segunda-feira, 31 de dezembro de 2018


NOTA POLÍTICA  
MILITANTES, NÃO MILITONTOS


Colaboratório.org
Publicado por Maristela Farias11 min




Hoje é dia 31 de dezembro de 2018. Nosso ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso, trancafiado numa cela escura e obscura, creio eu, na Policia Federal, graças aquele que será amanhã dia 01 de janeiro de 2019, Ministro do Messias a quem serviu com “fidelidade” canina não ao eleito, mas aos que o cercaram há já algum tempo, desde o 2013 como escrevi em artigo anterior e voltarei a publicar outro amanhã, quando começou essa debacle, que vamos ter de enfrentar de cabeça erguida e com a certeza que saímos perdedores sim e que vai sei difícil e distante nos libertarmos da lama, semelhante a que se abateu e destruiu e matou no município de Mariana, considerado o maior desastre do mundo envolvendo barragens de rejeito. Mas como foi no estado do Aécio, tudo bem até porque falta muito até que se resolvam as vidas de todos os atingidos.
O que nos resta? Lembrei de um artigo de Frei Leonardo Boff e fui procurar para que nos sirva de lição durante os momentos terríveis ou não, que teremos de enfrentar, até que tenhamos o Lula Livre e possamos, mesmo protegendo-o dos abutres e de cabeça fria, atravessarmos esse momento de horror que temos que atravessar. Afinal o sermos militantes não nos pode permitir continuar nos erros que sabemos perfeitamente existiram entre nós e podem ficar certos, minha revolta maior é exatamente saber e não entender porque o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva confiou tanto?
Gostaria que, com estes “Diez consejos navideños y de fin de año para los militantes de Izquierda” possamos repensar seriamente sobre tudo que aconteceu ao nosso país, a sociedade como um todo e principalmente aos dirigentes do Partido dos Trabalhadores desde o núcleo central até as bases distribuídas no país inteiro e que infelizmente, sem rumo e sem direção, sem orientação e sem apoio, se diluíram e perderam o senso da importância do trabalho militante.
Copiando ipse litteri o que escreveu Leonardo Boff, “Eu diria que militantes de esquerda, somos todos aqueles que, sem nos chamarmos de esquerdistas, acreditamos no projeto de um mundo melhor, em solidariedade com os oprimidos e na luta pela imposição da justiça social.”
Por favor, que não desprezemos estes 10 itens para que, de cabeça erguida possamos aceitar e assumir uma postura que não seja apenas de desprezo, mas de reflexão para enfrentarmos os quatro, oito, doze sei lá quanto, com dignidade e com luta. Pensando que muitos dos que hoje nos pedem apoio estavam lá nos 2013 e seguintes, vestidos de camisa amarela e empunhando, como se donos fossem, a bandeira que sempre foi de nossa pátria e que eu, tenho vergonha de empunhar.
1. Mantenha a indignação viva.
Verifique periodicamente se você é da esquerda. Adote o critério de Norberto Bobbio: para a direita, a desigualdade social é tão natural quanto a diferença entre o dia e a noite. A esquerda, por outro lado, considera uma aberração que deve ser erradicada.
Atenção: Você pode estar contaminado pelo vírus social-democrata cujos principais sintomas são usar métodos de direita para obter conquistas da esquerda e, em caso de conflito, agravar os pequenos para não parecer mal com os grandes.
2. A cabeça pensa onde estão os pés.
 Você não pode ser da esquerda sem "ficar sujo", (com)* sapatos onde as pessoas vivem, sofrem, se alegram e celebram suas crenças e suas vitórias. Teoria sem prática é jogar o jogo para a direita.
3. Não tenha vergonha de acreditar no socialismo.
O escândalo da Inquisição não levou os cristãos a abandonar os valores e propostas do Evangelho. (preste atenção nisso!)*. Da mesma forma, o fracasso do socialismo na Europa Oriental não deveria induzir a descartar o socialismo do horizonte da história humana.
O capitalismo, eficaz há 200 anos, tem sido um fracasso para a maioria da população mundial. Hoje somos 6 bilhões de habitantes. Segundo o Banco Mundial, 2 mil e 800 milhões sobrevivem com menos de 2 dólares por dia; e 1 mil 200 milhões com menos de 1 dólar por dia. A globalização da pobreza não é ainda maior graças ao socialismo chinês que - apesar de seus erros - garante alimentos, saúde e educação para 1,2 bilhão de pessoas.
