quarta-feira, 25 de março de 2015

10 DICAS PARA EDUCAR SEU FILHO PARA O FUTURO PROFISSIONAL


Desde cedo os pais podem ajudar os filhos a desenvolver valores e hábitos que serão úteis em seu futuro profissional. Entre eles a responsabilidade, a disciplina e a capacidade de trabalhar em equipe

Foto: Marcella Briotto
Foto: Valores como a responsabilidade e saber trabalhar em equipe podem ajudar seu filho a lidar com algumas situações
Valores como a responsabilidade e saber trabalhar em equipe ajudam seu filho a lidar com algumas situações


O que é importante para que seu filho tenha mais chances de se sair bem no mercado de trabalho? Concluir os estudos e passar no vestibular? Aprender outro idioma? Certamente estudar é fundamental. Mas não é só a educação dada nas escolas que forma um bom profissional. Há uma série de valores hábitosque os pais podem ajudar a desenvolver e que serão muito úteis para que o filho saiba viver bem em sociedade e no ambiente de trabalho. Entre eles a responsabilidade, a disciplina e a capacidade de trabalhar em equipe.


Não adianta esperar que um jovem que ingressa no mercado de trabalho se torne responsável com horários de uma hora para outra ou saiba lidar com as regras determinadas pelos chefes. A preparação para isso deve começar cedo, ainda na primeira infância. "Ninguém nasceu pronto para aprender a responsabilizar-se pelos seus próprios atos. Somente praticando nas situações do cotidiano desde pequeno, no contexto familiar e escolar, é que a criança aprenderá a conviver melhor com a sociedade e, consequentemente, no ambiente profissional", afirma a psicopedagoga Edith Rubinstein, sócia fundadora da Associação Brasileira de Psicopedagogia e diretora do Centro de Estudos Seminários de Psicopedagogia.

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1. Dê responsabilidades
Responsabilidade é uma qualidade essencial para a vida e para o trabalho. Esse valor deve ser ensinado desde cedo. "As primeiras responsabilidades das crianças estão relacionadas aos cuidados com seus brinquedos e objetos de uso pessoal. A criança precisa ser convidada a guardar seus pertences, embora os pais possam ajudá-la. Deve ficar claro para a criança que os adultos a ajudam e não a criança ajuda os adultos, porque a responsabilidade é dela. Para que a criança se sinta parte da família, ela deve gradativamente ser inserida em tarefas relacionadas à organização do próprio quarto e futuramente tarefas coletivas, como tirar ou colocar a mesa da refeição, ajudar a secar a louça, alimentar o animal de estimação etc", afirma Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice.

2. Ensine a ser disciplinado
Ter disciplina é ter a capacidade de seguir regras e normas, de realizar as tarefas necessárias para alcançar uma meta sem desviar a atenção ou perder a motivação. O primeiro passo para que os pais tenham um filho disciplinado é sendo eles mesmos pessoas disciplinadas. É preciso dar o exemplo, conforme explica Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice. "A criança imita os adultos e irmãos, portanto ensinamos a disciplina sendo disciplinados. A criança aprende o que ela vive, não só o que ouve",afirma Maria. A psicopedagoga Edith Rubinstein concorda e acrescenta: "O aprendizado da disciplina começa na vivência de situações do cotidiano da criança. Um exemplo está na rotina das refeições, que devem ser feitas nos locais e horários adequados. Comer olhando para a TV, para o jogo no tablet no sofá ou no chão não são experiências que contribuem para a construção da disciplina", diz ela.
3. Incentive as atividades em equipe
Brincar ou desenvolver tarefas em equipe traz grandes ensinamentos para a criança: assumir a responsabilidade na parte que lhe cabe no jogo ou trabalho, aceitar as diferenças que há entre os membros do grupo, saber ouvir a opinião dos outros, etc. "O trabalho em equipe é um aprendizado que também começa em casa e que mostra que naquela atividade cada um tem uma função para fazer algo que seja útil para todos. Crianças mais velhas podem dividir tarefas do lar entre si e entre os adultos, por exemplo", diz a psicopedagoga Edith Rubinstein.

Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice, ressalta que se a criança não cumprir a parte dela na tarefa em equipe, é preciso deixar claro que tal atitude não foi satisfatória para as pessoas envolvidas. Por outro lado, também é importantíssimo apontar os pontos positivos, isto é, a satisfação que o grupo teve quando a criança dá sua contribuição. "O elogio por ter participado é mais significativo que a repreensão por não ter participado", diz ela.

