Revista Raça
Saiba mais sobre o período da infância e da juventude Nelson Mandela
TEXTO: Oswaldo Faustino e Celso Fontana | FOTO: Divulgação | Adaptação web: David Pereira
O sul-africano Neslon Mandela | FOTO: Divulgação
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Infância de Nelson Mandela: Rolihlahla Dalibhunga Mandela, um dos 13 filhos de Gaddla Mandela com Nosekeni Fanny, sua terceira esposa, nasceu em 18 de julho de 1918, às margens do Rio Mbashe, próximo de Umbata, no seio da nação Xhosa. Passou seus primeiros anos correndo livre pelas terras de Qunu, uma reserva nativa, onde vive ainda hoje o povo Thembu. Herdeiro direto da casa real do povo liderado por seu pai, chefe do clã dos Mandela, aos 7 anos entrou para a escola primária e recebeu um nome inglês: Nelson. No ano seguinte, perdeu o pai, a quem descreveu como “orgulhoso e rebelde, com um senso obstinado de justiça”. Foi então tutorado por seu tio Jongintaba Dalindyebo. A expectativa da família era de que o jovem Rolihlahla herdasse a chefia do povo Thembu. Uma das condições era que se casasse com uma jovem que nem sequer conhecia. Rebelde, fugiu para não se casar.
Anos antes dessa fuga, sonhando preparar o sobrinho para substituí-lo como líder de seu povo, o tio o levou pessoalmente para matricular-se na escola metodista, dirigida pelo reverendo branco Cecil Harris. Depois de explicar que ele teria seus horizontes ampliados para além dos limites de suas terras e de informar que, após as aulas, ele iria trabalhar no jardim do colégio, o diretor lhe estendeu a mão. Em sua autobiografia, Mandela conta que titubeou a tocá-la, pois jamais apertara uma mão branca. Muitas décadas depois, ao ser libertado após 27 anos de prisão e o fim do apartheid, ele repetiria este gesto, contrariando os que acreditavam que se tornaria um homem vingativo.
Juventude de Nelson Mandela: Nas primeiras etapas de sua formação, frequentou escolas administradas por religiosos metodistas, dedicadas a uma elite do povo negro sul-africano. Muitos destes aristocratas tornaram-se líderes revolucionários. Na universidade, conviveu com os amigos que, mais tarde, formariam com ele o Congresso Nacional Africano (CNA), partido banido durante o apartheid e que hoje se encontra no poder. Naquela época, participou de uma manifestação universitária contra a má qualidade da comida, que visava boicotar a eleição do conselho estudantil. Acabou sendo eleito pelos colegas para comandar o conselho, cargo que se recusou a assumir. O diretor disse-lhe, então, que só havia duas alternativas: ou assumia o cargo ou abandonava a instituição. Preferiu a segunda.
Anos antes dessa fuga, sonhando preparar o sobrinho para substituí-lo como líder de seu povo, o tio o levou pessoalmente para matricular-se na escola metodista, dirigida pelo reverendo branco Cecil Harris. Depois de explicar que ele teria seus horizontes ampliados para além dos limites de suas terras e de informar que, após as aulas, ele iria trabalhar no jardim do colégio, o diretor lhe estendeu a mão. Em sua autobiografia, Mandela conta que titubeou a tocá-la, pois jamais apertara uma mão branca. Muitas décadas depois, ao ser libertado após 27 anos de prisão e o fim do apartheid, ele repetiria este gesto, contrariando os que acreditavam que se tornaria um homem vingativo.
Juventude de Nelson Mandela: Nas primeiras etapas de sua formação, frequentou escolas administradas por religiosos metodistas, dedicadas a uma elite do povo negro sul-africano. Muitos destes aristocratas tornaram-se líderes revolucionários. Na universidade, conviveu com os amigos que, mais tarde, formariam com ele o Congresso Nacional Africano (CNA), partido banido durante o apartheid e que hoje se encontra no poder. Naquela época, participou de uma manifestação universitária contra a má qualidade da comida, que visava boicotar a eleição do conselho estudantil. Acabou sendo eleito pelos colegas para comandar o conselho, cargo que se recusou a assumir. O diretor disse-lhe, então, que só havia duas alternativas: ou assumia o cargo ou abandonava a instituição. Preferiu a segunda.
De volta ao lar, foi recebido por um tio enfurecido. Para tornar o retorno ainda mais conturbado, seu primo e amigo inseparável, Justice – filho de Jongintaba-, seguiu os seus passos e também abandonou a universidade. Só uma atitude aplacaria a fúria real: ambos teriam de se casar com duas jovens desconhecidas para atender aos interesses políticos do rei. Se antes isso já era repulsivo para Mandela, na ocasião, havia se tornado impossível, por conta das concepções assimiladas nas escolas religiosas, diferentes dos costumes locais. Novamente, a solução foi a fuga, desta vez para Johannesburgo, a maior cidade sul-africana. A dupla passou a viver em condições precárias em uma favela no subúrbio de Alexandra,cidade da província de Gauteng. Para se sustentarem, trabalhavam como vigias em uma mina. Obstinados, estudavam Direito à noite. Em 1941, Mandela tornou-se inquilino do líder sindical Walter Sisulu, que o convidou a ingressar para o CNA e lhe arranjou um estágio numa empresa de advocacia. Sisulu declarou: “O CNA sonhava em transformar-se num movimento de massa e, um dia, um líder de massa foi morar em casa”. Ao graduar-se, Mandela se associou a Oliver Tambo, formando o primeiro escritório de advogados negros do país. Por vir da nobreza de seu povo e pelas boas relações entre os reis e os dominadores brancos, ele não tinha se dado conta das grandes diferenças raciais na África do Sul. A realidade em Johannesburgo, porém, abriu seus olhos para a questão.
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