quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Grécia. “Os parlamentos não podem reduzir-se a carimbos para aprovar normas que são ditadas e foram rejeitadas pelo povo”, defendeu Zoe Konstantopoulou

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No seu discurso na IV Conferência Mundial de Líderes de Parlamentos, realizada nas Nações Unidas, Zoe Konstantopoulou resumiu a situação política grega nos últimos meses, em que a democracia foi vítima da “coerção da dívida”.

A ex-presidente do Parlamento denunciou o ultimato dos credores e a sua tentativa de aterrorizar o povo com o controlo de capitais e os bancos fechados, que não foi suficiente para impedir “um rotundo não a políticas suicidas”. Mas o que se seguiu foi pior, prosseguiu Zoe, falando da autêntica “extorsão” das medidas prévias ao novo memorando, que obrigaram o parlamento a aprovar mais de mil páginas de legislação em menos de 24 horas.

Com a resistência de alguns deputados – incluindo ela própria – a votarem naquelas condições, “o parlamento foi dissolvido para assegurar uma maioria mais estável para implementar o que o povo rejeitou”, acrescentou.

“Os parlamentos não podem reduzir-se a carimbos para aprovar normas que são ditadas e foram rejeitadas pelo povo”, defendeu Zoe Konstantopoulou, que apresentou na sua intervenção as principais conclusões do comité criado pelo parlamento para auditar a dívida pública, que reconhece a ilegalidade e ilegitimidade da maior parte da dívida grega.

“Apelo-vos enquanto parlamentares de todo o mundo a apoiarem a democracia e a soberania parlamentar contra a coerção da dívida”, prosseguiu Zoe, lançando um desafio aos seus antigos homólogos: “Não permitam que a democracia seja aniquilada no lugar onde nasceu nem que qualquer outro parlamento volte a votar contra a vontade do seu povo e o mandato dos seus deputados”. Veja vídeo em inglês

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