4. Ensine a traçar objetivos
Traçar metas e objetivos e desenvolver estratégias para alcançá-las são formas de iniciação para o empreendedorismo, conforme afirma a psicopedagoga Edith Rubinstein. Trata-se, portanto, de uma habilidade muito importante a ser desenvolvida, já que sair-se bem na vida profissional não significa apenas conquistar um emprego em uma empresa, mas pode incluir também abrir seu próprio negócio, ou seja, empreender. "Uma criança pequena que já conheça os dias da semana pode ser estimulada a planejar uma atividade que pretenda desenvolver no final de semana. Essa atividade demanda antecipação, imaginação, organização. Ela poderá, com a ajuda do adulto, antecipar os passos necessários para atingir seu objetivo. Por exemplo, se quiser ir ao teatro com amiguinhos, ela pode ser mediada para identificar as providências necessárias para fazer este programa. Esta experiência trará também a oportunidade de viver o conceito de processo e as estratégias para alcançar um objetivo, tão necessários na vida de modo geral", afirma Edith.
5. Incentive a autonomia
Vestir-se, arrumar-se, amarrar os sapatos, tomar banho sozinho. Conforme a criança vai crescendo, conquista habilidade para fazer atividades como essas. Os pais devem estimular a autonomia e ao longo da vida da criança dar os ensinamentos para que no futuro ela saiba se virar sozinha. Nesse processo, o importante é ter paciência. "Incentiva-se a autonomia dando oportunidade para que a criança faça suas escolhas, desde que isso não coloque em risco sua segurança. Os pais devem elogiar sempre que a criança cumprir uma tarefa, mesmo que não esteja perfeita aos olhos dos adultos", afirma Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice. "O ponto de partida é a paciência do adulto. Nem sempre é fácil ao adulto que "corre contra o tempo" esperar a resposta da criança", ressalta a psicopedagoga Edith Rubinstein. Mas é preciso dar o tempo necessário para que o filho consiga responder sozinho ao que é solicitado.

6. Mostre como lidar com vitórias e fracassos
A vida é feita de perdas e ganhos e na trajetória profissional seu filho também vai vivenciar isso. "Mas nem sempre os pais conseguem mostrar esses dois lados", diz a psicopedagoga Edith Rubinstein. Os jogos e as brincadeiras coletivas constituem uma boa oportunidade para aprender que ganhar e perder são parte do jogo da vida. O importante é fazer com que as crianças sempre sigam as regras e aprendam a lidar com suas vitórias - sem rebaixar os perdedores ou se sentirem melhor que os outros - e também com seus fracassos. Por isso, nada de burlar as regras ou deixar o filho ganhar para que ele não fique frustrado com a brincadeira. "Quando isto ocorre, as crianças acabam aprendendo que sempre se ganha, que sempre há um "jeitinho" para se sair bem, o que não é saudável", afirma Edith. "Pequenas doses de frustração ajudam a criança a amadurecer seu grau de egocentrismo. Seus desejos nem sempre serão atendidos, assim como na vida em sociedade e profissional", diz Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice.

7. Dê educação financeira
Dar educação financeira às crianças significa ensiná-las como lidar com o 
dinheiro e com a limitação imposta por ele. "Os pais precisam dizer que dinheiro tem limite, que não podemos gastar indefinidamente. À medida que a criança vai ganhando compreensão do valor do dinheiro, os pais podem compartilhar quanto se gasta no supermercado, no aluguel, no condomínio. Sem que os adultos lhe informem, a criança não tem noção de como funciona a questão do dinheiro", afirma Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice. Outro ensinamento importante a ser passado para as crianças é de que nem tudo o que fazemos tem por objetivo ganhar dinheiro. "Isso precisa ficar claro para a criança: pequenas gentilezas e o espírito de cooperação são importantes no desenvolvimento moral da criança",diz.

Segundo a psicopedagoga Edith Rubinstein, a educação financeira pode começar com o pagamento de um pequeno valor de mesada, semanada ou mesmo por meio da remuneração de algumas atividades, quando a família tem condições econômicas para isso. "Dar mesada pode ser útil para a criança aprender a poupar a fim de esperar para adquirir algo que queira. Envolve aprender a ter autocontrole, que é tão importante para a vida", diz.

8. Note como fala do seu trabalho às crianças
Você já prestou atenção sobre como fala de seu emprego ou de seu trabalho na frente de seus filhos? Está sempre insatisfeito, reclamando e desejando ganhar na loteria para poder parar com a "tortura"? Ou, embora se expresse quando há problemas, também conta sobre as vitórias e conquistas que teve em seu emprego e sobre a importância do trabalho que exerce? Pois saiba que a maneira como você fala sobre sua vida profissional também afeta a imagem que seu filho vai construir sobre o que significa trabalhar. "Queixar-se sempre da vida profissional dá à criança pistas de que trabalhar é algo negativo. Quando o adulto faz o que gosta vai demonstrar que vencer desafios é algo que lhe traz satisfação. Nem sempre expressamos com palavras nossa insatisfação, mas a criança tem a capacidade de absorver nossas mensagens subliminares", alerta Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice.

9. Desperte o lado questionador de seu filho
Uma criança questionadora é uma criança que sente curiosidade para aprender mais e para expressar seus pontos de vista. Por isso os pais devem aprender a ouvi-las, acolher suas perguntas e a incentivar que elas deem argumentos e opiniões. "Ouvir o ponto de vista da criança é o primeiro passo para que ela se sinta segura para argumentar", diz Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice.

10. Invista na bagagem cultural
Atividades culturais como ir a um museu, ao teatro, ver filmes, ler livros e viajar ampliam o conhecimento das crianças sobre o mundo. "Isso gera maior poder de argumentação, de raciocínio lógico e capacidade de resolver problemas", afirma Maria Rocha, diretora pedagógica do colégio Ápice. Mesmo quando a família não tem condições financeiras de realizar atividades que custam dinheiro é possível investir na bagagem cultural: procure saber quais atividades culturais gratuitas há em sua cidade ou faça em casa algumas atividades com ele, como ler um livro ou ver um filme. "Esta formação cultural é tão importante como a formação acadêmica", diz a psicopedagoga Edith Rubinstein.

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