Para assumir o legado do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela é preciso estar ao lado dos jovens negros das periferias do Brasil, afirmou a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A declaração foi feita durante a abertura do Fórum Mundial de Direitos Humanos, nesta terça-feira (10), em Brasília, marcada com um minuto de silêncio pela morte do líder da luta contra o apartheid.
O evento é dedicado ao prêmio Nobel da Paz que faleceu no dia 5 de novembro, aos 95 anos.
Embaixador da África do Sul no Brasil, Mphakama Mbete recebeu uma buquê de rosas brancas como homenagem ao ex-presidente. "Mandela contribuiu imensamente para a promoção da paz na África do Sul. Ele é lembrado pela proteção e promoção dos direitos humanos e pela equidade entre todos."
Mbete lembrou o Dia Internacional Nelson Mandela, 18 de julho, instituído pela Assembleia Geral da ONU.
Anualmente, voluntários do mundo inteiro doam parte de seu tempo nessa data para honrar a luta pela liberdade, justiça e democracia.
Para o presidente em exercício, Michel Temer, o que Mandela fez "foi unir os contrários para criar uma democracia.
"Não podemos falar de Mandela sem lembrar que no Brasil um jovem negro morre a cada 30 minutos", disse o diretor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Pablo Gentili.
Violações de direitos humanos
Diversas formas de preconceito e violações de direitos humanos foram lembradas durante a abertura do evento, que acontece no mesmo dia em que a Declaração Universal de Direitos Humanos completa 65 anos. Povos indígenas, pessoas com deficiência, população LGBT e vítimas das ditaduras militares da América Latina foram destacados, além do sindicalista Chico Mendes e da religiosa norte-americana Dorothy Stang, assassinados na Amazônia.
"Este Fórum é para ouvir as vozes daquelas pessoas cujos direitos humanos têm sido desrespeitados", disse o representante para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Amerigo Incalcaterra.
Para ele, a comunidade internacional tem sido muitas vezes lenta demais para dar as respostas necessárias aos defensores de direitos humanos.
Incalcaterra participa do Fórum representando a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, como forma de comemorar os 20 anos do ACNUDH.
Fonte: ONU
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