua fazíamos nas paralelas dÒlinda, cegos, surdos, desantenados
(um no outro, claro!)
E sabe que mais? Foi até bom...
E quer mais uma? Sou mesmo "ensaboada", mas grudou e vou brigar!
EMOÇÃO
É muito fácil ser feliz, descobri.
Muito mais feliz voce, eu, uma pitada de emoção,
uma saudade irreverente, lembranças xodósicas,
na livre intimidade dos risos e do olhar de " te gosto".
Descobri e gosto, frequência irônica que me aparece e consegue reavivar a aura
num momento encantado e doce e que consegue escandalosamente
deixar-me viva!
ECCE MATTER!
CONTINUAR PRESENTE,
ERA TUDO QUE QUERIAS
SIMPLESMENTE....
PINTAÇÃO
É o seguinte...
Tô a fim de esquecer tudo e da tua amizade
Tô a fim de me negar e só te ver, "figura"
Tô a fim de desnudar-me e a ti
e encontrar Passárgada nas tuas entranhas
e encontrar-me num soluço medonho e incontrolado
Tô a fim de deitar e rolar e te amar e desvendar
o bau dos mistérios dos teus pensamentos e deixar meu ventro explodir
materializando energias num imenso fogaréu
queimando todos os resquícios de conceitos/preconceitos
bem mais for que o pulsar das veias.
Tô a fim!Prá meu filho, Miguel
CHEGANDO A HORA...
SEREI ETERNA ATRAVÉS DE TI...
FILHO MEU.
CIGANA
Gosto de aventurar-me por caminhos desconhecidos
mas...
Se me fosse dado o direito de escolher,
serias tu.
Se me fosse permitido o direito de dividir,
seria contigo
Se me fosse arbitrado o direito de me dar,
seria a ti.
Se me fossem colocadas à vista todas as verdades,
serias uma delas
Se me fosse permitido amar. com certeza te escolheria,
mas não posso.
COMO QUALQUER MADRUGADA
Por que é madrugada não me oponho e me entrego aos devaneios
e me desejo e te desejo e me libero e te libero
te quero e espero.
Sim... te quero e pouco importa. deu que eu afunde no meu poço/te poupo.
Deixa-me dar-me integral/total e tocar-te/amar-te e ser tudo e nada
Bom... Bem bom...
E, porque hoje é um dia qualquer, qualquer hora,tua presença/ausencia se faz tão marcante
Porque hoje, outro dia qualquer, tua ausencia/presença me invade de desejos
Incontidos
Indevassados
Incontrolados
e cheios de ternura
PIRAÇÃO EXPLÍCITA
Ei!
Que piração é essa?
De repente voce sério, leve, lindo e meus olhos
que te viam e percebiam, acordaram todos os sentidos
Ei!
Pirou tudo. Até o reepeito pela figura e o secundário
disse alto, firme e forte: Vai...
Fui!
Fui me certificar see eras reale se falavas
com estranhos/conhecidos.
Sou abusada!
Ei!
Meu secundário me traiu. És a tentação conceituada
És uma linda lenda, um casto rebelde, um mar calmo
uma pintura de emoções intensas, uma colônia de pescadores
uma rua de Olinda.
Mas é tudo o que eu gosto!
FANTASIAS
Por que lamentar o perdido?
Por que se vestir de passado?
Quando o viver é tão curto e cruel?
Por que faturar as ilusôes?
Quando o agora é vivo e as curvas do tempo
são tão difíceis de percorrer?
Por que não denunciar,
quando conscienciosamente impotentes
diante das injustiças?
Por que não lutar, quando a evolução lenta do social
só nos engole, esmaga e transforma cada ser
em não ser?
Por que calar, quando dentro de cada indivíduo
explode uma onde de ressentimentos
sem medidas?
Por que não pensar
e gritar
e falar
e lembrar
que cada homem só existe ante o respeito recíproco?
CONFIGURAÇÃO
Na verdade, sou covarde, confesso
Não sou o que me pede o coração,
com razão!
Como definir o provável, se o verdadeiro me foge?
Falta-me consciência, ciência, consistência
É bom, nao?
Mas hoje, véspera de amanhã, fala-me a razão que abafa, sufoca, mas
não mata a ternura
PARIDÍSSIMA!
Amigos?
Amigo querido, estávamos cada vez mais juntos e como te amava
Como sonhava quando te falava, quando sorria, quando me tocava e te sentia.
Passamos oito meses (foste precoce!) tão juntos e tão ligados um no outro
que, prá te separarem de mim tiveram que nos cortar, filho meu e tu choraste
e te olhei e mais te amei!
FILHO DO MEU CORAÇÃO!
FILHO DO MUNDO!
BUCHUDA
Eu sonhava contigo cada instante e me sentia
crescer e crescias,,,
Eu te tocava quando me tocava e ria e chorava
e me olhava no espelho e te olhava.
Estavas cada dia mais bonito e te falava
e te tocava quando me tocava e ria e chorava.
Crescíamos juntos e eu me sentia tão, mas tão pequena
quanto tu, quando te falava e ria e te rocava.
Eras lindo, eu sabia e me achava linda contigo ali,
enquanto crescias e crescíamos e te falava e ri
quando me tocava e te tocava
OVERDOSE
E lá nos classificados aquele anuncio:
"Vende-se alta dose de cinismo. Preço a combinar,
produto de "qualidade superior".
Aventurei-me...
Até que enfim encontro alguém tão cínico, a vender o "soma"
que nos faz viver melhor.
É um louco, pensei. Catei o endereç, telefone e parti.
Bati na porta e apareceu-me um velho. Incrível, mas era simpático!
Ofereci-lhe o que tinha, pelo que estava a vender.
Consegui!
Sou uma cínica!
Comprei a dosagem completa e parti, disposta a enfrentar o mundo.
Tentei aqui, ali, bati portas, arrombei grades,
pisei flores e te encontrei e senti quando chegaste manso e sério
e te olhei.
Cabalista, te analisei lenta e friamente, vaguei e penetrei (ou pensei)
no mundo do teu, que eu não conhecia e, mais uma vez te analisei e te risquei
Não tens nada!
