sexta-feira, 10 de outubro de 2014

MORAR EM PAÍS MENOS CONSERVADOR FAZ BEM À SAÚDE (VOU PRÁ LÁ)

Andres Stapff/Reuters







Mujica: segundo a Economist, reformas feitas no Uruguai fariam do mundo um lugar melhor



São Paulo - Alô, eleitor, a ciência adverte: viver num país conservador pode fazer mal para a suasaúde.


O aviso vem de um estudo americano. Por lá, os felizes cidadãos que vivem em estados administrados por governos liberais (equivalente aos de esquerda daqui), que priorizam os direitos sociais e se abrem para temas polêmicos, como legalização da maconha, aborto e casamento gay, levam uma vida mais saudável.


É que nesses lugares, os programas sociais têm mais força e as comunidades mais pobres e isoladas recebem mais apoio.


Mas até os mais ricos, que não precisam dessa ajuda, sentem os benefícios: aqueles que vivem em cidades liberais têm hábitos mais saudáveis (bebem e fumam menos e se exercitam mais).


Dá pra entender o motivo das bebedeiras entre os cidadãos governados por conservadores…


Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de combinar os dados de três estudos diferentes: uma delas avaliava a saúde dos participantes (Behavioral Risk Factor Surveillance System), outra media os níveis de confiança social (Gallup Healthways Survey), e a última checava as taxas de liberalismo e conservadorismo nos estados americanos.


No total, mais de 450 mil pessoas foram incluídas na pesquisa.


É, pelo jeito a vida por aqui deve ficar mais difícil nos próximos quatro anos – o Congresso recém-eleito é o mais conservador desde 1964.


Mas, ok, há uma saída: morar perto de vizinhos bacanas. Quando os participantes viviam próximos de pessoas honestas e prestativas, os hábitos saudáveis também cresciam.


“Fatores sociais têm influência. Pode ser que os programas do governo ou o ‘capital social’ (ter o apoio de quem nos rodeia) influencie nossa saúde”, confirma Ed Diener, um dos autores da pesquisa.


Viu só que responsabilidade tem seu voto?


(Na foto, o presidente do Uruguai, Pepe Mujica. Segundo a Economist, as reformas feitas no Uruguai fariam do mundo um lugar melhor.)






Mujica te convida a morar no Uruguai

Mujica quer que cidadãos do Mercosul possam ter residência permanente no Uruguai. Texto, enviado pelo presidente uruguaio ao parlamento do país, precisa ser aprovado por deputados e senadores

Pelo projeto de lei enviado por Mujica ao Parlamento, residência permanente passa a ser automática

O presidente uruguaio José Mujica enviou nesta terça-feira (29/01) ao Parlamento uruguaio um projeto de lei que concede residência permanente a todos aqueles cidadãos dos países do Mercosul com a única exigência de confirmar a nacionalidade. O texto precisa ser votado por deputados e senadores para entrar em vigor.

O projeto de lei também facilita a residência permanente no Uruguai a “cônjuges, concubinos, pais, irmãos e netos” de uruguaios, para facilitar a entrada de famílias com diferentes nacionalidades retornando ao país.

Essas mudanças na legislação migratória obedecem à nova política nacional de vinculação e retorno dos uruguaios estabelecidos no exterior. Na justificativa do projeto de lei, Mujica diz que ele também se alinha ao espírito do Acordo de Residência do Mercosul, assinado em 2002 em Brasília.

Atualmente, para um nacional do Mercosul estabelecer residência no Uruguai, deve passar, primeiro, por um período de dois anos de residência temporária. Somente após esse período, pode solicitar a residência permanente. O processo ainda inclui, entre outros requisitos, a apresentação de um carnê de saúde, antecedentes penais e certidão de nascimento.

Segundo o projeto de lei, a finalidade da norma proposta “se origina na vocação integracionista do país, tanto em relação aos nacionais que residem no exterior e retornam, como em relação aos nacionais dos Estados Partes do Mercosul e Estados Associados”.
Argentinos e brasileiros

Há poucos dias, o jornal uruguaio El País informou que o número total de residências outorgadas apresentou um aumento considerável no último ano. Enquanto que, em 2012, foram concedidas 2.426, em 2013 foram 5.885, o que se traduz em um crescimento maior ao que se produziu logo após a aplicação da Lei de Migração de 2008.

O número de pedidos é liderado pelos argentinos, que, em 2013, tiveram 1.645 permissões definitivas outorgadas, contra 461 em 2012. O número de brasileiros radicados no Uruguai também apresentou um aumento em 2013, com 634 novas residências, contra 305 em 2012.

Rafael Reis, Opera Mundi

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