terça-feira, 22 de outubro de 2013

DELANO, LITÓGRAFO

DELANO, O LITÓGRAFO

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
Fundação Joaquim Nabuco ::
Oficina Guaianases de gravura                 
Qui, 25 de Março de 2010 14:58
Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
 
A Oficina Guaianases de Gravura, um dos movimentos artísticos mais significativos e duradouros do estado de Pernambuco, foi criada, em 1974, por iniciativa dos artistas plásticos João Câmara e Delano.
No início, funcionou no ateliê do pintor paraibano João Câmara, na Rua Guaianases, no bairro recifense de Campo Grande. Um grupo pequeno de artistas se reunia, aos sábados, no local, para a produção de litogravuras (gravura feita com matriz de pedra).
Com o crescimento do movimento, a Oficina passou a ser aberta para qualquer artista que tivesse interesse em participar.
O grande número de associados fez com que a Oficina se organizasse como uma sociedade sem fins lucrativos e precisasse de um espaço físico maior.
Em 1979, a Guaianases mudou-se para o Mercado da Ribeira, em Olinda passando a funcionar não mais só como ateliê, mas também como um local voltado para promover a arte da litogravura, por meio de cursos, exposições, edições de livros publicações e cartazes. Foram adquiridas novas prensas, contratados impressores profissionais, como Alberto e Hélio Soares, que passaram a produzir as gravuras em série. Foram criados uma Galeria para exposições permanentes de obras no local e cursos sobre litogravura, que eram ministrados por João Câmara e Delano. A Oficina cresceu e tornou-se um movimento artístico com repercussão nacional, deixando de ser apenas um grupo.
Participaram da Oficina Guaianases diversos artistas plásticos de vários estados brasileiros, além dos seus idealizadores João Câmara e Delano, entre os quais podem ser destacados Gilvan Samico, Guita Chafifker, Gil Vicente, Humberto Carneiro, Thereza Carmen, Luciano Pinheiro, José Carlos Viana, Tereza Costa Rego, Raul Córdula, Romero de Andrade Lima, Maria Carmen, Maurício Arraes, Maurício Silva, Liliane Dardot, Inalda Xavier, Isa Pontual, Jeanine Uchoa, José de Moura, Petrônio Cunha, José de Barros, José Paulo, José Carlos Xavier, Maria Tomaselli, Mário Ricardo, Marisa Lacerda, Marisa Varella, Rinaldo, Teresa Pacomio, Carlos Haarle, Francisco Neves, Nilza Torres, Flávio Gadelha, José Alves de Moura, José Cláudio.  
Durante a década de 1970, os temas mais recorrentes das litogravuras eram relativos à ditadura militar, denúncias e contestações políticas, além do erotismo da liberação sexual, muito característica da época. Nos anos de 1980, houve uma diversificação dos temas que se aproximaram mais da pintura.
Em 1980, a Prefeitura da Cidade do Recife publicou o álbum Imagens do Recife, contendo 15 litogravuras da Guaianases, de vários artistas, todas assinadas, timbradas e numeradas, com texto bilíngüe, representando a cidade em seus mais variados aspectos como a praia de Boa Viagem, o Recife antigo, seu Porto, suas pontes, o frevo, mocambos, mangues e caranguejos.
Em 1994, diante de dificuldades e crise administrativa o grupo se desfez. Em janeiro de 1995, em assembléia geral, com todos os membros convocados previamente por edital, a Oficina Guaianases foi dissolvida. Seu acervo, contendo matrizes de trabalhos em papel, construído ao longo de 21 anos, com mais de duas mil litogravuras foi doado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e sua gestão passou para o Departamento de Teoria da Arte daquela Universidade, sendo atualmente chamada de Laboratório Oficina Guaianases de Gravura (LOGG).
Sob a guarda da Biblioteca Joaquim Cardozo, do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, o acervo vem sendo recuperado e digitalizado, através de projeto financiado pela Petrobrás Cultural. Parte da coleção já está disponível no site www.ufpe.br/guaianases.
Em junho de 2008, o Consulado Geral do Brasil em Nova York, com produção da Universidade Federal de Pernambuco e o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, sediou a exposição Oficina Guaianases e Laboratório OGG da UFPE: Tradição e Experimentação, apresentando litogravuras produzidas no período 1975-1994, além de trabalhos de professores do Laboratório Oficina Guaianases de Gravura (LOGG) da UFPE. 
Em fevereiro de 2009, a Galeria Capibaribe, no Centro de Artes e Comunicação da UFPE, realizou a exposição Oficina Guaianases de Gravura - Anos 70, divulgando peças do acervo doado à UFPE, que vai do popular ao erudito de inspiração popular, além de produções abstratas de arte moderna e contemporânea. Grande parte da coleção é de arte figurativa, com predominância de figuras femininas.
Recife, 27 de fevereiro de 2009.
(Atualizado em 31 de agosto de 2009).
 