Ledo e maldito erro!
Voltaste e me olhaste, sentiste o que pensei e te furtaste.
Mas olhei e te implorei, notaste. Sei que sim, e me desdenhaste.
Hoje, quando nossos olhos se encontram, peço-me calma e te toco
Não te quero, mas, por favor, não me deixes...
ESTRANHA VISAGEM
Mas... voce chegou devagar, sem bater, sem olher...
Abriu a porta de mansinho, como um velho conhecido
Olhou as coisas, todas nos lugares desarrumadas
Viu flores espalhadas, de papel, naturais, sorriu...
Passou a mão nos cabelos e sentiu a poesia.
De mansinho entrou, como um velho conhecido
Apalpou cada tudo com os olhos de menino desajeitado e,
de longe te observo e rio desejando que te acomodes.
Acordo e te vejo distante.
A porta que abriste e entraste, fecha-se ante mim, doce ilusão
Mas, poeta que sou, rio e te trago e te agrado e te arranho
e te fico comigo
VAZIO
No sonho, corro, grito, desmaio e morro
de prazer, de luxuria e procuro um rosto.
UM...
E ao abrir os olhos e o coração, e novamenmte pisar no chão,
encontro um vazio no quarto e
em MIM...
VIAGEM LOUCA
Vamos, procurem um coração que está perdido
Ajudem a encontrá-lo!
Aflita, sua parte física o chama.
Procurem-no, por favor! Ele é pequeno e está cheio de amor
Peço-lhes, por favor, encontrem-no!
Aflita, sua parte física o chama.
Ele está gritando, palpitando, mas está só.
É um coração sadio, que de repente começou a sentir uma dor estranha e,
Aflita, sua parte física o chama.
Bateu mais ràpidamente que o normal (o que há muito não acontecia).
Por favor, procurem-no, pelas ruas, pelas fábricas, nos ateliês dos artistas
Aflita, sua parte física o chama.
Procurem-no, ele está perdido e suponho que vagueia nalgum lugar com muitas árvores
donde se avista uma paisagem bucólica, e
Aflita, sua parte física o chama.
Por favor, se encontrarem um perdidoo coração, avisem-me
quero-o de volta, machucado, triste como o sinto, e não quer se aproximar, mas
Aflita, sua parte física o chama.
Volta, coração! Se me deixas, fico muito mais solitária e, dois sós
se entendem e se completam
Está aflita, a parte física que te chama.
Poetas, operários, afrtistas da vida, avisem se encontram um coração perdido
Avisem-me, pois sem ele a porta desta Casa de Solidâo ficará aberta
PARA SEMPRE.
os poetas quâo maravilhoso é amar.
Mas eu? Sou louca e essa loucura me afasta de braços
que sinto saudades e ansiedade.
Braços, pés, corpos que povoam meus sonhos de Louca.
Quando me sinto queimar, o corpo arder, a mente embotar.
Vejo mâos, pés, corpos que me apalpam e morro
Morro de saudades, de dor..
E tremo. E a vonta de gritar me toma o peito
e o calor do sangue que se agita, me alucina e enlouquece
SEM DESTINO
Encostar o rosto á janela, ver a chuva
ouvir seu lamento, ve-la escorrer sem destino.
Encostar o rosto à janela e, através do vidro fosco
ver teu vulto que se aproxima, És meu destno...
Alegria vã! Continuar mirando a chuva e deixar e melancolia envolver.
Teu destino?
Ver o que acontece com a água que cai...
deixar a melancolia envolver, soluçar e sentir o lamento
desesperar-se na esperança de ser feliz
Sem deixar de amar...
Não... nunça deixar de amar. Isto é destino, isto é vida,
é prazer é tesão, mistério e paixão
O amor não se profana...
GOSTO DE SAL
Alma insalubre, boca amarga, coração.
O pensamento embota, o pranto afoga, coração.
Tua/minha imagem, coração
separados;indóceis, coração
Olhas-me e te vejo,
como uma fotografia desbotada, coração
Procuro-me e a ti e tudo flui
se esvai e some, coração
como numa fotografia desbotada...
À FLOR DA PELE
Senti tua presença, tua voz, teu gesto amigo
Deixei-me envolver e mal posso te ver, ouvir, falar
Entras por todos os poros
Mexes com todo o meu ser
Mexes comigo, com minha alma
Tua voz, tua presença, tu, tua humildade, tua vivencia.
Ando e ouço-te, falo e estás junto, calo e te vejo
e te sinto e me manejas e cresce meu desejo
de envolver-te, deitar-me junto de ti, apenas junto
e deixar-me embalar por tua suavidade.
PRAZER
Lança tua rede no mar...
Recolhe-a...
Se encontrares um peixe triste e solitário,
Recolhe-o...
ERA SÓ UM RECADO
Pego o telefone decicida a tudo
disco e espero...
Alguém atende, ouço um pulsar rápido
de um coração, parece.
Será o meu?
As palavras morrem, o sangue gela
PARALISO...
Será meu coração que bate com tanta força?
CLICK...
FIXAÇÃO
Subitamente sinto-me voar
um alado a vagar desesperado
Frio mortal, banal,
ardido, desesperado.
Em volta o vazio revolto
rio/sorrio
desço devagar, sem forças, sem domínnio
sem fé.
Sai grito escondido!
Espalha-te no mundo e liberta e ser ferido,
cansado, vagabundo...
TESTE DE PRAZER
Fujo
Quando gostaria de ir, atirar-me, agarrar-me, arranhar-me
Quando meu ser é fogo
e arde
Quando meu coração palpita alto
e rápido
Fujo
Quando gostaria de ir, atirar-me, agarrar-me, arranhar-me
E rolar na areia e sentir a quentura
do meu/do teu/nosso calor
E gritar
e sentir-te espinho penetrante
E agarrar-me
tal meu desejo de ti...
ÚNICO VÍCIO
Puxo o cigarro e meu coração selvagem
luta contra tua presença
contra todo o meu eu.
Não posso, não quero e parto prá não sofrer
Sofrer mais
por te querer
Vejo a fumaça que se esvai, um sonho igual a vida
que me foge..
