domingo, 20 de outubro de 2019

POR QUE A INCAPACIDADE DO BRASIL SER UMA POTÊNCIA E ACEITAR CERTOS DESVIOS GOVERNAMENTAIS EM NOME DE UMA ELITE ATRASADA?



NOTA POLÍTICA





PREPARANDO O ESTADO PARA SOBERANIA - UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
Li este artigo/estudo escrito por  Felipe Quintas, doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense, Gustavo Galvão, doutor em economia e autor de: “As 21 lições das Finanças Funcionais e da Teoria do Dinheiro Moderno (MMT)” e Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado

Em 2015 quando o jornalista Fernando Brito divulgou uma informação que o Brasil era dos países com mais de 2 milhões de km quadrados, 100 milhões de habitantes e PIB superior a 600 bilhões de dólares. Os outros eram Rússia, China, índia e Estados Unido e apenas o Brasil não possuia nem desenvolvia armas nucleares, nem exercia soberania na condução da Nação. Era quase uma Colônia, mas o que melhor dispunha de recursos naturais, terras abundantes, aquíferos, climas diversificados e minerais para SE DESENVOLVER DE MODO AUTÔNOMO.
Agora leiam e aceitem como verdadeiro, se assim o acharem, que a mais forte razão da incapacidade de o Brasil ser uma potência, reside no fato do longo e permanente tempo do regime de escravidão e submissão ao qual mais da metade da população brasileira foi e continua sendo mantida. Segundo Herbert Aptheker (Uma nova história dos Estados Unidos: a era colonial, tradução de Maurício Pedreira, Civilização Brasileira, RJ, 1967): “o ponto fundamental da contribuição da África ao desenvolvimento do capitalismo europeu e das colônias americanas – e do capitalismo estadunidense – não está no tráfico de escravos, por mais lucrativo que fosse. Está mais na escravidão, no trabalho forçado e gratuito de milhões de negros durante mais de dois séculos”.
Se você chegou pacientemente até aqui, pergunto: Vamos ter que aceitar para sempre, que a escravidão nos deixou esse povo indolente e de cabeça baixa? Reflita porque outros motivos segundo os autores, impediram, nos raros períodos de governos nacionalistas, a permanência de algumas conquistas fundamentais. No Governo Geisel, por exemplo, o Brasil desenvolveu, com pessoal, tecnologia e materiais nacionais, o hardware e o software da construção de minicomputadores. Hoje toda informática, tanto de equipamentos quanto dos sistemas, é importada de uma forma ou de outra.
Desde  Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil, o governo foi estruturado de acordo com o Regimento Português de 1548,  com um órgão para  Fazenda e outros para a Justiça e para a Defesa, conduzidos pelo provedor-mor, pelo ouvidor-mor e pelo capitão-mor.
Para o atendimento psicossocial (educação e comunicação) veio o jesuíta Manuel da Nóbrega. Olhem bem que as Capitanias Hereditárias foram um fracasso, mas essa área do jesuíta, ficou privada, entregue à Igreja Católica, à Companhia de Jesus., os "soldados de Cristo", pivatizando a comunicação social que até hoje acompanha a história do Brasil.
ACOMPANHA ATÉ HOJE... VAMOS LÁ PARA ENTENDERMOS E FAZERMOS AS CORRELAÇÕES COM A SITUAÇÃO ATUAL.
A estrutura organizacional do primeiro governador, Tomé de Souza, se repete, com inclusão das relações exteriores, imprópria para a colônia formal, por todo período do Império.
1) Se nos EUA, ainda colônia, foi criada em 1635 a escola pública Boston Latin School e, no ano seguinte, fundada em Cambridge a Universidade de Harvard, no Brasil a educação passou todo período colonial sem qualquer importância, sendo terceirizada aos jesuítas até sua expulsão, em 1759, com a reforma administrativa do Marquês de Pombal.
2) Aos escravos era proibida qualquer instrução e os filhos dos senhores de terra, quando eram alfabetizados, seus mestres eram padres ou escravos muçulmanos. E estes futuros senhores iam para Portugal para receber a doutrinação colonizadora.
3) Apenas com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, foram abertas as primeiras escolas militares e a de medicina, esta na Bahia.
4) O primeiro Ministério da Educação e Saúde Pública surge com Getúlio Vargas.
E AÍ, PENSE BEM, SE VOCÊ CONSEGUIU LER ATÉ AQUI. COMO UM PAÍS DESCOBERTO EM 1500, em 1549 é fundada a primeira escola do Brasil, em Salvador, por um grupo de jesuítas, que também funda a segunda, em 1554, em São Paulo – a data marca também a fundação da cidade. Ensinava-se a ler, escrever, matemática e doutrina católica.
5 Por todo o século XIX e até a Revolução de 1930, o Brasil se inseriu como BASE PERIFÉRICA, primário-exportadora e importadora, das revoluções que deram nova feição às sociedades ocidentais: a I Revolução Industrial, meados do século XVIII – do carvão e das máquinas a vapor e mecânicas -, a Revolução Francesa, de 1789 a 1815 – da ascensão da burguesia e da nova estrutura de poder – e a II Revolução Industrial, início do século XX – da eletricidade e do petróleo.
6) Para a elite dirigente do Brasil, o País continuou uma colônia fornecedora de produtos primários para comercialização por empresas e estados estrangeiros, produtos sem os quais a acumulação capitalista nos centros seria bastante dificultada.
VAMOS COMEÇAR A ENTENDER O QUE ACONTECE COM QUE DEFENDE O BRASIL?
7) A elite paulista (lembram do PATO?) contra Getúlio Vargas foi o INCONFORMISMO COM A PRIORIDADE DADA À INDUSTRIALIZAÇÃO EM BASES NACIONAIS E O DESENVOLVIMENTO VOLTADO PARA DENTRO E, EM CONSEQUÊNCIA PARA QUE O BRASIL DEIXASSE DE "SER UM PAÍS EMINENTEMENTE AGRÍCOLA"
ALGUÉM NOTOU ALGUMA VEROSSIMILHANÇA ENTRE A PÓSIÇÃO INDUSTRIAL DE GETÚLIO E A POSIÇÃO SOCIAL DO LULA?  E O ÓDIO QUE A ELITE SINALIZOU CONTRA GETÚLIO QUE SUICIDOU-SE E O ÓDIO CONTRA LULA QUE ESTÁ PRESO? VAMOS PARAR E PENSAR ATÉ PORQUE
8) VAMOS COMEÇAR A ENTENDER O QUE ACONTECE COM QUEM  DEFENDE O BRASIL?
Os estudiosos dão destaque aos demais  Presidentes, não vou fazer isso iria alongar demais, no entanto vou, aproveitando o estudo e até  recortando,  vou falar apenas de  Prudente de Moraes  e Campo Sales que  dirigiram seus governos para os interesses políticos das grandes oligarquias agrárias, em especial a cafeeira. Podemos até dizer, com uma ponta de maldade, que o setor agrícola nacional  não precisava de um Ministério, pois tinha a própria Presidência da República.
ALGUMA NOVIDADE OU MERA SEMELHANÇA?
HOJE O GOVERNO TEM O SILVIO SANTOS, O VEIO DA HAVAN, O FILÓSOFO DOIDO QUE NÃO É FILÓSOFO OLAVO DE CARVALHO, QUE JÁ DEU A SENHA E BOLSONARISTAS JÁ ESBOÇAM O RECRUDESCIMENTO DO REGIME RUNO A UMA DITADURA MILITAR-EVANGÉLICA, ALGUMAS IGREJAS EVANGÉLICAS NÃO DEVO DIZER TODAS, UMA MINISTRA MALUCA DO PÉ DE GOIABEIRA E NEM ADIANTA CITAR OS OUTROS, GENTE QUE NUNCA OUVIMOS FALAR MILITARES QUE ESTÃO DE BOCA FECHADA DIANTE DO ESCÁRNIO QUE ESTA NAÇÃO ESTÁ SOFRENDO,  MINISTRO E PROCURADOR DESMORALIZADOS PELO GRANDE JORNALISTA GLENN  GREENWALD, DO INTERCEPT, JORNALISTA, ADVOGADO CONSTITUCIONALISTA, AUTOR DE QUATRO LIVROS DENTRE OS MAIS VENDIDOS DO NEW YORK TIMES. NEM VOU FALAR MAIS.
Para encerrar encontro uma afirmação dos pesquisadores e autores do artigo, quando falam que"o desmonte que os aparatos estatais nacional-desenvolvimentistas e sociais sofrem hoje reflete o projeto político de desnacionalização dos centros decisórios do país e de aviltamento das condições de vida da população, em favor da financeirização subordinada aos eixos mundiais de acumulação".
Resgatar o Estado das oligarquias colonizadas e colocá-lo a serviço da Nação brasileira, em favor da sociedade como um todo, foi a tarefa que a Revolução de 1930 e a Era Vargas empreenderam e que cumpre retomar para que o Brasil possa realizar a sua vocação de se tornar a Roma Tropical.
Este artigo me chamou a atenção pela situação que estamos vivenciando e por um motivo especial: estou lendo GETÚLIO, cuja foto junto, um livraço com uma parte de nossa história e como já disse lá em cima, foi escrito e publicado por Felipe Quintas, doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense; Gustavo Galvão, doutor em economia e autor de: “As 21 lições das Finanças Funcionais e da Teoria do Dinheiro Moderno (MMT)” e Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado a quem agradeço pela lição.

