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Joaquim Barbosa, right, chief justice of Brazil Mauricio Lima The New York Times Porém, o mesmo resplendor público que o transformou em celebridade também o queimou. Embora tenha ganhado ampla admiração pela condução da suprema corte, Barbosa, como qualquer outra figura política de destaque no Brasil, enfrenta análises minuciosas. Para alguém acostumado a criticar os chamados supersalários recebidos por membros do sistema jurídico, as revelações o colocaram na defensiva. Uma reportagem no noticiário brasileiro descreveu como ele recebeu cerca de US$ 180 mil em pagamentos por licenças-prêmio durante seus 19 anos como promotor público. (Tais pagamentos são comuns em algumas áreas da grande burocracia pública brasileira). Outra reportagem comentou que ele comprou um apartamento em Miami por meio de uma empresa de responsabilidade limitada, sugerindo uma tentativa de pagar menos impostos sobre a propriedade. Em declarações, Barbosa afirma não ter feito nada de errado. Em um país onde a maioria das pessoas agora se define como negras ou mulatas, mas onde os negros continuam sendo extraordinariamente raros nos altos escalões das instituições políticas e corporações, a trajetória de Barbosa e seus modos abruptos geraram tanto ampla admiração quanto uma boa dose de resistência. Quando adolescente, Barbosa se mudou para a capital, Brasília, indo trabalhar como faxineiro em um tribunal. Contra todas as chances, ele entrou na Universidade de Brasília, o único estudante negro no curso de direito de então. Mais tarde, ele conseguiu ser aprovado para o serviço diplomático brasileiro, que imediatamente o levou a Helsinque, a capital finlandesa às margens do Mar Báltico. Sentindo que não avançaria muito no serviço diplomático, que ele qualificou de 'uma das instituições mais discriminatórias do Brasil', Barbosa optou pela carreira como promotor público. Ele se alternava entre investigações jurídicas no Brasil e estudos no exterior, ganhando fluência em inglês, francês e alemão, além do doutorado em direito pela Universidade de Sorbonne, Paris. Fascinado pelos sistemas legais de outros países, Barbosa escreveu um livro sobre a ação afirmativa nos Estados Unidos. Ele ainda expressa admiração por figuras como Thurgood Marshall, o primeiro negro da Suprema Corte dos EUA, e William J. Brennan Jr., que durante anos representou a visão liberal da Suprema Corte, claramente servindo de inspiração enquanto levava o STF a decisões sociais liberais. Mesmo assim, nenhuma decisão levou Barbosa a crescer tanto na imaginação pública brasileira quanto a condução do julgamento de políticos, legisladores e banqueiros considerados culpados em um escândalo de corrupção labiríntico chamado mensalão, em função dos pagamentos dados a políticos em troca de votos. Em novembro, a pedido de Barbosa, o STF sentenciou algumas das figuras mais poderosas do Partido dos Trabalhadores a anos de prisão pelos crimes no esquema, incluindo suborno, formação de quadrilha, sacudindo um sistema político no qual a impunidade dos políticos tem sido a norma. Agora o julgamento do mensalão está entrando no que pode ser sua fase final e Barbosa por vezes se mostrou exasperado com réus já considerados culpados e sentenciados, mas que conseguiram evitar ser presos. Ele entrou em conflito com outros juízes durante o exame de um procedimento jurídico raro no qual apelações sobre votações encerradas na STF são examinadas. Ao perder a paciência com um juiz de renome, Ricardo Lewandowski, que tentou absolver alguns réus de determinados crimes, Barbosa o acusou publicamente, em agosto, de fazer 'chicanas' ao recorrer ao juridiquês para sustentar certas posições. Seguiram-se protestos entre quem não suportou ver Barbosa falar daquela forma com um colega juiz. 'Quem o ministro Joaquim Barbosa pensa que é?', perguntou Ricardo Noblat, colunista do jornal 'O Globo', questionando se Barbosa estava qualificado para presidir o STF. 'Que poderes ele julga ter só porque está sentando na cadeira do presidente do Supremo Tribunal Federal?' Barbosa não se desculpou. Na entrevista, ele afirmou que um pouco de tensão era necessária para o tribunal funcionar adequadamente. 'Sempre foi assim', ele disse, afirmando que discussões agora eram mais fáceis de ver porque os julgamentos são televisionados. Ligando o trabalho do STF à recente onda de protestos, ele explicou que discordava veementemente da violência de alguns manifestantes, mas também disse acreditar que os movimentos das ruas eram um 'sinal de exuberância da democracia'. 'As pessoas não querem assistir passivamente e observar esses arranjos da elite, que sempre foram a tradição brasileira.' The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_
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