Não posse e devo lembrar que tudo está escrito
e que, meu coração selvagem
cavalga só...
SE QUIZERES
No espelho, que vejo?
tua figura que se vai...
Corro... o que quero?
agarrar-te e te vais...
Vazio... que vejo?
tua figura e o espelho.
Estendo-te as mãos súplices. Não adianta...
penso... Volta!
Olhas-me, ris e noto-me
tentando materializar-te
FICA!
EMBALOS DE QUALQUER DIA
Por que esta tristeza te invade e te confunde?
Por que este vazio no coração e na alma?
Deixa-te voar, pássaro sem asas.
Deixa-te levar pelo doce embalo ao sabor dos ventos!
Fica forte e aspira o perfume da flor que te fere o dedo
Ela é tão simples...
Deixa-te embalar dócil criança pelo que te cerca
e sente a perfeição do tudo.
Atende apelo do teu ser antes que a vida te sufoque...
ARQUIVO MORTO
Vale a pensa esquecer, sem tentar?
Então despreza e sofre...
E a certeza do que queres, sem tentar?
Então esquece e sofre...
Todos os teus atos exigem abertura
Todos os momentos exigem doação
Por que não arriscar se o queres?
Ridículo amar? Sois um verme...
Coraçã, lembra-te: o teu pulsar é vida
VIDA...
QUE MAIS QUERES?
TESÃO
Por que o corpo, porque?
se o espírito é leve e trtansparente
Por que o corpo, porque?
se a mente tem poderes e não percebes.
Por que o corpo, porque?
se a alma é doida e só te quer
Por que o corpo, porque?
PROXIMIDADE
Não sejas um caso, por acaso
Rua estranheza, tua distancia,
só me aproximam de ti
Tua cara séria, teu riso franco e simples
tua lembrança,
me fazem sentir saudade
Bom te esquecer, não te querer
prá não perder, prá na lembrança
sentir perto!
Tua cara séria, teu riso franco, tu
me envolveram e me fizeram nascer
e crescer(?)
Mas... te olho... te vejo...te sinto
e me parto...
CONTATO
É muito fácil amiga,
esconder os sentimentos.
Gostaria de poder falar-te, de ficar ao teu lado
de ouvir-te, criança que és...
Abre teu coração, o meu está fechado
e há muito não ri,
de amor...
Criança que és, abre teu coração
o meu sangra,
de ausencias...
Gostaria de ouvir-te
de falar-te, e me escondo
Gostaria de dizer-te e sentir-te um pouco
só um pouco,
Criança que és...
Se um dia entenderes, criança que és...
gosta-me um pouco
só te quero...
Criança que és...
Criança que acho!
Criança que não és!
Criança...
SATURAÇÃO
Por que esta indiferença?
por que olho em volta e sinto um vazio imenso
em torno do estar?
Por que esta indiferença?
por que o calor não chega e me aquece a face
e o coração?
Por que esta ausencia de mim?
se tudo necessita vibrar e sentir
prá não morrer?
Por que esta indiferença?
por que se o mundo e eu estamos nos oferecendo
oportunidades de momentos de êxtase?
CANSAÇO
Estou cansada e,
gostaria não fosse verdade
mas já não suporto o mundo,
as pessoas, a mim...
Cansaço...
olho em volta e vejo tudo negro
e procuro agarrar-me nálgo e nada...
deixo-me cair...
Deixo-me cair...
Onde? Quem me segura? Me levanta?
Acordo. Vejo um longo caminho
e pedras,
e forças,
e...
FRAGILIDADE
A capa que envolve o ser humano
é tão frágil
tal qual seu pensamento
A máscara olorida risonha/triste
um flagrante despeito do viver
O calor que envolve
o frio que sacode
o mar qre revolve
a dor que invade.
Caricaturas vibrantes
fortes/coloridas nesta roda viva
que confunde.
O abafado mndo consome e constrange
enquanto as faces
transpiram e a vontade
emerge
MOMENTOS
Olha... são raros os teus momentos
felizes e puros?
Aproveita!
Pensa... tudo que te cerca
te cansa e angustia?
Afasta!
O importante mesmo, é que
o minuto te possa parecer
Século!
Vive, vibra, ri...
sente-te humano e, acima de tudo
e de ti mesmo,
Ama!
Olha... sente a música de tua alegria
e decobre-te!
Sem dúvidas, teus momentos serão teus
somente teus,
se por eles te deixares embalar!
E o mundo... de tão acelerado, vais querer
Parar.
PARAR!...
Talvez de agora em diante, cada vez que as emoções povoem meus sentimentos, eu as trarei para esta máquina louca.
Engraçado, estou feliz, por ter tirado de dentro de mim algumas das muitas emoções de minha vida. E como estou viva,
elas, com certeza, aflorarão no momento perfeito e entre colunas
Maristela Farias
QUERERES
Imagens secretas povoam a mente
e se acumulam nos papeis de todas as cores,
e surge a cruel necessidade de dar-lhes fim
e jogá-los no fogo, como centenas de outros,
sem coragem de expor a nudez da alma
e entregar-e à Inquisição
e sentir o calor dos versos queimados e destruídos
e transformados em fino carvão,
que se espalham ao vento, escondendo as intimidades,
os quereres, os ardores, os odores, os amores,
os sabores, os licores, os horrores,
sem pudores, sem vergonha, sem temores
de serem amados, odiados,
enlevados, execrados.
Não são recados recebidos/
transmitidos da vida,
do Cosmo?.....
INSANIDADE - REFLEXÃO SOBRE OS POETAS
Poetas, somos loucos e graças a esta insanidade, conseguimos
tranferir parte de nossas frustrações, nossos desencontros,
nossos desejos mais ocultos, e por que nâo? Até aquilo que nem desejamos,
mas que sabemos existe na vida e no subconsciente de cada homem.
Felizmente alguém,
muito mais loucos que nós, inventou esta máquina infernal, que
suporta nossos devaneios, nossas viagens, nossos mais infames/formidáveis desatinos.
Navegando, leme à mão, somos capazes de nos tornar árvores, bambus, pássaros,
palhaços, amantes ardentes e mulheres/homens os mais submissos possíveis
quando se trata do amor, da paixão, dos desejos inconfessos.