Maristela Farias
Jornalista DRT 1778/PE

segunda-feira, 7 de outubro de 2019


CALA BOCA, POVO DO NORDESTE
Publiquei em 2014, republicando em 2018



Li o post de Roldão Rodrigues e ele serve de resposta a muita gente que tem preconceito contra nordestinos e pensam que não pensamos, não temos posição nem postura política. Temos sim, apesar de sentir que nestas eleições de 2014, neste primeiro turno, Pernambuco demonstrou extrema pobreza e esquecimento de todas as benesses que recebeu do governo federal, diga-se do PT. Os pernambucanos se deixaram comover por meia dúzia de pessoas que sempre se utilizaram do Estado e demonstraram claramente não uma insatisfação, mas se deixaram levar por uma comoção inaceitável e pobre.
Nos comentários, alguém desmereceu os bolsistas, chamando-os de preguiçosos. Estes jovens são estudantes que estão tendo a oportunidade de frequenta uma universidade, mesmo depois de passarem por todas as agruras de suas vidas e, corajosamente, enfrentam colegas e até professores que os ofendem dizendo que "bolsista só serve para atrapalhar" e se tornam tão preconceituosos quanto aqueles que utilizam este meio de comunicação para denegrir a imagem de um povo.
Não vou escrever mais porque minha tendência, e eu conheço bastante, é responder grosseiramente quem se utiliza de quaisquer tipo de preconceito para com qualquer cidadão. Sou negra, velha, feia, sofro preconceitos desde a mais tenra idade, mas nem por isto deixo um segundo sequer de pensar o quão é mesquinho que se julgue um cidadão por sua raça, seu estilo de vida, seu cabelo, sua opção sexual, religiosa ou qualquer outro modo de ser. Respeito é bom. Educação é tudo! E é exatamente o que está faltando ao povo brasileiro como um todo.
Não conheço o Roldão Rodrigues, mas seria muito bom que muitos lessem a defesa que ele faz do povo nordestino em seu post. Obrigada Roldão Rodrigues:

"Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!"
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário.... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou e ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!




domingo, 29 de setembro de 2019

NOTA POLÍTICA FERNANDA MONTENEGRO SOBRE LEOCÁDIA PRESTES



HEROÍNA ABSOLUTA E BRASILEIRA REFERENCIAL: LEOCÁDIA PRESTES NAS PALAVRAS DE FERNANDA MONTENEGRO




"Senhora, fizeste grande, tão grande a nossa América/deste-lhe um puro rio, de águas colossais:/deste-lhe uma árvore alta de infinitas raízes:/um  filho teu, digno de sua pátria profunda"

Trecho do poema Dura Elegia, escrito pelo poeta chileno Pablo Neruda, especialmente para o triste momento do falecimento de Leocadia Prestes, em junho de 1943



Leocadia Prestes durante a Campanha Prestes em Londres, na Inglaterra, junho de 1936. Fernanda Montenegro interpretando Leocadia Prestes no filme "Olga" (2004).



