segunda-feira, 5 de maio de 2014

GRITAR COM OS FILHOS PODE TER UM EFEITO TÃO NEGATIVO QUANTO BATER



Estudos mostram que gritar com os filhos pode ter um efeito tão negativo quanto bater. Vamos evitar?
Por Mariana Della Barba




Faz um tempinho que não vejo SuperNanny. Mas por um tempão eu assistia quase toda a semana. E lembro de achar muitas coisas completamente bobas ou impraticáveis. Mas várias coisas me ajudaram a abrir o olho para a trabalheira que é criar e educar uma criança. Uma delas é algo que a SuperNanny sempre se esforça para convencer os pais: como falar com autoridade é bem diferente de gritar.


Lembro de um episódio em que ela passou um tempão fazendo a mãe treinar a voz dela. Ela queria que a mãe resgatasse sua autoridade perante os filhos. Mas não estava rolando porque ou a mulher falava com uma voz mole e sem impor muito respeito ou gritava feito uma louca histérica.


Era preciso achar um meio termo. Porque pra ser firme, pra fazer seus filhos te ouvirem, não é preciso gritar. Pelo contrário. Gritar só os ensina que o melhor jeito de resolver as coisas é elevar o tom de voz. Já pensou ele(a) usando esse "ensinamento" com um futuro chefe ou namorada(o)?


É claro que às vezes a gente perde a paciência e sai por aí distribuindo gritos. E acho, de verdade, que ninguém deve ficar se culpando por isso. Uma boa conversa com o filho, acompanhada de um pedidos de desculpas sincero, já resolve. E, claro, tentar ir reduzindo cada vez mais o hábito de gritar com as crianças.


Até porque são publicados cada vez mais estudos mostrando que, muitas vezes, gritar com os filhos tem consequências tão prejudiciais como bater.


Um exemplo é uma ampla pesquisa feita com quase mil famílias por especialistas da Universidade de Pittsburgh e da de Michigan, nos Estados Unidos, que foi publicada no fim do ano passado na revista Child Development.


"Nesses dois anos de estudo, concluímos que os efeitos negativos da disciplina verbal foram comparáveis aos da disciplina física", explicaram os pesquisadores, liderados pelo professor Ming-Te-Wang, especialista em esucação





Segundo a pesquisa, gritar, xingar ou humilhar uma criança pode aumentar os riscos de ela desenvolver depressão e comportamento agressivo, especialmente na adolescência. E os pesquisadores definiram humilhar como chamar a criança de coisas como preguiçosa, burra ou similares.


"Quando você grita, seu filho sente que não é capaz, que é inútil. Quando você grita, está ferindo a imagem que ele tem dele próprio, justamente em um momento da vida em que ele está tentando formar sua identidade", diz Wang.


Com tudo isso em mente, acho que vale um esforço extra para pararmos de gritar com nossos filhos, não? Vale contar até 10, até mil, sair de perto, ir tomar uma água, comer um chocolatinho ou qualquer outro truque pra esfriar a cabeça.


Não quero mais ser uma mãe "gritenta", do mesmo jeito que Não quero mais ser uma mãe do tipo "anda logo, filho".


E então, você costuma gritar com seus filhos? O que vem fazendo para evitar esse hábito?

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