Poemar, devanear, viajar, sensibilizar, erotizar, humanizar,
trair, seduzir, tornar, partir,
loucos de sede, de febre, de calor, de tesão, de paixão, com vontade
de arrancar o que resta de são para nos tornarmos versos.
Mas se não existe paixão pela vida, não se pode fazer poesia.
SÓ!
CRESCIMENTO SOFRIDO
Bem sabes, que te acabas cada dia. RENOVA-TE!
Bem sabes que te renovas a cada dia. RENASCE
Muitos passam por ti e são acrescidos do teu ser
Muitos te rodeiam, a esperar que digas alguma coisa.
Cresce e Multiplica, homem!
Teus braços, tuas mãos,
tua maneira leve de ser,
teu caminho.
Cresce e multiplica, Homem!
Tua capacidade de gente,
de coragem e alegria de vida
Cresce e multiplica teu espaço
sem que te dividas, homem!
Cresce, e dá uma chance que muitos te conheçam
Cria asas para que possas estar em muitos lugares
sem que percas essa tua identidade.
Dá-te o espaço que muitos vêm, sem entender o quanto significas
Abre teu caminho e aspira alto, sem que saias de dentro de ti
embora sendo outro e mais outro,
múltiplo de ti.;
Renasce,
renova,
Multiplica teus olhos
e muitas visões novas te serão permitidas
Teus braços e alcançarás o infinito
Tuas pernas e o mundo será teu
E centraliza tua criação dispersa.
Renasce,
Renova,
Multiplica-te,
mas não sai de ti,
deste ser sensível e especial
deste silêncio que precisas impor.
Renasce e ama
Renova e ama
Multiplica-te e TE AMA!
ALTERNANCIA
Meus versos não me querem, estão flutuando
e não se aproximam.
Eles que sempre estão querendo brotar e se fixar nas folhas brancas,
riem de mim e, num jogo, vão e voltam.
Ouço Vivaldi e a harmonia me transmite frio e aos meus versos
nenhum rompante e os violinos doces e suaves me deixam vazia.
Não estou triste, nem alegre. Termino por perceber
que a Filarmônica toca as Quatro Estações
e que o inverno provoca todo esse silêncio...
Nem a beleza da lua,
que invade a janela
e meu silêncio
consegue tirar-me dessa passividade
ADOLESCENCIA
Ôi adolescente querido,
Hoje procurei ajuda, prá descobrir o que está acontecendo contigo
Sinto-te diferente
e calmo
e o corpo amolecido
e me pedes explicação do teu corpo que desabrocha.
Peço-te tempo, como sempre,
vou encontrar alguém e te direi o que está te transformando
que todos os teus órgâos estão renovando e crescendo e tomando forma
e que tua aparente tristeza e incerteza
não é senão a grande descoberta da vida.
Ôi adolescente querido!
Deixo-te só e não posso ajudar, como sempre.
Hoje, lamentei tristemente que falta teu pai
e me culpei e me disseste não.
Mas estavas só e triste e lembraste dele
e me culpei como nunca!
Perdoa.
Soubesse eu, e tudo teria sido diferente, mesmo sem ele
que te gerou e eu esqueceria tudo e ficaria
para te dar a companhia que não sou.
Perdoa.
Se eu imaginasse o hoje, teria esquecido o ontem,
mesmo sem futuro porque ferida...
Culpo-me sem perdão, apesar do teu amor, do meu amor,
não te completo.
Sou incapaz, frágil, sou dúvida, infeliz por te deixar só
e sem explicações.
Adolescente amado, pedaço de mim, que me amo em ti
abafado, e te peço perdão infinitas vezes sete do teu nascer.
Só quero que saibas, adolescente, que nada foi por acaso,
porque te amei desde o momento, porque sabia de ti, de tua presença, a partir dali.
Só quero, adolescente, te saibas amado e esperado como poucos...
e cega, querendo te proteger, te deixei só e fugi contigo e me escondi
e irresponsavelmente te fiz só meu.
Mas eras tudo o que eu queria. Tão tudo, que perdi a noção de companhis para ti.
Só pensei em mim, quando só tu, deverias ser preservado
e te deixei só,
quando fugi
e me escondi.
Pô velho! Eras tâo pequeno,
tão querido,
que não percebi na minha loucura
o quanto irias precisar do meu outro lado
quando fugi,
e me escondi,
e te deixei só, hoje.
Perdão adolescente
porque precisei de alguém prá ajudar
e não encontrei
FICAMOS SOMENTE NÓS
PONTO DE INTERROGAÇÃO
NO LIVRO DA VIDA,
SOU UM PONTO
?
FIM DE FARRA
Você me deu, singelamente, um sol de presente, muito especial,
enquanto as nuvens mansamente, no horizonte, tomavam formas estranhas
de fim de madrugada, fim de farra, de encontro.
Ante nós, um mar calmo e os barcos e o frio gostoso dos bêbados e dos cansados
de prazer, num convite irrecusável para mais uma música, mais um whisky e toques sensuais.
E o mar, enxerido, entrou entre nós com o barco amarelo, formando uma paisagem Delaniana.
Sinto muito, mas voce era daqueles tipos simplesmente agarráveis
e foi uma viagem!...
Pena ter sido apenas um encontro...
Mas o sol de presente, ah!
Esse está registrado.
AQUI!
À AMANTE DOS LOUCOS
Queria ver a lua nascer e comecei a cronometrar,
mas estava te namorando/amando.
Vi, e esqueci do tempo. Conseguiste ofuscá-la.
Hoje, eu a vejo entre a folhas da mangueira,
novamente invadindo meu silencio.
Mas tua presença é mais forte e ela,
some e se esconde, deixando o reflexo.
Soberana em sua hierarquia celestial, símbolo dos sonhos
e eterna AMANTE DOS LOUCOS!
DAS PROFUNDEZAS
Sou uma árvore agitada pelo vento,
folhas e raízes
e tremo quando te todo
e me torno dedos e palmas,
como se minha alma estivesse nas mãos
e, ao acariciar-te, torno-me carícia
e, ao beijar-te, não sou aquela que sou o próprio beijo
e, ao abraçar-te torno-me abraço e já não sou mais só.
