quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A ÚLTIMA FESTA DE BETSY .

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Em face de doença que degradaria sua vida, artista plástica optou por morrer. Como ato final, a alegria: uma celebração de dois dias em que se despediu de amigos, amores e da vertigem de existir
Por Ataide de Almeida Jr., no Metrópoles
A vida da norte-americana Betsy Davis mudou completamente quando, em 2013, foi diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (conhecida como ELA ou doença de Lou Gehrig). A doença que degenera as células nervosas, reduzindo a funcionalidade dos músculos fez com que a artista plástica já não conseguisse mais realizar a atividade.
Com a piora do quadro, Besty tomou uma decisão: organizar uma festa, mas que seria a última festa da sua vida. Isso porque Betsy optou por, ao fim dos festejos, fazer uma eutanásia, ou seja, um procedimento para se matar, o que é legalizado no estado Califórnia.

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No começo de julho, ela mandou para os amigos e parentes um convite para se reunirem por dois dias em uma festa. “Essas circunstâncias são atípicas em qualquer festa a que você já foi antes, e requerem energia emocional, centralidade e abertura”, disse o convite.
Além disso, havia uma regra: ninguém poderia chorar na frente dela. Betsy planejou tudo. Havia inclusive a hora em que ela queria que fosse injetado as substâncias que provocariam a morte. Mais de 30 pessoas compareceram à festa. Os amigos levaram instrumentos e lembraram com certa tristeza os momentos que passaram ao lado da jovem.
No Facebook, ela publicou o adeus:
Meus queridos amigos
Estou fora. Neste domingo estou indo para uma grande aventura para o desconhecido. Tenho muita sorte de ter a lei ao meu lado. O governador Jerry Brown sancionou a Ato de Opção do Fim da Vida este ano, que permite às pessoas com doenças terminais ter uma morte assistida por psiquiatras.
Gostaria de agradecer a cada um de vocês pelo tempo único juntos; as conversas, as festas, as colaborações, as aventuras, as risadas, o amor, eu poderia continuar… Mas cada um de vocês iluminou meu coração, me inspirou, me ensinou, me fez rir, foi honesto comigo e meu deu espaço para ser boba, imperfeita e que me fez sentir bem. Obrigada.
Tudo o que eu peço é que você me deseje coisas boas ou beba algo perto do pôr do sol.
Amavelmente,
Betsy
Ao pôr do sol na costa dos Estados Unidos, por volta de 18h45, Betsy recebeu uma injeção com drogas que a mataram. Estavam ao lado um médico, um terapeuta e a irmã dela. Todo o procedimento durou quatro horas.

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