Fernanda Montenegro faz 90 anos no próximo dia 16 de outubro. Somando 70 de teatro, ela lança, com a colaboração de Marta Góes, a autobiografia “Prólogo, Ato, Epílogo” (Editora Companhia das Letras, 2019), pontuada por testemunhos da grande atriz do teatro brasileiro, mas também do cinema, da TV e do rádio. Na página 240, Fernanda Montenegro afirma que "às vezes os personagens de uma história são também determinantes para que eu aceite um convite". explicando que foi o que aconteceu ao aceitar participar do filme Olga, de Jayme Monjardim, interpretando a mãe do líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990). Em um parágrafo, Fernanda Montenegro faz uma exaltação à figura de Leocadia Felizardo Prestes (1874-1943), classificando-a como pertencente "à galeria das heroínas absolutas" e "uma brasileira referencial".

Abaixo a imagem do parágrafo na página 240 do livro “Prólogo, Ato, Epílogo”, autobiografia de Fernanda Montenegro.



No dia 5 de março de 1936, no Rio de Janeiro, Luiz Carlos Prestes, líder do movimento antifascista de 1935, e sua mulher, Olga Benário Prestes, foram encarcerados. De Paris, a mãe do revolucionário encabeçou um movimento de libertação dos presos políticos no Brasil. A iniciativa, bem-sucedida, possibilitou sua comunicação com o filho, por correspondência, e, dois anos depois, a libertação da neta, Anita Leocádia, nascida numa prisão da Alemanha para onde Olga fora deportada.  

Paris, 31 de julho de 1937
Meu querido filho,

O meu mais ardente desejo é que estas linhas te encontrem com saúde. Tenho presente tua boa carta datada de 16 do corrente e que aqui chegou com dez dias de viagem, o que não sei como explicar, porque veio pelo avião. Recebi também a que escreveste à nossa querida Olga.

Lamento muito que a minha carta tenha sido encaminhada erradamente para a Casa de Detenção,[1] pois desse modo ficaste sem notícias nossas, o que tenho tido o cuidado de evitar. Tenho te escrito religiosamente todos os sábados e, algumas vezes, pelo avião de quarta-feira. Assim deves receber minhas cartas de 3, 10 e 17. No dia 24 (sábado), não te escrevi, porque não me encontrava em Paris, porém a Lyginha escreveu a fim de que não sofresses a decepção de não receber as esperadas notícias.

Da nossa Olga recebi, justamente no dia de minha chegada a Paris (28/7), uma importante carta, datada de 15, mas que somente a 26 havia sido posta no Correio. Mais abaixo dir-te-ei o que ela continha, pois em primeiro lugar quero te falar da minha viagem.

No dia 21 do corrente mês, parti para a Alemanha, acompanhada de uma delegação de damas inglesas, com o fim determinado de ver a Olga e a pequenita e constatar o que seria possível fazer por ambas. Infelizmente não conseguimos permissão para visitá-las, mas a Gestapo, onde estivemos por três vezes, forneceu-nos várias informações sobre a saúde de Olga e da pequenina, dando-nos mesmo uma cópia do atestado apresentado pelo médico da prisão onde elas se encontram, no qual se lê que a saúde e o aspecto físico de ambas são os melhores possíveis. Deram-me permissão de enviar roupas e víveres, o que fiz imediatamente. Estive duas vezes na prisão de mulheres, onde se encontram as nossas duas queridas! Deixei cem marcos para a Olga e uma grande cesta com frutas. As damas inglesas enviaram à pequenina roupas e lindos brinquedos. Bem podes imaginar, meu querido filho, a grande tristeza com que me retirei da prisão, sem ter visto e abraçado as nossas duas queridas!

Além disso, desejava obter da Olga algumas informações necessárias para a tua defesa, e nada consegui! Pelo que nos disseram na Gestapo, as duas (Olga e Elise)[2] não foram inculpadas até hoje e talvez mesmo nunca sofrerão qualquer processo! Posso te assegurar que muito trabalhamos durante os oito dias que passamos em Berlim, porém poucos foram os resultados obtidos. Mas não esmorecemos e continuaremos a lutar até o fim.

Em sua carta de 15, a Olga pede-me que lhe envie uma duplicata da certidão de seu casamento contigo, a fim de regularizar a sua situação jurídica perante as autoridades alemãs. Já providenciei para que tal duplicata me seja remetida com a maior brevidade. Quanto à pequenita, peço-te que esperes um pouco, pois ainda não consegui obter as informações necessárias para que reconheças a paternidade. Não te mando cópia da carta da Olga, porque ainda não está traduzida, mas prometo enviá-la pelo próximo avião de quarta-feira, quando te escreverei com mais vagar.

Ontem enviei-te os primeiros livros, que são: as obras completas de Moliére, ornadas com lindas gravuras coloridas, uma história dos Estados Unidos, as máximas de Epíteto precedidas dos pensamentos de Marco Aurélio, vários catálogos de livrarias e um lindo mapa da Espanha. Ao todo cinco livros e três catálogos. Espero que tudo te seja entregue com presteza, pois seguiram por um vapor rápido.

Sobre a Exposição[3] nada posso contar, pois ainda não a visitei. Logo que o faça, não me descuidarei de arranjar os tais prospectos a que te referes, para te enviar. Com a minha ausência de Paris e outros assuntos, faltou-me o tempo para percorrer livrarias e comprar coisas mais interessantes, mas espero resolver tudo isso na próxima semana. Não te preocupes com as despesas e peço-te que me digas com franqueza tudo quanto desejas.

Espero que já tenhas recebido algumas roupas de lã que te mandei, assim como alguns objetos de toilette. A écharpe foi minha e usei-a durante a minha estadia na Alemanha em meados de novembro do ano passado, antes do nascimento da nossa adorada Anita. Espero que a uses com prazer. Receio que sintas muito a umidade no pequeno cubículo onde vives. Logo que apareça outra oportunidade, mandarei mais meias de lã, pois lembro-me sempre como sofrias com os pés frios. Enfim, meu querido filho, enquanto penso em ti, nas nossas duas queridas e nas desgraças que afligem o mundo, esqueço-me dos meus sofrimentos e novas forças se levantam dentro de minha alma e sinto novas energias para tudo enfrentar e suportar.

De saúde vamos todos bem, pelo menos o quanto é possível neste momento. Lyginha promete escrever pelo próximo avião e envia-te um saudoso abraço. As outras, quando escrevem, sempre enviam-te lembranças e saudades. Recebe um longo abraço de tua mãe que te beija com infinitas saudades

Leocadia

Anos tormentosos: Luiz Carlos Prestes: correspondência da prisão (1936-1945). Organização de Anita Leocádia e Lygia Prestes. Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 2000, pp. 567-569.