O amor existe!
COMUNHÃO PROFANA
Gostaria soubesses e sentisses
o que significa o dois num só,
num mesmo ritmo, mesma diapasão,
quando nosso "prana" flui num círculo
e desapareço completamente
e meu corpo torna-se teu, num todo
sem positivo;negativo
se, macho/fêmea.
Quando deixamos de ser quatro, tres, dois,
e seguimos num círculo sem ângulos,
num encontro que o tempo desaparece sem ir a lugar nenhum
presentes e mergulhados um no outro
dissolvidos, líquidos, fluidos,
em comunhão profunda e silenciosa.
E tudo é êxtase.
HARMONIA
Abandono-me ao amor, confesso, num infinito desejo
que ele se espalhe em minha vida.
Sem pensar e num imenso sentir, porque pensar é:
analisar
dividir
separar
e sentir é:
unir,
sintetizar,
unificar
Amo, aqui e agora, sem passado e sem futuro
Amo, aqui e agora, sem a servidão do amanhã
sem passado e sem futuro, atemporal...
Gostaria que soubesses e sentisses, e talvez to diga.
NÃO! NUNCA!
DESPUDOR
Não quero pensar, não gosto deste torpor,
prefiro quando as palavras saem despudoradamente
rasgando o silencia da alma, quebrando arestas, doendo e destilando o que recebo da vida.
Prefiro rasgar o peito e gritar alto e clamar pela liberdade de sentir.
Não gosto de passividade. É um estágio que conheço e me apavora.
Quero olhar e ver poesia em cada gesto, em cada lembrança.
´Ve-la na auréola que envolve a lua e na saudade que tua falta me faz.
Quero poesia no tempo e na vida, ser livre e sentir o prazer do nós.
Sinto-me metade...
Sensação estranha!
Só?
Não...
Meia,
Incompleta,
Ausente,
Frágil.
INVOCAÇÃO
Não tenho vergonha de dizer que estou triste
como você o disse, poeta.
Não dessa tristeza ignominiosa dos que em vez de se matarem,
fazem poemas, como tu o fizeste, poeta Quintana...
Estou triste, porque é a forma estranha, que mais facilmente
me saem as palavras...
Estou triste porque vivo fechada em mim mesma.
Triste, pelo medo de amar, porque a tristeza cala a canção do meu peito
Triste, poeta, com medo de palavras ditas silenciosamente,
com medo de gestos bruscos.
Triste, poeta, por me saber frágil carvalho.
IMAGINA!
Triste, pela ausência de ternura e pelo disfarce no peito dolorido.
Triste, poeta, por calar as dores e somente às folhas brancas confiar segredos.
Triste mesmo, por não saber/querer reconhecer, que acima de tudo,
o que rodeia minhálma é amor,
este desconhecido que sempre tem passado ao largo.
Mais triste ainda, ao descobrir que amar é mudar a alma da casa
e minha alma mudou, poeta!
IMAGINA!
A RUA QUE EU MORO
Silenciosamente saio a caminhar na rua dormida, cheia de mistérios
Lá longe escuto o teu afastar.
Meu peito pára e suspira, na ruazinha dormida a sonhar.
Dorme, rua!
e deixa que meus passos leves machuquem o silencio do teu arfar.
Escuta somente o medo do meu coração
torturado e cheio de dúvidas.
Dorme, rua!
Que eu passo devagar...
Deixa que o vento, como um dobrado, estanque o torpor do espírito alucinado
Dorme, rua!
que dentro em pouco voltarei, talvez mais calma ou mais perdida
ou mais certa de um elo muito forte que me prende a ti a aquele que foi.
Dorme, rua!
Não escuta meus passos, nem meus suspiros
nem tremas por minha dor.
Apenas deixa-me passar e voltar cheia de gostar por aquele que
foi...
SÉPIAS
Lá adiante, alguém começa a pintar um quadro de cores sépias
e figuras contorcidas.
Parecem invertebrados frágeis, tal a quantidade.
O sépia me dó na vista e na alma, cor triste e brumosa
Inspira apatia, melanclia, distonia
e a multidão que aos poucos o artis espreme naquele espaço ínfimo e cionzento,
parecem demonios, consciências, ausencias, coisas ruins...
Que estado de espírito/inspiração leva a desespero tal,
consegue transmitir tanta solidão e desajuste,
no sépia daquela obra de arte?
Ali, o reflexo da alma perdida, do tempo procurado, desejado, da carencia de luz.
A falta de referencial, a languuidez e o pálido estímulo
de transmigração para o alto, sempre a necessidade de encaracolar-se,
enclausurar-se numa fuga constante e medrosa.
Se o medo aumenta a dor, o sépia transmite medo e dor.
O movimento dos pincéis criadores tornam-se mais ritmados
e a contorção dos desvertebrados se transforma em correria
contra o tempo que se esvai pàlidamente.
No fundo, um entardecer de estrelas teria provocado o delírio do artista
que, em êxtase, consegue transferir para atela
a imensa loucura e desequilíbrio do só ser...
do só ser...
SAUDAÇÃO ÀS QUINTAS
De repente, mudança total,
o dia de sol tornou-se chuva melancólica
Os pingos na vidraça e nas árvores
conseguiram mudar o astral
já em expectativa pela quinta esperada,
de telefone mudo,
de falta de energia, de contagem regressiva,
para ouvir-te alô
elo/metade faltosa de vida.
O escuro, o silencia, trabalhos pendentes
e o telefone mudo,
estão conseguindo aumentar a espera, a passagem do dia
ansiosamente quinta...
Ligo o prático pilha e o locutor pede para discar o número x
Ironia...
Telefone mudo, cabeça cheia de pendencias,
inclusive de te ver,
nesta quinte questionada/esperada.
E escrevo na escura saleta para conseguir acalmar-me.
Parece lamento dolorido, indesejado,
mas o ruído interrompe o pensamento e a certeza
de tua ausencia se confirma.
Não vens. E volta a amarga saudade de tua presença.
neste silencio de nada fazer
e da luta pelo espaço.