4. Seja crítico sem perder a autocrítica.
Muitos militantes da esquerda mudam de lado quando perdem a perspectiva. Deslocados do poder tornam-se amargos e acusam seus companheiros (as) de erros e vacilações. Como Jesus disse, eles vêem a palha no olho dos outros e não o raio em si mesmos. Eles não se esforçam para melhorar as coisas. Eles se tornam meros espectadores e juízes e, logo depois, são cooptados pelo sistema.
A autocrítica não é apenas admitir os próprios erros. Aceita a crítica dos parceiros (as).
5. Conheça a diferença entre militante e "militonto".
"Militonto" é o que se orgulha de estar em tudo, de participar de todos os eventos e movimentos, de atuar em todas as frentes. Sua linguagem é cheia de lugares e slogans comuns e os efeitos de suas ações são superficiais.
O militante aprofunda suas ligações com o povo, estuda, pensa, medita, qualifica de determinada maneira e área de ação ou atividade, valoriza os vínculos orgânicos e projetos comunitários.
6. Seja rigoroso na ética da militância.
A esquerda age por princípios. O direito, por interesses. Um ativista da esquerda pode perder tudo - liberdade, emprego, vida - exceto moralidade. Por desmoralizar, desmoraliza a causa que defende e incorpora. Empresta um serviço inestimável à direita.
Existem canalhas disfarçados de militantes da esquerda. Esses são sujeitos que pensam, primeiro, em sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, eles buscam primeiro seu interesse pessoal.
O verdadeiro militante - como Jesus, Gandhi, Che Guevara - é um servo, disposto a dar sua própria vida para que outros possam viver. Ele não se sente humilhado porque não está no poder nem orgulhoso de sua posição. Ele não se confunde com a função que ele cumpre.
7. Coma com a tradição da esquerda.
A oração é necessária para cultivar a fé, o amor para nutrir o amor de um casal, "retornar às fontes" é necessário para manter o ardor da mística da militância. Aprenda a história da esquerda, leia (auto) biografias como "El diario del Che na Bolívia" ou romances como "La madre" de Gorki ou "Vinas de la Ira" de Steinbeck.
8. Prefiro o risco de errar com os pobres para ter a pretensão de estar certo sem eles.
Viver com os pobres não é fácil. Primeiro, há uma tendência para idealizá-los. Mais tarde descobre-se que entre eles existem os mesmos vícios que existem em outras classes sociais. Eles não são melhores ou piores que outros seres humanos. A diferença é que são pobres, isto é, pessoas privadas injustamente e involuntariamente dos bens essenciais para uma vida decente. É por isso que estamos do lado deles. Por uma questão de justiça. Um ativista da esquerda nunca transfere os direitos dos pobres e sabe como aprender com eles.
9. Sempre defenda os oprimidos, embora ele aparentemente não esteja certo.
Há tantos sofrimentos dos pobres do mundo que você não pode esperar deles atitudes que nem sempre aparecem na vida daqueles que tiveram uma educação refinada. Em todos os setores da sociedade existem corruptos e bandidos. A diferença é que, na elite, a corrupção é feita com a proteção da lei e os bandidos são defendidos por mecanismos econômicos sofisticados, que permitem a um especulador levar um país inteiro à penúria.
A vida é o maior presente de Deus. A existência da pobreza clama ao céu. Nunca espere ser entendido por aqueles que permitem a opressão dos pobres.
10. Faça da oração um antídoto para o alinhamento
Orar é ser questionado pelo Espírito de Deus. Muitas vezes deixamos de orar para não ouvir o chamado divino que nossa conversão exige, isto é, uma mudança na direção de nossa vida. Nós falamos como militantes e vivemos como burgueses, ricos ou na posição agradável daqueles que são juízes daqueles que lutam.
Este artigo foi publicado no TELESUR.net, dia 25 de dezembro de 2018 e eu copiei integralmente pensando que a partir de amanhã, dia 01 de janeiro, teremos que enfrentar um sistema que a maioria dos jovens não conhece, mas que precisam entender que traidores existem e deles precisamos ficar distantes.
Maristela Farias
Jornalista DRT 1778/PE

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