[1] N.S.: Ao ser preso, Prestes foi levado para o quartel da Polícia Especial, no centro do Rio, onde permaneceu por mais de um ano até ser transferido, no dia 8 de julho de 1937, para uma cela construída especialmente para ele no pátio da Casa de Correção, situada à rua Frei Caneca, onde também funcionava a Casa de Detenção, local para o qual Olga fora levada antes de sua deportação.
[2] N.E.: Elise Ewert – deportada para a Alemanha junto com Olga. Era casada com Arthur Ewert, comunista alemão que participou da luta antifascista no Brasil, no ano de 1935.
[3] N.S.: A Exposição Internacional de Paris (Exposition Internationale des Arts et Techniques dans la Vie Moderne) aconteceu de 25 de maio a 25 de novembro de 1937 e teve 44 países participantes. Dentre as obras, foi exibida, pela primeira vez, Guernica, de Pablo Picasso, no Pavilhão da Espanha.

Correio IMS
Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro


NOTA POLÍTICA VAMOS TER QUE NOS IMPORTAR SIM!


VAMOS TER QUE NOS IMPORTAR SIM!


INTERTEXTO

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

(BERTOLT BRECHT)

Exatamente isso que está acontecendo... Primeiro vieram em Caruaru para expulsar uma comunidade que luta por uma casa há 8 anos. Barracos com crianças, mulheres e homens, todos resistindo para conseguir ter uma vida digna. Chegaram os policiais, os representantes do poder público, alguns amigos, os coordenadores Miguel Farias, Barrega e Frankley e os companheiros, sempre atentos, da Prefeitura de Caruaru e diante dos solicitadores, um acordo foi celebrado e os resistentes que ainda lá estão, porque muitos não suportaram ficar nos barracos, mas não se desligaram do movimento estão à curta distancia, esperando que lhes seja concedido o direito à moradia, não é verdade seu Vicente?
E a Prefeitura de Caruaru que tem se mostrado atenta ao problema chegou junto e juntos certamente tentaremos que cada um receba sua casa e lá permaneça, FELIZ.
Dias depois, novamente em Caruaru, chegaram no acampamento do MST, que repudia a tentativa de despejo realizada contra o Centro de Formação Paulo Freire, localizado no Assentamento Normandia, na cidade de Caruaru, em Pernambuco.

O despejo foi solicitado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e aceito pelo juiz federal da 24ª Vara Federal de Caruaru, que determinou imediata reintegração de posse.

”Caso não haja a desocupação espontânea do executado no prazo concedido, expeça-se mandado de reintegração na posse, ficando desde já autorizado: a) o uso de força policial, b) o arrombamento, se necessário, c) condução coercitiva do executado para a DPF, em caso de resistência, d) a remoção dos bens móveis que estejam no imóvel e) remoção dos animais para o "Curral de Gado" do Município de Caruaru/PE, ficando desde já autorizada a doação ou o abate desses semoventes”. (diz o trecho da sentença)
O centro de formação pertence ao assentamento Normandia, que foi criado em 1998. Na ocasião, a equipe técnica do INCRA orientou que a sede fosse utilizada de forma coletiva para a capacitação e formação dos assentados do estado e por iniciativa do movimento, o centro, que faz parte do assentamento Normandia, foi criado há mais de 20 anos com aval da própria equipe técnica do Incra que orientou para uma utilização do espaço de forma coletiva, contribuindo para a capacitação e formação dos assentados do estado.
Hoje, o Centro de Formação Paulo Freire tem diversas parcerias na área de educação com a prefeitura de Caruaru, com turmas de ensino fundamental, além de parcerias com o governo estadual e com diversas universidades que agora estão ameaçadas com o pedido de reintegração acatado por um juiz da 24ª Vara Federal do município.
“Buscamos, tanto do ponto de vista prático como teórico, a pesquisa e as condições técnicas para a gente avançar na agroecologia e no centro de formação que cumpriu e cumpre um serviço importante para o desenvolvimento das áreas de reforma agrária no estado e em especial no Nordeste”. afirma Amorim.

Filme sobre MST e agroecologia ganha prêmio da ONU 

O curta-metragem “O que é agroecologia” venceu o Concurso Global de Vídeos da Juventude sobre Mudanças Climáticas – TVEBioMovies 2019, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). O filme foi produzido pelos jovens Rafael Forsetto e Kiane Assis, e ganhou a categoria “alimentação e saúde humana”. O resultado oficial foi comunicado pelos organizadores aos jovens nesta terça-feira
Em Caruaru, dois despejos e a Prefeitura está atenta e tem mais: Se procurarmos o noticiário e as redes sociais, o número de despejos é assombroso aqui mesmo em Pernambuco como está acontecendo numa das Universidades, com famílias que moram há mais de 60 anos.

Eu quero me importar sim! Mesmo sabendo que ainda assim as mudanças não vão acontecer
Maristela Farias
Jornalista DRT 1778/PE

domingo, 25 de agosto de 2019

NOTA POLITICA LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA VIA RADIO AMPARO 90.9 E TV PERNAMBUCO

 LUTA PELA  DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA VIA RADIO AMPARO 90.9 E TV PERNAMBUCO



Há mais de 30 anos temos travado uma luta pela Democratização da Mídia e nesse enfrentamento, começamos com uma pequena/grande rádio comunitária. Grandes companheiros como Miguel Farias, Presidente, Brucutu,  1º vice-presidente, Carlos Santos, Neno (faleceu prcocemente), Paulo Roberto, Edson Junior, Val Gomes, Jairo do Papo de Samba,  Wellington do Hip Hop, estiveram sempre ao nosso lado e  defenderam a pequenina Rádio Comunitária do Sítio Histórico de Olinda.

Fomos agredidos, tivemos nossos equipamentos roubados, tinhamos que correr pelos quintais que nos acolhiam com um pequeno transmissor embaixo do braço protegendo-o para que não deixássemos nossa comunidade querida sem nosso ofício de alegrá-los e deixa-los cientes de tudo que estava acontecendo.
A Polícia Federal estava sempre em nosso encalço e tínhamos que cuidar daquele minúsculo transmissor. Sem nenhuma proteção, cada vez que estranhos surgiam, nossos aliados nos avisavam e correr era o que nos restava.

