Escrever não é fácil. Requer tranquilidade, isolamento, necessidade de dizer a alguém coisas que de alguma forma fazem parte do teu cotidiano, de tua formação e de toda tua vivencia.
Não sei porque escrevo isso até porque as letras sempre fizeram parte de minha vida. As palavras, especialmente as letras, sempre pulularam na minha frente como se com elas pudesse transformar um mundo que teimava em se esconder e de repente sumir para sempre.
Mesmo depois de tantos anos a sensação ainda é a mesma até porque a cada dia o escrever, o falar, o dizer, representam atitudes de luta, de enfrentamento, de empoderamento que insistentemente temos que nos apropriar.
Li há algum tempo um artigo do escritor Thomás Tadeu que quase esbravejando escrevia "Porque cremos que escrever é só escrever. Sem assunto. Nem propósito. Sem ciência. E sem metafísica. Porque não reconhecemos a divisão de disciplinas. Nem de gêneros. Não queremos classificar. Nem, muito menos, ser classificados. Porque somos da pedagogia. Mas também não somos. Porque não somos da literatura. Mas também somos. Simplesmente porque queremos escrever o que nos dá na telha. O que nos vem à cabeça. E investir tudo na ideia que está à espreita. Porque não pertencemos a nenhuma seita. Nem nos filiamos a qualquer escola. E não tomamos nenhum partido. Porque não queremos ser bem comportados. Porque preferimos faltar ao respeito. E ser malcriados."
É justamente assim que me sinto. É disso que gosto, de despretenciosamente jogar palavras, de não aceitar medidas, de não aceitar regras e até de me divertir com as palavras dos outros quando elas me dizem algo e especialmente quando não me obrigam a certas cerimônias, que detesto.
Confesso que gosto das palavras dos outros. Elas são sempre precisas, muito bem colocadas, disciplinadas e até bonitas porque são pomposas especialmente quando a política se intromete e nos faz ver que ela é essencial para a sociedade e quando percebemos que depois de tantas conquistas do Lula, da Dilma, do Jean Wyllys, do Mensalão, da Lavajato de tantos movimentos sociais o que acontece? Uma organização que estava extinta há alguns anos surge acabando com tudo e nem prestamos atenção porque acreditamos que com tantos benefícios sociais nada iria por água abaixo por falha no sistema...
Por isso, minhas palavras em geral são malcriadas não obedecem e nem querem obedecer regras, Nem me seguem... são malucas e desatinadas e quando quero, escrevo rapidamente a palavra FIM.
Maristela Farias
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