FONTES CONSULTADAS:
IMAGENS do Recife. Recife: Prefeitura da Cidade do Recife, Secretaria de Planejamento eUrbanismo, 1980.
MINDÊLO, Olívia. Guaianases: acervo a salvo, restaurado e digitalizado. Disponível em: . Acesso em: 26 fev. 2009.
MOVIMENTO teve repercussão nacional. Disponível em: < http://www.nordesteweb.com/not10_1206/ne_not_20061004b.htm.. Acesso em: 18 fev. 2009.
Oficina Guaianases. Disponível em:. Acesso em: 16 fev. 2009.
 
UFPE expõe acervo da Oficina Guaianases. Disponível em: . Acesso em: 17 fev. 2009.
UFPE: Obras da Oficina Guaianases de Gravura são expostas em Nova York. Disponível em:
 Fonte: GASPAR, Lúcia. Oficina Guaianases de Gravura. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: . Acesso em: dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

 UFPE DIGITAL
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS

Obras da Oficina Guaianases de Gravura expostas em Nova York
12.06.08
O Consulado Geral do Brasil em Nova York sediou, na  semana de 16 a 20 de junho, a exposição “Oficina Guaianases e Laboratório OGG da UFPE: Tradição e Experimentação”, composta por gravuras produzidas na Oficina Guaianases no período 1975-1994. A produção do evento foi dos Departamentos de Teoria da Arte e Expressão Artística, de Ciência da Informação e de Letras da UFPE, mediante patrocínio do Ministério das Relações Exteriores.
Foram expostos 30 trabalhos distribuídos entre a temática da ditadura e a sensualidade presente nos anos 70 para o colorido e o olhar dos jovens artistas dos anos 80 e 90 do século XX, no Brasil, e trabalhos dos professores que produzem no Laboratório Oficina Guaianases de Gravura (OGG) da UFPE, entre as re-leituras de obras literárias e do próprio movimento Guaianases como continuação das propostas de experimentação em novos suportes e com novas temáticas.
A exposição aconteceu no Salão Souza Dantas e objetivou divulgar para um público mais amplo a produção da Oficina Guaianases de Gravura (OGG), um movimento artístico iniciado em Pernambuco em 1974, por João Câmara e Delano. Inicialmente, o movimento ocupou um ateliê no bairro de Campo Grande, no Recife, e, em 1979, se transferiu para o Mercado da Ribeira, em Olinda. A Oficina congregou importantes artistas, entre consagrados e iniciantes, no campo da litogravura (gravura sobre pedra), incluindo Gilvan Samico, José Carlos Viana, Tereza Carmen, Guita Charifker, Luciano Pinheiro, Gil Vicente, Tereza Costa Rego, Raul Córdula, Romero de Andrade Lima, Maria Carmen, Maurício Arraes, Liliane Dardot e José Cláudio. Em 1994, o grupo se desfez. Alguns de seus componentes já trilhavam carreira solo, enquanto outros conseguiram a projeção regional/nacional no mundo das artes visuais.
O acervo consolidado ao longo de mais de duas décadas de produção artística foi doado em 1995 à Universidade Federal de Pernambuco, após a dissolução da Oficina. O acervo em papel (mais de duas mil gravuras) vem sendo alvo de projeto de recuperação e digitalização, financiado pela Petrobras Cultural, sob a coordenação de Mercedes Otero. Parte da coleção está disponibilizada no site: www.ufpe.br/guaianases, que já reúne 1.014 imagens.
Segundo as professoras Virgínia Leal, diretora do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, e Ana Lisboa, do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, também artista plástica, o acervo contém matrizes e trabalhos em papel de alto valor artístico e inegável valor documental, pois retrata um movimento de artistas em torno de uma arte tradicional – a gravura, cujos matizes na Região Nordeste adquirem contornos interessantes: vai do popular ao trabalho erudito de inspiração popular e avança em direção às produções abstratas próprias da arte moderna e contemporânea.
De acordo com as coordenadoras da exposição, não há uma identidade de poéticas e estéticas na produção; e é justamente essa diversidade que fascina a quem deita o olhar sobre as gravuras deste movimento Guaianases. Nos anos 70, eram recorrentes tanto temas relativos à ditadura militar quanto ao erotismo da liberação sexual dos anos 70. Nos anos 80, os temas migraram da denúncia, do cenário político, para outros temas. As litogravuras se aproximam da pintura e os temas são mais celebração do que contestação, explicam as professoras.
A exposição pretendeu dar maior visibilidade à Coleção Histórica da Oficina Guaianases de Gravura e aos artistas da UFPE, apresentando uma amostragem significativa e um abrangente panorama sobre o que existe no Estado de Pernambuco, especialmente em Olinda, que se transformou num viveiro de artistas que continuam a fazer  a história cultural de Pernambuco do ponto de vista das artes plásticas.
O Consulado Geral do Brasil em New York fica na 1185 Avenue of the Americas, 21º andar, em Manhattan – NY. Tel.: (917) 777.7777
 
 
 
 GRUPO GUAIANASES DE GRAVURA
 

 

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