Foram anos e anos até que roubaram todos os nossos equipamentos e, ficamos sem nada. Nunca apareceu um indivíduo que perguntasse se estávamos precisando de alguma coisa. Não para nós, sabíamos onde estávamos metidos, mas para a pequena RÁDIO AMPARO 90.9, em Olinda/Pernambuco.
Com esforço ímpar, conseguimos reinstalar, comprando novos equipamentos e estava no ar, a poderosa e corajosa Rádio Amparo, que há muito estava com o processo em tramitação no Ministério das Comunicações.

Foram anos...

Fui trabalhar na Câmara dos Deputados e lá, comecei um calvário que ninguém pode imaginar. Procurava, quando tinha um tempinho disponível, em cada espaço no Ministério das Comunicações, para descobrir onde estava o pacotinho com nossos documento, sem conseguir. Os funcionários do Ministéro já deixavam os pacotes revisados em separado.

Nossa! Como foi cansativo e desesperador!

Depois de muiiiiiiiiiiiiiito tempo, voltei a Recife e lá no Ministério das Comunicações procurei até que encontrei meu "pacotinho" de documentos, com número e data da remessa. VITÓRIA!

Voltei... com aquele detalhe que significava muito para nós, para a Rádio Amparo e para nossa Comunidade. Fui ao Ministério e lá, encontrei um anjo, um cidadão, que morou em Olinda e que abraçou nossa esperança, exatamente isso: nossa esperança de termos a Rádio Amparo finalmente regularizada.
CONSEGUIMOS!  NÃO FOI NENHUM DEPUTADO! NENHUM POLÍTICO e olhe que não sou contra nenhum deles, mas apareceu pai/mãe, para se dizer dono da criança. Infelizmente não consegui guardar o nome daquele que levou para o Ministro das Comunicações, no govêrno Fenando Henrique Cardoso, a documentação da nossa pequena Rádio Amparo

Ficamos muitos anos com a Amparo funcionando, até que 10 anos atrás, PERDEMOS A FILHA QUE LUTAMOS POR TANTOS ANOS. Não vou dizer o que aconteceu com a emissora, até porque ela ainda está funcionando, mesmo sem atividade comunitária nenhuma, e chegamos em Caruaru 10 anos atrás por outra luta também iniciada em Olinda, desta feita em defesa da TV PÚBLICA. Trabalhamos na TV NOVA de nosso querido amigo Pedro Paulo em Olinda com o PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO e depois fomos para a TV PERNAMBUCO em Recife, com o mesmo PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, sempre diário.

Sem a RÁDIO AMPARO, que um dia terá sua história, chegamos em Caruaru e novamente a TVPE,  neste ano de 2019, Miguel Farias em mais uma luta pela DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA, que cada dia parece mais distante, até porque, desde a REDEMOCRATIZAÇÃO mais que nunca a imprensa corre tantos riscos, como atualmente no Brasl. São 34 anos de governos de matizes políticos diversos, mas hoje o jornalismo mais que nunca está sob ameaças com insultos, corte de verbas publicitárias, que nunca tivemos, perseguições diversas, acusações mentirosas, espalhando medo não só nas redações, mas em todos aqueles que se arvoram escrever.

"A declaração do presidente de que o jornalista Glenn Greenwald “pode pegar uma cana” e a portaria editada pelo ministro Sergio Moro para deportar “estrangeiros perigosos” são os movimentos mais recentes de um programa anti-jornalístico. Por isso, não existe nenhuma disposição para conviver com críticas e de aceitar que a imprensa tem um papel histórico de investigação e acompanhamento dos políticos.
Transparência e abertura não estão no radar do Planalto, e reina entre ministros e palacianos a ideia de que podem prescindir dos meios tradicionais de informação."

E ter que lidar com a imprensa não é escolha dos governantes, faz parte do jogo pelo menos no campo da democracia.
José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer todos lidaram com o jornalismo, convocando entrevistas coletivas inclusive respondendo por denúncias e investigações, sem que isso fosse nenhuma novidade.

Vamos continuar nossa luta, nossa militancia, tendo à frente Miguel Farias, que desde os 16 anos carrega consigo essa necessidade e capacidade de ver e provar que a Rádio Comunitária, lá no início e a TV Pública há mais de 20 anos, tem que ser Pùblica e pública mesmo, porque pertence a todos, é comunitária, comum, compartilhada, social, coletiva, geral, partilhada, popular, universal, revela, divulga, propaga, populariza, propaga, propala, exterioriza, externa, vulga, difunde, dissemina, populariza, assoalha, manifesta, mostra, exibe, evidencia, denota, espelha, demonstra, patenteia, apresenta, veicula, preconiza, proclama, anuncia, transmite, propagandeia, promove, lança, publicita, badala, dá, expõe, informa, comunica, noticia, participa, exprime, profere, enuncia, notifica.

Esta é a TV Pública que Miguel Farias deseja e que também desejo acompanhan os passos dele, meu filho e como jornalista não poderia ser diferente. Vamos continuar trabalhando juntos exatamente como começamos na pequena Rádio Amparo, na TV Nova, na TV Pernambuco e brevemente aqui em  Caruaru, novamente na TV Pernambuco, sempre como produtora de TV.

Militancia é isso. Não adianta querer transformar ou interferir no ideal de ninguém. Feliz daquele que luta e consegue mostrar que tem razão.

Maristela Farias DRT 1718/PE



sexta-feira, 9 de agosto de 2019

NOTA POLÍTICA NÃO PODEMOS ACEITAR O MITOMORO COMO ALGO NORMAL. HOJE NADA DEVE PARECER NORMAL.

"SOMENTE A CIDADANIA PLENA CONDUZ À DEMOCRACIA. NÃO HÁ OUTRA FORMA DE SER CIDADÃO QUE NÃO SEJA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO IDEOLÓGICA E POLÍTICA" 

Extraído do Pragmatismo Político

Luiz Inácio Lula da Silva durante caravana em Minas Gerais


NÃO QUERO LULA PRESIDENTE. ELE FOI  O MELHOR  DESTE PAÍS E NÃO MERECE SER PRESO POLÍTICO DE UMA ELITE MANICÔMICA. 


