quinta-feira, 17 de junho de 2010

FRASES QUE NÃO GOSTO

Eu tinha que abrir esta página, com a frase a seguir, salientando que foi exatamente a "bela", que me fez abrir mais este capítulo dentre meus blogs, que não têm assuntos tão importantes, mas satisfazem em parte, meu exercício de leitura e escrita que estavam abandonados pelo acúmulo de trabalho durante tantos anos. Daí mais uma tentativa de encontrar um caminho para num determinado momento descobrir como transformar tudo isso num trabalho mais bonito.
Bom, vamos começar com a frase que me estimulou esta página no blogger. A primeira de tantas pérolas que alguém falou e eu consegui pescar. Tirando aquela "relaxa e goza", o que for transcrito aqui, de alguma forma agrediu ou satisfez minha curiosidade pelo que os outros falam e dizem. Vamos lá:

William Benett, autor de um best-seler intitulado "Livro das Virtudes", agraciado com o prêmio Pulitzer, ex-responsável pelo combate às drogas no governo Bush e ex-secretário de educação do governo Ronald Reagan, considerado "paladino da moral", manifestou como "sumidade" uma enérgica convicção sobre Racismo e Criminalidade. No programa Good Morning America, "tratando da alta criminalidade nos EUA, respondendo à pergunta de um ouvinte, vomitou, no ar, macabro pragmatismo etnológico do Partido Republicano como resposta: "... SE É VERDADE QUE VOCÊ QUER REDUZIR A CRIMINALIDADE, PODERIA, SE ESSE FOSSE SEU ÚNICO OBJETIVO, ABORTAR TODO BEBÊ NEGRO NESTE PAÍS, E SEU ÍNDICE DE CRIMINALIDADE IRIA CAIR". Esta eu li no artigo do Sr. Jonas Ferreira Lima, Membro da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas e publicado no Diário de Pernambuco. (28/07/2007 - 21:24)

"A responsabilidade da televisão em tudo isso é enorme. Não enquanto meio ‘técnico’, mas enquanto instrumento de poder e poder ela própria. (...) É no espírito da televisão que se manifesta concretamente o espírito do novo poder. (...) O fascismo, no fundo, não foi capaz nem de arranhar a alma do povo italiano: o novo fascismo, através dos novos meios de comunicação e informação (especialmente a televisão) não só a arranhou, mas a dilacerou, violentou, contaminou para sempre." (Os jovens infelizes – antologia de ensaios corsários, Editora Brasiliense, 1990.)

