Neste sábado, dia 26 de novembro de 2016, o mundo amanheceu chocado e triste com a morte do revolucionário cubano Fidel Castro Ruiz.
A luta com a qual se envolveu o grande líder socialista sempre levantou o véu cruel que encobre o mundo dividido entre os que sonham e lutam ao ponto de entregar suas vidas à transformação social e os canalhas dispostos ao boicote, à mentira, ao golpe e à traição.
Em entrevista o comandante contou das tentativas e pressões para dialogar com Fulgêncio Batista, o presidente cooptado e servil dos Estados Unidos, com o objetivo de reivindicar qualidade de vida para o povo e espaços para expansão da democracia sendo sempre enrolado, enganado e preterido.
Sem alternativa e sem audiência seu grupo resolveu se retirar para o México e preparar-se tática e estrategicamente para a revolução.
No momento avaliado como adequado os guerrilheiros se amontoaram em número de 84 num pequeno barco, O Granma, e encalharam no lado Oriente de Cuba, no dia 02 de dezembro de 1956. Foi brutalmente atacado pelas forças legalistas do governo corrupto e ladrão de Fulgência Batista. Rajadas de tiros de metralhadoras, fuzis e explosões de granadas impuseram uma baixa de 72 homens entre mortos, dilacerados, presos e assassinados nas prisões. Restaram apenas 12 combatentes com alguns fuzis e metralhadoras, acossados pela violência gigantesca do governo corrupto, golpista e servo dos Estados Unidos.
Os 12 – número inintencionalmente simbólico – subiram os picos das montanhas de Sierra Maestra para proclamar corajosamente que os dias de Fulgêncio Batista estavam contados e o alvorecer da revolução socialista próximo.
De 1957 à 1959 os jovens revolucionários conquistaram a adesão e o apoio da maioria do povo. Respaldados popularmente tomaram o poder.
Enfrentaram a crueldade da violência da classe dominante impatriótica, a traição e os boicotes.
Com a vitória da nova proposta que quebrou o paradigma da dominação plena de ódio contra o povo e a Pátria, Fidel e seus camaradas viram muitos mercenários de todos os serviços virarem as costas para o novo projeto e fugirem para os Estados Unidos. Nessa onda fugiram mais de 50 mil médicos, abandonando a saúde do povo.
Por parte da Igreja Católica Romana Fidel sofreu o simbolismo da excomunhão pelo Papa João XXIII.
O tsunami de mentiras e calúnias tomaram conta da mídia internacional, muitas existentes ainda hoje.
O mundo monstruosamente dividido entre os que resvalam nas espumas sujas do imperialismo,
Disciplinados, Fidel, Tchê Guevara e centenas de cubanos empenhados na revolução, dedicaram-se a solucionar os grandes problemas causados pelos saques promovidos pela classe dominante apeada do poder, com Fulgência Batista à frente roubando todo o dinheiro do Banco Central antes de fugir para o exílio.
Com a consagração de Fidel Cuba se tornou exemplo nos campos da saúde e da educação. Lá não há doenças nem remédios estocados para gerar lucros. O analfabetismo é absolutamente zero. A segurança permite ao povo existir sem medo de assalto, de violências, de sequestros e da disseminação das drogas. Os traficantes foram presos, julgados e condenados. Outros fugiram para seu mundo próprio, os Estados Unidos.
Fidel passou a ser respeitado e amado pelo mundo inteiro. Desde uma pequena ilha com menos de treze milhões de habitantes mostrou como é possível construir uma sociedade justa.
Por motivos de saúde, depois de deixar o poder, sua casa virou local de visitação por parte das grandes autoridades mundiais. Todos os papas e patriarcas que participaram de eventos em Cuba foram ao grande líder para ouvir suas reflexões e conselhos sábios.
É claro que a calúnia e a maldade, as mesmas que funcionaram em forma de rajadas de metralhadoras contra os jovens que desembarcaram na Ilha com mais sonhos do que com prática, com ameaças de guerra nuclear por parte dos Estados Unidos, com as difamações internacionais, agora disseram barbaridades contra Fidel na hora de sua morte.
Aqui no Brasil, tanto em matérias jornalísticas quanto em comentários nas redes sociais, as vísceras dos vira latas cheios de ódio e de ignorância jogaram ao ar seus excrementos mal cheirosos e pestilentos.
Felizmente as mentes sadias e amorosas são maioria e se expressam manifestando pesar e mostrando que a poesia do amor ao próximo é muito mais rica e construtiva do que os latidos dos vira latas pulguentos de ódio.
A morte do grande e sábio camarada Fidel me faz pensar na natureza humana e na irreversibilidade do mal que habita e comanda as vidas de certas pessoas ávidas de dinheiro, de prestígio e de poder.