NÃO QUERO LULA PRESIDENTE porque desde 2003 recebeu mais de 300 condecorações mundo afora, incluindo dezenas de títulos "honoris causa", inclusive na Europa. Desde abril de 2013, tornou-se colunista do maior jornal do mundo, "The New York Times". LULA NÃO MERECE SER PRESO POLÍTICO DE UMA ELITE MANICOMICA


NÃO QUERO LULA PRESIDENTE porque desde 2003, já recebeu mais de 300 condecorações mundo afora, incluindo dezenas de títulos “honoris causa”, inclusive na Europa. Desde abril de 2013, tornou-se colunista do maior jornal do Mundo, “The New York Times”. Quantos brasileiros são colunistas do "The New York Times"? LULA NÃO MERECE SER PRESO POLÍTICO DE UMA ELITE MANICÔMICA.

NÃO QUERO LULA PRESIDENTE porque sei muito bem que para a história, um ponto positivo foi colocar a questão social no centro do debate e foi feito sem uma ligação obrigatória com o status econômico. Os benefícios vieram independentemente do sucesso econômico, fazendo com que o eleitorado tivesse consciência da importância das questões sociais dentro do cenário nacional e por ter um custo político de mudanças sociais, alto demais, ganhando relevância política. LULA NÃO MERECE SER PRESO POLÍTICO DE UMA ELITE MANICÔMICA,

A grande bandeira do governo petista foi o Bolsa Família, criado em 2003, primeiro ano do governo de Lula   Com ele, o Brasil viu a taxa da população  em situação de extrema pobreza cair, sendo um programa elogiado pela ONU, como ótima estratégia de retirada de pessoas de extrema pobreza e renda mensal de R$ 60,00 a R$ 120,00, mas as realizações dos oito anos de gestão do presidente Lula estão registradas em um livro de 310 páginas. Nele, as medidas previstas no programa de governo e os compromissos assumidos ao longo dos dois mandatos são comparados com aquilo que realmente foi feito durante os oito anos.

O evento, que lotou um dos salões do Palácio do Planalto, reuniu ministros e ex-ministros, governadores, parlamentares e representantes de movimentos sociais. Até mesmo ex-colaboradores do governo que deixaram o cargo em meio a denúncias e desentendimentos internos, como José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil, Matilde Ribeiro, ex-ministra da Secretaria Especial de Igualdade Racial e Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, estiveram na solenidade. A presidenta eleita Dilma Roussef, que ocupou dois ministérios durante a gestão de Lula, participou da cerimônia ao lado presidente.

No lançamento, ao  iniciar o discurso, Lula afirmou que sua intenção não era fazer um grande evento, mas já que havia se transformado em uma cerimônia de grandes dimensões, então iria tirar proveito. Lula citou, então, vários ações realizadas entre 2003 e 2010 e comemorou dados como o aumento do emprego e da renda no país. 

O presidente fez um agradecimento a todos os ministros que compuseram sua equipe e afirmou que juntos atravessaram momentos difíceis e também momentos de glória. “Quando descer aquela rampa no dia 1º de janeiro, tenho a consciência de que cada partícula do que construímos neste país tem a participação de vocês. Isso porque obedecemos a vontade do povo.”

LULA NÃO MERECE SER PRESO POLÍTICO DE UMA ELITE MANICÔMICA.

SINCERAMENTE? QUERO LULA NO MUNDO. FALANDO PELO BRASIL E SENDO RECONHECIDO INTERNACIONALMENTE COMO SEMPRE FOI COMO UM BRASILEIRO QUE AMA SEU PAÍS E SEU POVO

LULA LIVRE JÁ!
CADEIA PARA O MARRECO


As notícias foram originadas da Rede Brasil, Instituto Brasil, Vida e Obra de Luiz Inácio Lula da Silva, (Fábio Nascimento) Pragmatismo Político

Maristela Farias Jornalista DRT 1778/pe


domingo, 4 de agosto de 2019

NÃO PODEMOS ACEITAR O MITOMORO COMO ALGO NORMAL. HOJE NADA DEVE PARECER NORMAL.


NÃO PODEMOS ACEITAR O MITOMORO COMO ALGO NORMAL. HOJE NADA DEVE PARECER NORMAL. O PODEMOS ACEITAR O MITOMORO COMO ALGO NORMAL. HOJE NADA DEVE PARECER NORMAL.





Caiu-me nas mãos a capa... apenas a capa, da Carta Capital e li um texto que lá estava postado e vou reescrever aqui e, possivelmente comentar porque achei ótimo. Aí vai:

BRASIL DEMENTE

POR QUE A MAIORIA REPROVA
O COMPORTAMENTO DE MORO
MAS É CONTRA SUA DEMISSÃO
E A ABSOLVIÇÃO DE LULA?
OS ESTUDANTES SÃO EXCEÇÃO

Quem é o ex-Juiz Sérgio Moro? 