UMA CIDADE QUALQUER
Sexta, sábado, domingo
Som, luz, sol
Tres dias orgásticos e, na segunda,
um sutiâ preto pendurado no fio elétrico,
entre as luzes apagadas do dia de trabalho.
Parecia uma pipa, mas estava ali como um símbolo
da sexualidade da cidade!
SEDUÇÃO
Te amo homem, que me apalpa o corpo todo, que o ttrnsforma em brasa..
amo o teu silencio e tua singeleza no amor, teus gestos e teu gozo silencioso
Amo teu geito de me olhar e teus murmúrios
quando nossos corpos se entrelaçam num abraço cósmico.
Amo teu corpo macio que me penetra e enche de paz e teu silencio e a surpresa que és e tua energia.
Amo teu corpo, tua cabeça, teus mistérios, tua vida, teu calos sensualmente delicioso
e me pego imaginando o que passa neste teu mundo descomplicado.
Posso ficar?
YANA/YAHI
Descobri um belo homem, uma suspresa
Um master prá quem quizer, amor prá mim
Um anarquista, amor prá mim
Impenetrável para tantos, amor prá mim
Um duplo rosto, amor prá mim
Meus dedos, minhas mãos, meu corpo todo sedento de ser,
impregnados desse homem impenetrável e desconhecido, amor prá mim
Respiro-o lentamente como se num minuto qualquer
alguém o leva e o fragiliza.
Descobri um belo homem, uma surpresa, um espécime raro
um Yana, O Yahi, amor prá mim!
ENSABOADA
Onde cê tava num sábado de carnaval ursânico?
Onde cê tava que custou tanto a aparecer que quase te perco/perderei?
Onde estávamos nós na multidão perdidos, tresloucados, travestidos
de aparentes compensações?
Qua fazíamos nas paralelas dÒlinda, cegos, surdos, desantenados
(um no outro, claro!)
E sabe que mais? Foi até bom...
E quer mais uma? Sou mesmo "ensaboada", mas grudou e vou brigar!
EMOÇÃO
É muito fácil ser feliz, descobri.
Muito mais feliz voce, eu, uma pitada de emoção,
uma saudade irreverente, lembranças xodósicas,
na livre intimidade dos risos e do olhar de " te gosto".
Descobri e gosto, frequência irônica que me aparece e consegue reavivar a aura
num momento encantado e doce e que consegue escandalosamente
deixar-me viva!
ECCE MATTER!
CONTINUAR PRESENTE,
ERA TUDO QUE QUERIAS
SIMPLESMENTE....
PINTAÇÃO
É o seguinte...
Tô a fim de esquecer tudo e da tua amizade
Tô a fim de me negar e só te ver, "figura"
Tô a fim de desnudar-me e a ti
e encontrar Passárgada nas tuas entranhas
e encontrar-me num soluço medonho e incontrolado
Tô a fim de deitar e rolar e te amar e desvendar
o bau dos mistérios dos teus pensamentos e deixar meu ventro explodir
materializando energias num imenso fogaréu
queimando todos os resquícios de conceitos/preconceitos
bem mais for que o pulsar das veias.
Tô a fim!Prá meu filho, Miguel
CHEGANDO A HORA...
SEREI ETERNA ATRAVÉS DE TI...
FILHO MEU.
CIGANA
Gosto de aventurar-me por caminhos desconhecidos
mas...
Se me fosse dado o direito de escolher,
serias tu.
Se me fosse permitido o direito de dividir,
seria contigo
Se me fosse arbitrado o direito de me dar,
seria a ti.
Se me fossem colocadas à vista todas as verdades,
serias uma delas
Se me fosse permitido amar. com certeza te escolheria,
mas não posso.
COMO QUALQUER MADRUGADA
Por que é madrugada não me oponho e me entrego aos devaneios
e me desejo e te desejo e me libero e te libero
te quero e espero.
Sim... te quero e pouco importa. deu que eu afunde no meu poço/te poupo.
Deixa-me dar-me integral/total e tocar-te/amar-te e ser tudo e nada
Bom... Bem bom...
E, porque hoje é um dia qualquer, qualquer hora,tua presença/ausencia se faz tão marcante
Porque hoje, outro dia qualquer, tua ausencia/presença me invade de desejos
Incontidos
Indevassados
Incontrolados
e cheios de ternura
PIRAÇÃO EXPLÍCITA
Ei!
Que piração é essa?
De repente voce sério, leve, lindo e meus olhos
que te viam e percebiam, acordaram todos os sentidos
Ei!
Pirou tudo. Até o reepeito pela figura e o secundário
disse alto, firme e forte: Vai...
Fui!
Fui me certificar see eras reale se falavas
com estranhos/conhecidos.
Sou abusada!
Ei!
Meu secundário me traiu. És a tentação conceituada
És uma linda lenda, um casto rebelde, um mar calmo
uma pintura de emoções intensas, uma colônia de pescadores
uma rua de Olinda.
Mas é tudo o que eu gosto!
FANTASIAS
Por que lamentar o perdido?
Por que se vestir de passado?
Quando o viver é tão curto e cruel?
Por que faturar as ilusôes?
Quando o agora é vivo e as curvas do tempo
são tão difíceis de percorrer?
Por que não denunciar,
quando conscienciosamente impotentes
diante das injustiças?
Por que não lutar, quando a evolução lenta do social
só nos engole, esmaga e transforma cada ser
em não ser?
Por que calar, quando dentro de cada indivíduo
explode uma onde de ressentimentos
sem medidas?
Por que não pensar
e gritar
e falar
e lembrar
que cada homem só existe ante o respeito recíproco?
CONFIGURAÇÃO
Na verdade, sou covarde, confesso
Não sou o que me pede o coração,
com razão!
Como definir o provável, se o verdadeiro me foge?
Falta-me consciência, ciência, consistência
É bom, nao?
Mas hoje, véspera de amanhã, fala-me a razão que abafa, sufoca, mas
não mata a ternura
PARIDÍSSIMA!
Amigos?
Amigo querido, estávamos cada vez mais juntos e como te amava
Como sonhava quando te falava, quando sorria, quando me tocava e te sentia.