ESTA NÃO É UMA FRASE. SÃO FRASES AS QUAIS TINHA QUE ACRESCENTAR UM COMENTÁRIO PORQUE TUDO ESTÁ ME HORRORIZANDO

A SOPA DE TAPURU
(POR FAVOR LEIA)
Este artigo foi publicado no Diário de Pernambuco e foi escrito pelo jovem médico Tiago Acioli, num desabafo sobre a sua solidão pessoal em seu trabalho, para o qual se preparou e se prepara todos os dias. Dr. Tiago Acioli é uma voz triste de uma situação que atinge não só aos médicos como categoria comprometida com a vida dos cidadãos, mas aos próprios, quando se vêm sem atendimento a si e aos seus familiares. A situação da saúde em nosso país, como tantas outras áreas de nossa sociedade não beira o caos, é um caos e, como sempre, culpados são os profissionais que lutam por uma vida melhor. Ao longo dos dias, em que espoucam greves no ministério da cultura, na educação, na saúde tenho lido uma pergunta hipócrita por parte de quem analisa a questão: "estão lutando por salários, por que não por melhores condições de trabalho?"....
Repito, é hipócrita esta afirmação de que os profissionais estão apenas lutando por melhores salários. Quem não deseja trabalhar muito e receber dignamente pela função que desempenha? Qualquer um e não me venham dizer que salário não é base para uma vida digna e respeitosa, porque não acredito. As condições de trabalho são uma obrigação do estado. Este sim, tem que oferecer aos médicos, professores e demais profissionais as condições para que possam desempenhar suas funções. Pedir medicamentos, livros, com toda propaganda enganosa que é divulgada na mídia me parece redundância, haja vista que o Brasil que aparece na mídia não é o Brasil que nós cidadãos estamos vivendo e para quem não entende e apenas vê a propaganda paga na Tv, parece mentira que faltem tal estrutura recaindo a culpa sobre os profissionais. No entanto a verdade sòmente os trabalhadores o sabem e todos nós que lutamos em determinadas áreas e que dependem de políticas públicas. É muito bom para o Estado atribuir aos médicos, professores, comunicadores comunitários e outros, que eles, os trabalhadores, é que estão errados e agindo de forma ilegal. Dia desses ouvi o ex-ministro Ozires Silva dizer num programa da Band, que a lei no Brasil é feita para os bons, para aqueles que trabalham, que têm uma vida pautada pela ética e nunca achei uma frase tão pertinente para demonstrar o estado de caos em que está este país.
Estamos criando um barril de pólvora. Estamos sendo olhados e vigiados como se inimigos fôssemos. Parece... eu ia dizer parece, mas nós estamos em uma ditadura, principalmente quando a classe média se pronuncia e começa a dar demonstração de impaciência com as coisas que acontecem no dia a dia. A classe média hoje é taxada de elitista, nojenta e marginal porque está sofrendo e passando por situações inimagináveis. Não sou classe média... Não tenho dinheiro...Não posso mais comprar livros... Não posso mais ir a um cinema ou teatro,.. Não posso mais comprar um CD ou um DVD... Minha TV a Cabo não posso mais pagar... Pago minhas contas com atrasos... e tem mais coisas que nem dá prá falar aqui. Por isso, acho que estamos medrosos e hipócritas, ouvindo tanta gente falar tanta merda que dá vontade de dar descarga, mas não podemos mais aceitar as coisas como estão. Tem que haver equilíbrio e os governantes têm que lembrar que entre as classes que estão sendo protegidas pelas bolsas família, escola, pontos de cultura, crianças esperança, e outras hipocrisias e aqueles que estão com todo o dinheiro do país, e incluo autoridades eleitas e seus familiares, existem pessoas que pensam e que com seus trabalhos movem este país. Pessoas que estão espremidas e oprimidas, e parece que ninguém está vendo. São estas que vaiam porque não são multidão... São elas que protestam, que fazem greves, que reivindicam, que precisam voltar a viver. Equilíbrio... apenas isso estão pedindo e um barril de pólvora está se formando.
Não acredito que aqueles que estão contra esssa classe oprimida, também não estejam sentindo os efeitos dessa crise que se avoluma na país. Não acredito e parabenizo ao Dr. Tiago Acioli pela delicadeza de seu desabafo e entendo perfeitamente a dignidade de todos que estão reivindicando uma qualidade de vida que lhes está sendo usurpada, como se chamar atenção para tais problemas fosse um atentado à governabilidade.
DIGNIDADE JÁ PARA QUEM TRABALHA E CONSTROE ESTE PAÍS QUE EXIGE SEJAM TODAS( SEM EXCEÇÃO) AS PESSOAS TRATADAS COM RESPEITO E DIGNIDADE E QUE NÃO SEJAM CONSIDERADOS INIMIGOS PORQUE APENAS DESEJAM UMA VIDA MELHOR.
NÃO ADIANTA PROVOCAR ESSA BRIGA DE CLASSES QUE ESTÃO TENTANDO PROMOVER, PORQUE NÓS PENSAMOS E FALAMOS COM NOSSOS FILHOS, NOSSOS AMIGOS E TAMBÉM TEMOS O RECURSO DA INTERNET PARA COLOCAR NOSSAS POSIÇÕES.
leia...
SOPA DE TAPURU
”O diabo está tão globalizado que está até fazendo merchandising. Resolveu abrir uma filial do inferno aqui no Recife. Mais precisamente na Avenida Agamenon Magalhães s/n, no derby. Na fachada colocaram o nome Hospital da Restauração, mas não se engane. Aquilo ali é só um disfarce para esconder a verdadeira intenção de Lúcifer.
Sou um médico, de 28 anos, fiz residência, fiz concurso público, orgulho da família e empolgado com a minha profissão. Sempre estudando, me atualizando, planejando fazer mestrado e doutorado, ter uma família, sustentar os filhos, ser feliz. Enfim, como qualquer brasileiro, procurar o seu lugar ao sol. Amo o que faço, não sei fazer outra coisa, mas quase morri de espanto quando, hoje, percebi que trabalho numa franquia do inferno.
Não tenho vergonha de dizer que ando sofrendo de depressão, como vários colegas meus também sofrem em segredo. Chego no hospital, vejo a bandalheira gera, pessoas morrem na sua frente, outras em agonia e você está lá, mas não sabe o que fazer. Às vezes falta o básico do básico, falta até máscara! Meus amigos estão se tratando de tuberculose. Uma nova epidemia entre os médicos. A gente adoece também, sabia?
Nossos colegas da UTI chegam lá na emergência têm a árdua tarefa de “escolher” quem vai morrer e quem não vai, pois há uma lista de pelo menos 30 pacientes necessitando de UTI e não há vagas. Como é que se faz pra escolher entre 30 pacientes graves quem vai subir pra UTI e talvez se salvar e deixar os outros 29 que com grande chance irão morrer?
É comum ter pesadelos, é comum ter às vezes uma alteração de humos, ter dificuldades de relacionamento com outras pessoas. Você só vive estressado, dorme mal, ganha mal, arrisca a sua própria saúde. Por quê? Por quê? Com certeza não é por causa do salário que o governo do estado nos paga.
Ontem vi uma cena digna de uma história de pescador, mas fotografei, tenho testemunhas, posso provar. Às 22h do dia 26 de julho o Dr. Martinho Medeiros (cirurgião buco-maxilofacial) e sua equipe saíram pra jantar no refeitório do hospital e foram servidos com uma sopa. Ao dar a primeira colherada, ele viu uma iguaria a se mexer na sua colher, era uma larva, um tapuru. Das duas uma: ou contrataram um chef novo na casa que tem tendências da culinária indiana e resolveu criar esse prato exótico, ou realmente estamos vendo que até na cozinha do hospital o diabo tomou conta.
Essa onda de demissão em massa dos médicos de Pernambuco é o resultado de uma insatisfação crônica com as condições de trabalho aviltantes, com esse salário risível que recebemos, com essa piada que se tornou o SUS. Além de tudo somos humanos, temos dignidade e acho que agora estamos em busca do auto-respeito. Por isso, nesta segunda-feira (ontem, dia 30 de julho de 2007), eu e vários colegas da Clínica Médica do Hospital da Restauração e do Hospital Getúlio Vargas iremos assinar a nossa carta de demissão.
Melhor é perder um emprego que perder a saúde, melhor ir trabalhar na Paraíba, se mudar daqui do que ficar aqui nessas condições. Amo muito meu Pernambuco, mas ando pensando seriamente em migrar daqui, como vários colegas meus já fizeram. Um dia espero que esse inferno acabe e que a nossa sociedade tenha o seu direito garantido. Saúde, direito de todos, dever do estado!”
*Tiago Acioli é médico da emergência do Hospital da Restauração e Médico Intensivista da UTI do Hospital Universitário Oswaldo Cruz

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