Quem acompanha sistematicamente os noticiários lavajatistas, de imediato percebe a arrogância do ex-juiz. Seu "jeitinho" de colocar os dedos das mãos, quase enfiando na boca e levantando a cabeça como se fosse o grande ídolo cantado e recantado nas ruas pelo menos pra mim demonstrava  afetação, ufanismo, esnobismo e outros sinônimos e que, não tenho dúvida, o colocaram no lugar que está hoje.
Ele confiou na sua astucia e não cuidou momento algum de se proteger de forma que suas mensagens foram resgatadas por alguns "hackers" que ele localizou tão logo viajou para os Estados Unidos para limpar as mensagens de seu "hackeado" celular.
Para o primeiro mitomoro, tudo que estavam divulgando eram frases sem nenhuma credibilidade ", "sensacionalismo", "absolutamente normal", "eu sempre agi conforme a lei" (sic), chegando ao cúmulo do pedantismo de dizer "A montanha pariu um rato".
O primeiro "mitomoro" afirmava categoricamente que os jornalistas ao divulgarem as informações do The Intercept, estavam a serviço de uma organização estruturada como a que ele montou no Estado de Curitiba, onde se tornou um "Reimito", não querendo entender que estava comprometendo a justiça brasileira há algum tempo desacreditada por estar ao lado das idiossincrasias cometidas a partir de Curitiba.
O ex-juiz Mitomoro esqueceu que seus colegas de função estavam de olho em suas artimanhas mas ele estava se achando um deusinho aclamado pela plebe e cheio de prazer em exorcizar petistas, em especial o Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-juiz Mitomoro esqueceu que "A declaração universal dos direitos humanos no artigo 10 é clara: TODO SER HUMANO TEM DIREITO A SER JULGADO POR UM TRIBUNAL INDEPENDENTE E IMPARCIAL" e o código do processo penal fala no artigo 254 que: o juiz dar-se-á por suspeito se for amigo ou inimigo capital de qualquer das partes. Inciso 4° se tiver aconselhado qualquer uma das partes. (?????)
O resultado estamos consumindo com o Mitoboso. O MitoMoro se apresentou como o exorcista do cão que o PT representou no Brasil
e o juiz corajoso que teve um coro gritando seu nome e suas bravatas, foi elevado a heroi, a superman, alimentando sua arrogância do hoje. Era filme, reportagens, bandeiras, gente na rua bradando pelo heroi, aclamado antes do fim do espetáculo.
A cena seguinte seria mais escabrosa do que até então. Prendeu o Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abriu as portas para a eleição do MitoBoso e majestosamente adentrou ao Ministério da Justiça de forma ridícula e vexaminosa mundo afora. A arrogancia era maior que qualquer imprudência em aceitar o cargo, não por mérito, mas por favores que já haviam sido prestados.
Hoje, o ex-juiz, agora Ministro quer se proteger quando afirma em suas entrevistas: "faça-se justiça, ainda que o mundo se acabe. Ou seja, quer argumentar que não vale a pena puni-lo se for para arriscar boa parte do legado da Lava Jato. E o legado da Lava jato que todos nós conhecemos se chama LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA e para encerrar deixo uma frase do dramaturgo e poeta Bertolt Brecht: 
"TRISTES OS POVOS QUE PRECISAM DE HEROIS. SUPLICAMOS EXPRESSAMENTE QUE NÃO ACEITEM O QUE É DE HÁBITO, COMO ALGO NORMAL, PORQUE EM TEMPOS DE DESORDEM, DE CONFUSÃO ORGANIZADA, DE ARBITRARIEDADE CONSCIENTE, DE HUMANIDADE DESUMANIZADA, NADA DEVE PARECER NORMAL"

Maristela Farias
Jornalista DRT 1778/PE

quarta-feira, 31 de julho de 2019

NOTA POLITICA NÃO ESTÁ NA HORA DE PRENDER O JUIZECO, AGORA MINISTRO MORO? ESTÃO ESPERANDO O QUE?



NÃO ESTÁ NA HORA DE PRENDER O JUIZECO, AGORA MINISTRO MORO?

ESTÃO ESPERANDO O QUE?






NUNCA APOIEI A LAVAJATO ATÉ PORQUE DE IMEDIATO SE PERCEBE QUE A INTENÇÃO DOS ESPANTALHOS QUE A DOMINAVAM, QUERIAM APENAS ACABAR COM AS GRANDES E PODEROSAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS E CRIAR NO PAÍS UMA PLEIADE DE DESEMPREGADOS NAS RUAS, QUE NATURALMENTE IRIAM CLAMAR POR JUSTIÇA SOCIAL VISTO QUE O PT, SEGUNDO O SANTO MORO HAVIA SIDO O CAUSADOR ,DA DEBACLE QUE SE INSTAURAVA NO PAÍS.

O JUIZECO E SEU APADRINHADO E RICO LATIFUNDIÁRIO DALLAGNOLL, SABIAM MUITO BEM TUDO O QUE ESTAVAM PLANEJANDO E CONSEGUIRAM.

ELE FARIA TUDO E FEZ! PARA SE TORNAR MINISTRO
CRIARAM UMA SITUAÇÃO DE TANTA DEGRADAÇÃO JUNTO COM MBL E TODOS OS PATOS QUE CONTRIBUIRAM COM O IMPEACHMENT DA DILMA, NUM AMONTOADO DE ESCANDALOS SUBSEQUENTES QUE LEVARAM À PRISÃO DO PRESIDENTE LUIZ INÁCIO DA SILVA E EM SEGUIDA À ELEIÇÃO DO PRESIDENTE BOLSONARO E A ASCENÇÃO DO "MERETRÍSSIMO" AO CARGO DE MINISTRO DA "JUSTIÇA". PARECE GOZAÇÃO E É SIM, MAS COM A NOSSA CARA DE IDIOTAS.
O CIDADÃO DE VOZ DE PATO PINTOU E BORDOU, PRENDEU E SOLTOU, FOI ACLAMADO PELOS AMARELOS QUE COBRIAM AS RUAS ACLAMANDO SUA ATITUDES INSANAS QUASE UM MITO, MAS QUEM O ACOLHERIA ERA O OUTRO MITO.

AS PROVAS ESTÃO JORRANDO. FOI PARA OS ESTADOS UNIDOS ACOBERTADO POR MENTIRAS, PARA ALUGAR HACKERS? AO QUE PARECE SIM. A FEDERAL, SOB SEU COMANDO EM "MINUTOS" ENCONTROU, PRENDEU E BLA!!!! TUDO CERTO!

TUDO VERDADE. TODOS OS FATOS PROVADOS E APROVADOS E O JUIZECO VOZ DE PATO É O NÓ GÓRDIO E O CAUSADOR DE TUDO QUE ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL.



Maristela Farias ,- Jornalista DRT 1778/PE



NOTA POLÍTICA A TUMBA DE KAFKA





PEDRA DE TOQUE TRIBUNA 

A tumba de Kafka

O autor de ‘A metamorfose’ escreveu sem parar, embora suas obras tenham passado praticamente desapercebidas e só postumamente se notou que foi um dos grandes autores de todos os tempos