Passamos oito meses (foste precoce!) tão juntos e tão ligados um no outro
que, prá te separarem de mim tiveram que nos cortar, filho meu e tu choraste
e te olhei e mais te amei!
FILHO DO MEU CORAÇÃO!
FILHO DO MUNDO!
BUCHUDA
Eu sonhava contigo cada instante e me sentia
crescer e crescias,,,
Eu te tocava quando me tocava e ria e chorava
e me olhava no espelho e te olhava.
Estavas cada dia mais bonito e te falava
e te tocava quando me tocava e ria e chorava.
Crescíamos juntos e eu me sentia tão, mas tão pequena
quanto tu, quando te falava e ria e te rocava.
Eras lindo, eu sabia e me achava linda contigo ali,
enquanto crescias e crescíamos e te falava e ri
quando me tocava e te tocava
OVERDOSE
E lá nos classificados aquele anuncio:
"Vende-se alta dose de cinismo. Preço a combinar,
produto de "qualidade superior".
Aventurei-me...
Até que enfim encontro alguém tão cínico, a vender o "soma"
que nos faz viver melhor.
É um louco, pensei. Catei o endereç, telefone e parti.
Bati na porta e apareceu-me um velho. Incrível, mas era simpático!
Ofereci-lhe o que tinha, pelo que estava a vender.
Consegui!
Sou uma cínica!
Comprei a dosagem completa e parti, disposta a enfrentar o mundo.
Tentei aqui, ali, bati portas, arrombei grades,
pisei flores e te encontrei e senti quando chegaste manso e sério
e te olhei.
Cabalista, te analisei lenta e friamente, vaguei e penetrei (ou pensei)
no mundo do teu, que eu não conhecia e, mais uma vez te analisei e te risquei
Não tens nada!
Ledo e maldito erro!
Voltaste e me olhaste, sentiste o que pensei e te furtaste.
Mas olhei e te implorei, notaste. Sei que sim, e me desdenhaste.
Hoje, quando nossos olhos se encontram, peço-me calma e te toco
Não te quero, mas, por favor, não me deixes...
ESTRANHA VISAGEM
Mas... voce chegou devagar, sem bater, sem olher...
Abriu a porta de mansinho, como um velho conhecido
Olhou as coisas, todas nos lugares desarrumadas
Viu flores espalhadas, de papel, naturais, sorriu...
Passou a mão nos cabelos e sentiu a poesia.
De mansinho entrou, como um velho conhecido
Apalpou cada tudo com os olhos de menino desajeitado e,
de longe te observo e rio desejando que te acomodes.
Acordo e te vejo distante.
A porta que abriste e entraste, fecha-se ante mim, doce ilusão
Mas, poeta que sou, rio e te trago e te agrado e te arranho
e te fico comigo
VAZIO
No sonho, corro, grito, desmaio e morro
de prazer, de luxuria e procuro um rosto.
UM...
E ao abrir os olhos e o coração, e novamenmte pisar no chão,
encontro um vazio no quarto e
em MIM...
VIAGEM LOUCA
Vamos, procurem um coração que está perdido
Ajudem a encontrá-lo!
Aflita, sua parte física o chama.
Procurem-no, por favor! Ele é pequeno e está cheio de amor
Peço-lhes, por favor, encontrem-no!
Aflita, sua parte física o chama.
Ele está gritando, palpitando, mas está só.
É um coração sadio, que de repente começou a sentir uma dor estranha e,
Aflita, sua parte física o chama.
Bateu mais ràpidamente que o normal (o que há muito não acontecia).
Por favor, procurem-no, pelas ruas, pelas fábricas, nos ateliês dos artistas
Aflita, sua parte física o chama.
Procurem-no, ele está perdido e suponho que vagueia nalgum lugar com muitas árvores
donde se avista uma paisagem bucólica, e
Aflita, sua parte física o chama.
Por favor, se encontrarem um perdidoo coração, avisem-me
quero-o de volta, machucado, triste como o sinto, e não quer se aproximar, mas
Aflita, sua parte física o chama.
Volta, coração! Se me deixas, fico muito mais solitária e, dois sós
se entendem e se completam
Está aflita, a parte física que te chama.
Poetas, operários, afrtistas da vida, avisem se encontram um coração perdido
Avisem-me, pois sem ele a porta desta Casa de Solidâo ficará aberta
PARA SEMPRE.
os poetas quâo maravilhoso é amar.
Mas eu? Sou louca e essa loucura me afasta de braços
que sinto saudades e ansiedade.
Braços, pés, corpos que povoam meus sonhos de Louca.
Quando me sinto queimar, o corpo arder, a mente embotar.
Vejo mâos, pés, corpos que me apalpam e morro
Morro de saudades, de dor..
E tremo. E a vonta de gritar me toma o peito
e o calor do sangue que se agita, me alucina e enlouquece
SEM DESTINO
Encostar o rosto á janela, ver a chuva
ouvir seu lamento, ve-la escorrer sem destino.
Encostar o rosto à janela e, através do vidro fosco
ver teu vulto que se aproxima, És meu destno...
Alegria vã! Continuar mirando a chuva e deixar e melancolia envolver.
Teu destino?
Ver o que acontece com a água que cai...
deixar a melancolia envolver, soluçar e sentir o lamento
desesperar-se na esperança de ser feliz
Sem deixar de amar...
Não... nunça deixar de amar. Isto é destino, isto é vida,
é prazer é tesão, mistério e paixão
O amor não se profana...
GOSTO DE SAL
Alma insalubre, boca amarga, coração.
O pensamento embota, o pranto afoga, coração.
Tua/minha imagem, coração
separados;indóceis, coração
Olhas-me e te vejo,
como uma fotografia desbotada, coração
Procuro-me e a ti e tudo flui
se esvai e some, coração
como numa fotografia desbotada...
À FLOR DA PELE
Senti tua presença, tua voz, teu gesto amigo
Deixei-me envolver e mal posso te ver, ouvir, falar
Entras por todos os poros
Mexes com todo o meu ser
Mexes comigo, com minha alma
Tua voz, tua presença, tu, tua humildade, tua vivencia.