Penso nos que boicotaram, que explodiram pontes e diques para prejudicar a revolução, nos que difamaram e se esforçaram para opor o povo a Fidel, na tentativa de usar a população como bucha de canhão.
Será que Fidel e a revolução deveria adulá-los, passar as mãos perfumadas em suas cabeças exortando-os a serem bons meninos?
Gestos românticos com bandidos e corruptos adiantariam? Ou é correto julgá-los em tribunais populares e depois trancafiá-los até que reponham tudo o que roubaram da sociedade e da revolução?
Há Países que punem os corruptos com a pena de morte e depois mandam a conta da bala gasta para a família pagar.
Pergunto-me se boicotador do Estado, se bandido de colarinho branco, como os banqueiros, por exemplo, têm solução.
Então, triste com a morte do grande líder cubano e latino americano, mas alegre com a grande obra que ele ajudou a construir na forma daquele socialismo alegre e bonito, pergunto-me por duas grandes lições que o sábio nos deixa.
Uma é a de que não se muda o mundo apenas com boas intenções e com preces alienadas. Há que lutar, quando for o caso de armas em punho, para dobrar os inimigos do povo, que não desgrudam facilmente do Estado, da propriedade privada e dos meios de produção.
A luta não é romântica nem fácil. É árdua e exigente de disciplina arrojada. Fidel nos deixa como lição preciosa o fato de que a burguesia antipatriótica e concentradora de privilégios não larga o poder sem que o povo se mobilize e se descongestione das porcarias que ingere ideologicamente através dos aparelhos mentirosos que a elite impõe sobre todos.
A outra questão que levanto aqui para meus botões e compartilho com a amiga é sobre o que fazer com os sugadores das tetas do Estado, que torpedeiam toda e qualquer iniciativa em favor do povo.
Daí penso o que faria Fidel caso comandasse a revolução no Brasil. O que faria com pessoas como MiShel Temer, que sem nenhum voto, de modo sem vergonha, desonesto e imoral, trai sua Presidenta e se imagina presidente do Brasil? Como classificar um ser humano desses senão como sangue suga, camaleão e marginal cuja condenação cabível seriam, no mínimo, serviços pesados, contando com sua “amada” Marcela como cozinheira de um presídio onde ele seria condenado como um dos piores marginais?
Como proceder com parlamentares envolvidos em crimes dos mais pesados de lesa humanidade, lesa economia e lesa Pátria, como aquele do helicóptero com meia tonelada de craque ou aquele que foi relator do impeachment no Senado que esconde sua opção sexual por pura desonestidade?
O que Fidel faria com juízes de direita, desde os de primeira instância, até o STF e o PGR, inundados de desonra e desonestidade patriótica, colaboracionistas da política imperialista, como é o caso da republiqueta de Curitiba, e futriqueiros do STF que batem boca e colaboram com a mídia suja julgando previamente cidadãos quando eles mesmos são mais sujos do que os paus dos galinheiros de suas fazendas?
O que a revolução faria com esse bando de pastores picaretas que exploram as doenças e misérias do povo enriquecendo-se com seus dízimos? O que faria com os cardeais que visitaram o traidor Temer jogando água benta sobre o pacote de maldades que avilta e massacra os direitos mais elementares do povo?
Como a amiga percebe, a revolução o é porque tem que enfrentar a fundo os problemas econômicos, políticos e sociais sem pentear e alisar cabelos de macacos.
É isso que os golpistas, os analfabetos políticos, os impatrióticos e os fascistas mais temem. E devem tremer mesmo em suas bases feitas da areia imoral.
Na nova sociedade o tratamento dado a eles tem que superar a justiça falsa para corrigir as injustiças com que sempre trataram o povo, gerando pobreza e miséria.
O socialismo pelo qual viveu e morreu Fidel Alejandro Castro Ruiz é o regime fraterno que suprime a exploração e as injustiças que beneficiam carniceiros, traidores, golpistas, lesa pátria e lesa humanidade.
Vale a pena guardar uma frase tesouro de Fidel escrita numa carta ao terrorista presidente dos Estados Unidos George W. Bush por ter falado de direitos humanos em Cuba, em 14 de maio de 2004: “Cuba é um dos poucos países deste hemisfério onde, em 45 anos, jamais houve uma só tortura, um só esquadrão da morte, uma só execução extrajudicial, nem um único governante que se tenha tornado milionário no exercício do poder”.
E essa outra lapidada numa placa próxima ao aeroporto de Havana: “Hoje milhões de crianças dormirão nas ruas, nenhuma delas é cubana”.
Viva Fidel. Fidel vive em nossos sonhos e em nosso senso de justiça social.
Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.
Dom Orvandil, OSF: bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar ninguém.
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