Na maior parte do país, o esporte é somente para homens, mas na região de Casamance, no extremo sul, há uma longa história de mulheres lutadoras, que deu origem à equipe nacional de luta feminina.
As fotos e o texto são de Laeila Adjovi
Estas mulheres treinam diversas vezes na semana em uma praia no vilarejo de Diembering, em Casamance. A luta tradicional é ligeiramente diferente da luta livre, um esporte olímpico, e as mulheres têm que aprender certas técnicas se querem levar sua paixão ao próximo nível. A lutadora mais famosa do Senegal, Isabelle Sambou, também é da região. Ela conquistou o quinto lugar nos Jogos de Londres 2012.
Sirefina Diediou (foto), de 19 anos, entrou para a equipe nacional no ano passado. Ela diz que costumava lutar com meninos na escola e precisou convencer sua mãe a aceitar seu amor pelo esporte. Mas agora a mãe a encoraja a seguir adiante com a carreira, contanto que continue com o bom desempenho escolar. Seus amigos dizem que ela não encontrará um marido, mas ela não liga. "Eu amo lutar, amo esporte e tenho um objetivo: ser uma grande atleta", diz.
A luta acontece juntamente com as danças tradicionais na região. No mais recente Festival dos Campos de Arroz, em Diembering, homens lutadores se vestiram com roupas tradicionais para dançar na abertura do torneio de luta.
Os jovens que não podem lutar se vestem de mulheres e animam a multidão. Edouard, na foto à esquerda, é contador em uma imobiliária no resort de Cap Skirring, nas proximidades de Diembering. Ele não pôde lutar porque havia machucado o pé, mas isso não foi desculpa para que não participasse da festa.
A dança deve mostrar a força e a bravura dos lutadores. Eles golpeiam suas lanças no chão enquanto dançam. No festival, as mulheres não estavam envolvidas nesta performance, mas em outras ocasiões elas também dançam antes de lutar.
Muitos acessórios da vestimenta dos lutadores têm significados, como a cor do tecido que usam. Em Casamance, onde muitas mulheres são animistas ─ assim como em outras partes do Senegal ─ lutadores usam talismãs para ter sorte, mas Sirefina Diediou diz que o hábito é menos comum entre mulheres.
Festivais locais celebram as lutas tanto de homens quanto de mulheres, aliadas a dança e vestimentas tradicionais.
Algumas meninas lutavam pela primeira vez no festival, porque as vencedoras podiam ganhar prêmios como brinquedos, bicicletas ou computadores.
Segundo a organizadora das lutas, Karafa Diatta, menos meninas participam hoje em dia, porque elas vão para a escola e para as universidades. Ocasionalmente, algumas deixam de participar porque ficam grávidas cedo.
Agora, as atletas e entusiastas esperam que o Senegal consiga usar o poder dessas tradições para se tornar uma potência no mundo da luta feminina.
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