Ando e ouço-te, falo e estás junto, calo e te vejo
e te sinto e me manejas e cresce meu desejo
de envolver-te, deitar-me junto de ti, apenas junto
e deixar-me embalar por tua suavidade.
PRAZER
Lança tua rede no mar...
Recolhe-a...
Se encontrares um peixe triste e solitário,
Recolhe-o...
ERA SÓ UM RECADO
Pego o telefone decicida a tudo
disco e espero...
Alguém atende, ouço um pulsar rápido
de um coração, parece.
Será o meu?
As palavras morrem, o sangue gela
PARALISO...
Será meu coração que bate com tanta força?
CLICK...
FIXAÇÃO
Subitamente sinto-me voar
um alado a vagar desesperado
Frio mortal, banal,
ardido, desesperado.
Em volta o vazio revolto
rio/sorrio
desço devagar, sem forças, sem domínnio
sem fé.
Sai grito escondido!
Espalha-te no mundo e liberta e ser ferido,
cansado, vagabundo...
TESTE DE PRAZER
Fujo
Quando gostaria de ir, atirar-me, agarrar-me, arranhar-me
Quando meu ser é fogo
e arde
Quando meu coração palpita alto
e rápido
Fujo
Quando gostaria de ir, atirar-me, agarrar-me, arranhar-me
E rolar na areia e sentir a quentura
do meu/do teu/nosso calor
E gritar
e sentir-te espinho penetrante
E agarrar-me
tal meu desejo de ti...
ÚNICO VÍCIO
Puxo o cigarro e meu coração selvagem
luta contra tua presença
contra todo o meu eu.
Não posso, não quero e parto prá não sofrer
Sofrer mais
por te querer
Vejo a fumaça que se esvai, um sonho igual a vida
que me foge..
Não posse e devo lembrar que tudo está escrito
e que, meu coração selvagem
cavalga só...
SE QUIZERES
No espelho, que vejo?
tua figura que se vai...
Corro... o que quero?
agarrar-te e te vais...
Vazio... que vejo?
tua figura e o espelho.
Estendo-te as mãos súplices. Não adianta...
penso... Volta!
Olhas-me, ris e noto-me
tentando materializar-te
FICA!
EMBALOS DE QUALQUER DIA
Por que esta tristeza te invade e te confunde?
Por que este vazio no coração e na alma?
Deixa-te voar, pássaro sem asas.
Deixa-te levar pelo doce embalo ao sabor dos ventos!
Fica forte e aspira o perfume da flor que te fere o dedo
Ela é tão simples...
Deixa-te embalar dócil criança pelo que te cerca
e sente a perfeição do tudo.
Atende apelo do teu ser antes que a vida te sufoque...
ARQUIVO MORTO
Vale a pensa esquecer, sem tentar?
Então despreza e sofre...
E a certeza do que queres, sem tentar?
Então esquece e sofre...
Todos os teus atos exigem abertura
Todos os momentos exigem doação
Por que não arriscar se o queres?
Ridículo amar? Sois um verme...
Coraçã, lembra-te: o teu pulsar é vida
VIDA...
QUE MAIS QUERES?
TESÃO
Por que o corpo, porque?
se o espírito é leve e trtansparente
Por que o corpo, porque?
se a mente tem poderes e não percebes.
Por que o corpo, porque?
se a alma é doida e só te quer
Por que o corpo, porque?
PROXIMIDADE
Não sejas um caso, por acaso
Rua estranheza, tua distancia,
só me aproximam de ti
Tua cara séria, teu riso franco e simples
tua lembrança,
me fazem sentir saudade
Bom te esquecer, não te querer
prá não perder, prá na lembrança
sentir perto!
Tua cara séria, teu riso franco, tu
me envolveram e me fizeram nascer
e crescer(?)
Mas... te olho... te vejo...te sinto
e me parto...
CONTATO
É muito fácil amiga,
esconder os sentimentos.
Gostaria de poder falar-te, de ficar ao teu lado
de ouvir-te, criança que és...
Abre teu coração, o meu está fechado
e há muito não ri,
de amor...
Criança que és, abre teu coração
o meu sangra,
de ausencias...
Gostaria de ouvir-te
de falar-te, e me escondo
Gostaria de dizer-te e sentir-te um pouco
só um pouco,
Criança que és...
Se um dia entenderes, criança que és...
gosta-me um pouco
só te quero...
Criança que és...
Criança que acho!
Criança que não és!
Criança...
SATURAÇÃO
Por que esta indiferença?
por que olho em volta e sinto um vazio imenso
em torno do estar?
Por que esta indiferença?
por que o calor não chega e me aquece a face
e o coração?
Por que esta ausencia de mim?
se tudo necessita vibrar e sentir
prá não morrer?
Por que esta indiferença?
por que se o mundo e eu estamos nos oferecendo
oportunidades de momentos de êxtase?
CANSAÇO
Estou cansada e,
gostaria não fosse verdade
mas já não suporto o mundo,
as pessoas, a mim...
Cansaço...
olho em volta e vejo tudo negro
e procuro agarrar-me nálgo e nada...
deixo-me cair...
Deixo-me cair...
Onde? Quem me segura? Me levanta?
Acordo. Vejo um longo caminho
e pedras,
e forças,
e...
FRAGILIDADE
A capa que envolve o ser humano
é tão frágil
tal qual seu pensamento
A máscara olorida risonha/triste
um flagrante despeito do viver
O calor que envolve
o frio que sacode
o mar qre revolve
a dor que invade.
Caricaturas vibrantes
fortes/coloridas nesta roda viva
que confunde.
O abafado mndo consome e constrange
enquanto as faces
transpiram e a vontade
emerge
MOMENTOS
Olha... são raros os teus momentos
felizes e puros?
Aproveita!
Pensa... tudo que te cerca
te cansa e angustia?
Afasta!
O importante mesmo, é que
o minuto te possa parecer
Século!
Vive, vibra, ri...
sente-te humano e, acima de tudo
e de ti mesmo,
Ama!
Olha... sente a música de tua alegria
e decobre-te!
Sem dúvidas, teus momentos serão teus
somente teus,
se por eles te deixares embalar!
E o mundo... de tão acelerado, vais querer
Parar.
PARAR!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário