O ARTISTA PLÁSTICO
ITAÚ CULTURAL
Ariano Suassuna: "Não aceito a tendência moderna de separar a linguagem do sentido, pois acho que elas fazem um todo, no qual o sentido tem maior importância".
Aloisio Magalhães: "Bem, essas são indagações bem estranhas ao campo da pintura e eu não sou senão um pintor, com todas as limitações e vantagens que a definição de atitude significa. Mas, até onde posso perceber, não se trata de prioridade de uma ou de outra, trata-se da maneira de encará-los. Quando ouço uma frase, posso tomá-la como portadora de um pensamento ou como simples aglomerado de palavras".
(Diálogo do escritor paraibano Ariano Suassuna com Aloisio Magalhães sobre a natureza de sua pintura, em 1958. Amigos, os dois conviveram na Faculdade de Direito do Recife.)
Como pintor, Aloisio Magalhães estava, em certa medida, na contramão da arte Brasil. Nas décadas de 1950 e 1960, um projeto construtivo marcava a arte concreta brasileira. "Tenho um certo mal-estar – que acredito não lhe ser estranho – diante dessas classificações esquemáticas", disse ele em diálogo com Ariano Suassuna.
Para Aloisio Magalhães, interessavam-lhe, primeiramente, as cores e a paisagem brasileiras, os temas de seu país. Fez assim pinturas abstratas e aquarelas. Inicialmente, trabalhava em seu ateliê de pintura na Rua Aurora, margeada pelo Rio Capibaribe, no Recife, cidade cercada por água (e, não por acaso, escreveu o crítico e historiador da arte brasileira, Clarival do Prado Valladares, que Aloisio Magalhães foi um "pintor da imagem refletida").
Ariano Suassuna: "Não aceito a tendência moderna de separar a linguagem do sentido, pois acho que elas fazem um todo, no qual o sentido tem maior importância".
Aloisio Magalhães: "Bem, essas são indagações bem estranhas ao campo da pintura e eu não sou senão um pintor, com todas as limitações e vantagens que a definição de atitude significa. Mas, até onde posso perceber, não se trata de prioridade de uma ou de outra, trata-se da maneira de encará-los. Quando ouço uma frase, posso tomá-la como portadora de um pensamento ou como simples aglomerado de palavras".
(Diálogo do escritor paraibano Ariano Suassuna com Aloisio Magalhães sobre a natureza de sua pintura, em 1958. Amigos, os dois conviveram na Faculdade de Direito do Recife.)
Como pintor, Aloisio Magalhães estava, em certa medida, na contramão da arte Brasil. Nas décadas de 1950 e 1960, um projeto construtivo marcava a arte concreta brasileira. "Tenho um certo mal-estar - que acredito não lhe ser estranho - diante dessas classificações esquemáticas", disse ele em diálogo com Ariano Suassuna.
Para Aloisio Magalhães, interessavam-lhe, primeiramente, as cores e a paisagem brasileiras, os temas de seu país. Fez assim pinturas abstratas e aquarelas. Inicialmente, trabalhava em seu ateliê de pintura na Rua Aurora, margeada pelo Rio Capibaribe, no Recife, cidade cercada por água (e, não por acaso, escreveu o crítico e historiador da arte brasileira, Clarival do Prado Valladares, que Aloisio Magalhães foi um "pintor da imagem refletida").
Em 1952, foi para a Europa onde, por dois anos, estudou museologia no Louvre (Paris) e aprendeu a fazer gravura - técnica com a qual se familiarizou. Ao retornar, começou a expor sua obra: no Recife, no Departamento de Documentação e Cultura, na Bienal Internacional de São Paulo (três vezes), no Salão Nacional de Arte Moderna.
Em 1956, apresentou no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) a exposição A Aventura da Linha, que trazia uma apresentação de Ariano Suassuna, amigos desde o tempo da faculdade. Nesse mesmo ano, realizou uma mostra nos Estados Unidos, na Pan-American Union, em Washington. Logo em seguida, em 1957, expôs na Roland Aenlle Gallery, em Nova York. Nessa exposição, Alfred Barr, então o curador do Museum of Modern Art (MoMA), adquiriu para o acervo do museu a obra Paisagem, de 1956. Daí em diante, Aloisio Magalhães participou de algumas outras mostras, chegando a integrar a representação brasileira da 30a Bienal de Veneza
Canaviais, anos 1950. Óleo sobre tela, 70x50cm. Aloisio Magalhães.
Sem Título, 1957. Tinta tipográfica sobre tela, 50x70cm. Aloisio Magalhães.
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