| 26 AGOSTO 2013
ARTIGOS - CULTURA
ARTIGOS - CULTURA
Tenho em mãos o mais importante livro do ano: O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, coletânea de artigos do filósofo Olavo de Carvalho, organizada pelo escritor Felipe Moura Brasil. Quem possui interesse pela vida intelectual não deve deixar de ler esse livro sob nenhuma hipótese. Como seria impossível comentar todas as preciosidades contidas em 600 páginas, atenho-me a um artigo publicado em 22 de julho de 2000: “Sem testemunhas”.
O artigo, na verdade, toma um fato simples, ocorrido na infância de Albert Schweitzer, e extrai daí consequências morais aplicáveis a qualquer existência humana. O pequeno Albert tinha 3 anos e brincava no jardim quando veio uma abelha e lhe picou o dedo. O menino começa a chorar; os pais e vizinhos vêm socorrê-lo. De repente, Albert percebe que a dor já passou e que está chorando só para atrair a atenção dos outros. Esse é um momento-chave para a vida intelectual de qualquer pessoa: o momento em que se descobre uma verdade que não pode ser testemunhada por mais ninguém – a não ser o indivíduo e Deus.
Depois vim a saber quem era Albert Schweitzer: teólogo, músico, médico, escritor, Nobel da Paz. O homem que deixou uma vida de fama e glória – era um dos mais importantes intérpretes de Bach no seu tempo – para construir um hospital filantrópico na África. Pois esse ser humano admirável sob todos os aspectos continuava a sentir vergonha daquelas lágrimas falsas, décadas depois de um acontecimento que só ele testemunhou!
Idiota é aquele indivíduo que não consegue encarar a verdade essencial sobre si mesmo e fica remoendo seus autoenganos e culpas até a morte. Enfraquecido pela mentira, ele acaba sendo alvo fácil para os movimentos ideológicos que envenenam o nosso tempo. O idiota vira idiota útil: é o que vemos se espalhar como epidemia no Brasil. Epidemia da idiotia.
No meu caso pessoal, posso dizer que a abelha teve três nomes: materialismo, ateísmo e comunismo. Apesar de ser o regime mais assassino que já existiu sobre a face da Terra, o comunismo sobrevive – sob as mais diferentes formas e disfarces, até mesmo ecológicos e religiosos – porque atende a um dos mais importantes anseios do homem: o sonho de fazer parte de algo maior, melhor e mais forte que a mera individualidade. Ora, esse algo maior e melhor a humanidade já conhece há dois mil anos: é o Cristo.
Para chegar a essa verdade simples, foi preciso que algumas pessoas, entre elas Olavo de Carvalho, me sacudissem com força, dizendo: “Ei, Paulo, pare de chorar!”
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