A tumba de Kafka
FERNANDO VICENTE









Está no novo cemitério judaico de Praga, no bairro de Strasnice, enterrado junto a seus pais e suas três irmãs, que morreram nos campos de extermínio nazistas. Na verdade, esta bela cidade é praticamente um monumento ao mais ilustre de seus escritores. Toma todo um dia visitar as esculturas a ele dedicadas, as casas onde viveu, os cafés que frequentava e o magnífico museu, e em todos estes lugares coincido com bandos de turistas que tiram fotos e compram seus livros e souvenires. Eu também o faço: dos escritores que admiro, colecionaria até seus ossos.
Comove-me ver, no Museu Franz Kafka, muitas páginas da sua Carta ao Pai, que nunca enviou. Tinha uma letra arrevesada e saltitante, que, às vezes, pareciam desenhinhos de HQs. Essa enorme carta foi a primeira coisa que li dele, quando era adolescente. Eu me dava muito mal com meu pai, de quem tinha um medo pânico, e me senti totalmente identificado com esse texto desde as primeiras linhas, sobretudo quando Kafkaacusa seu progenitor de tê-lo tornado inseguro, desconfiado de todos, de si mesmo e da sua própria vocação. Recordo com um calafrio aquela frase em que Kafka explica sua insegurança a ponto, diz, de não confiar em mais ninguém e mais nada, exceto o pedacinho de terra que seus pés pisam.
Este museu, diga-se de passagem, é o melhor que já vi dedicado a um escritor. Sua penumbra, seus corredores labirínticos, seus hologramas, os filmes arruinados da Praga do seu tempo, as grandes gavetas misteriosas que não podem ser abertas, e até a tenra canção em iídiche entoada por uma moça que parece de carne e osso (mas não é) não podem ser mais kafkianos. Tudo o que se sabe dele está exposto ali, e de maneira sutil e inteligente. As fotos mostram a trajetória fugaz dos quarenta e um anos que viveu; aparece quando menino, quando jovem e quando adulto, a figurinha estilizada, o olhar penetrante e suas grandes orelhas curvas de lobo da estepe.


Está enterrado em Praga, junto a seus pais e suas irmãs, que morreram nos campos de extermínio nazistas

Há um texto maravilhoso escrito quando, recém-formado advogado, acaba de começar a trabalhar numa companhia de seguros (de oito a nove horas por dia, seis dias por semana), afirmando que esse trabalho matará sua vocação, porque como poderia chegar a ser um escritor alguém que dedica todo seu tempo a um estúpido afazer alimentício? Exceto os rentistas, todos os escritores do mundo se fizeram perguntas parecidas. Mas este fez o que a maioria deles não costuma fazer: escrever quase sem parar, em todos os momentos livres que tinha, e, embora tenha publicado muito pouco em vida, deixar uma obra que, incluídas suas cartas, é de longuíssimo fôlego.
Nada me parece mais triste que alguém que sentia intensamente essa vocação e que, como Kafka, foi capaz de escrever tantos livros jamais tenha sido reconhecido enquanto vivia, e só postumamente se notasse que foi um dos grandes escrivinhadores de todos os tempos (W.H. Auden o comparou a Dante, Shakespeare e Goethe e disse que ele, como aqueles, era a síntese e o emblema de sua época). As coisas que publicou em vida passaram praticamente despercebidas, e isso que entre elas figurava A Metamorfose. O pedido a seu amigo Max Brod para que queimasse seus inéditos revela que acreditava ter fracassado como escritor, embora talvez restasse alguma esperança, porque, do contrário, ele mesmo os teria queimado.
A propósito de Max Brod, um dos poucos contemporâneos que acreditavam no talento de Kafka, há agora, por motivo da aparição do livro Kafka’s Last Trial, de Benjamin Balint, uma ressurreição dos ataques que já lhe fizeram no passado, inclusive críticos e intelectuais tão respeitáveis como Walter Benjamin e Hannah Arendt. Que injustiça! O mundo deveria estar para sempre grato a Max Brod, por ter, em vez de acatado a decisão do amigo a quem estimava e admirava, salvado para os leitores do futuro uma das obras mais originais da literatura. Em sua biografia e em seus ensaios sobre Kafka, Brod pode ter exagerado a influência que o misticismo judaico exerceu sobre ele, e talvez tenha se equivocado ao deixar em seu testamento à senhora Esther Hoffe os inéditos que ainda restavam, razão pela qual o Estado judaico e a Alemanha passaram muitos anos litigando por aqueles textos (finamente foi Israel que ficou com eles), tema sobre o qual versa o por outro lado estrambótico livro de Benjamin Balint. Ninguém que desfrute verdadeiramente lendo Kafka deveria lê-lo. Os que o atacam teriam que estar conscientes de que nada do que dizem em suas análises sobre Kafka seria possível sem a decisão extraordinariamente sagaz de Max Brod de resgatar esta obra essencial.


Seu amigo Max Brod foi um dos poucos contemporâneos que sempre acreditou em seu talento





Hermann Kafka, o destinatário da impressionante carta que seu filho nunca lhe enviou, era um judeu humilde, que não teve contato nenhum com a literatura. Dedicou-se ao comércio, abrindo lojinhas de armarinhos que tiveram certo êxito e elevaram os níveis de vida da família. Mas havia nele algum germe de excentricidade kafkiana, porque como é possível que passasse a vida mudando de apartamento, inclusive dentro de um mesmo quarteirão? Os guias dizem que se mudou doze vezes de residência, e que não menos mudanças experimentaram suas lojas. A família se considerava judia e falava alemão, como a maioria dos tchecos de então, e não era particularmente religiosa. Kafka tampouco o foi, pelo menos até que chegasse a Praga aquela companhia de teatro em iídiche que tanto o impressionou. O museu documenta muito bem os efeitos dessa experiência, o empenho com que se pôs a estudar hebraico (que nunca chegou a aprender), a ler livros sobre o hassidismo e outros movimentos místicos, assim como o belíssimo texto que escreveu sobre aqueles atores e atrizes que faziam teatro em iídiche, sobrevivendo com as miseráveis gorjetas que o público lhes atirava na rua ou nos cafés onde atuavam.
O museu também dá detalhes sobre as quatro namoradas que Kafka chegou a ter e sobre como eram complicadas suas relações sentimentais. Apaixonava-se, sem dúvida, e era um amante tenaz, monopolizador, e lhes propunha casamento. Mas, assim que aceitavam, recuava, aterrorizado por ter chegado tão longe. A insegurança o perseguia também no amor. Pelo menos três dessas namoradas sofreram com esses desplantes; com uma delas, Felicia Bauer, celebrou o noivado com uma festa, poucos dias antes de rompê-lo. Com a amizade era muito mais constante. Seu melhor amigo foi sem dúvida Max Brod, que, naqueles anos, já tinha um nome literário e havia publicado alguns livros. Foi um dos primeiros em perceber o gênio de Kafka e o estimulou sem trégua a escrever e a acreditar em si mesmo, algo que efetivamente ocorreu, pois Kafka, pelo menos quando escrevia, perdia a insegurança da qual sempre padeceu e se tornava um insólito e seguro fazedor de pessoas e histórias. Uma tuberculose galopante acabou com sua existência, no começo da maturidade. Hitler deu cabo do resto da família.