quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20 DE NOVEMBRO: UMA HISTÓRIA DE LUTA E RESISTÊNCIA CONTRA O RACISMO, A EXPLORAÇÃO E TODAS AS FORMAS DE OPRESSÃO


20 de novembro
Poucos sabem que a escolha da data que deu origem ao 20 de novembro vem de uma pesquisa feita pelo Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul - mais especificamente por Oliveira Silveira, militante falecido do Movimento Negro. A importância da data da morte de Zumbi de Palmares, em 20 de novembro de 1695, que reafirmamos como dia de luta e de resistência dos milhares de negros e negras escravizados, em nome da acumulação de riquezas do colonizador, hoje é para nós a marca de que nossa luta está longe de acabar.

Com o neoliberalismo e seus ataques à classe trabalhadora de conjunto, e a crise econômica mundial e os reflexos no Brasil, percebemos que os negros(as), que são a metade da população, encontram-se nas piores condições de ter uma vida digna em todos os aspectos. Os dados estatísticos demonstram, com nitidez, por exemplo: representam 69,3% dos 10% mais pobres, trabalham 2 horas a mais do que os brancos, na estrutura ocupacional segundo raça/cor na pesquisa feita pela Fundação de Economia e Estatística vemos que há menor contratação de negros(as) em trabalhos como da indústria, comércio e serviços - enquanto que na construção civil e no emprego doméstico, se olharmos os dados de Porto Alegre, veremos que os negros são 60%, em uma capital onde no Estado representam apenas 15,5% do total.

Essa discrepância de condição se apresenta em todos os estados brasileiros. Mas não apenas nesse sentido se reflete o racismo. Negros recebem os mais baixos salários em piores condições de trabalho. Ocupam postos na terceirização e no subemprego. As mulheres negras ganham 1/3 do rendimento de um homem branco; as crianças negras começam a trabalhar mais cedo.

A violência contra a mulher negra que é tida "como a carne mais barata do mercado"; só aumenta, mesmo com a Lei Maria da Penha. As mulheres continuam sendo mortas em suas próprias casas e as mulheres negras não fogem à regra. Pelo contrário, em todos os índices são as que mais sofrem de abusos e violências físicas e moral. E, ainda, contam com o silêncio do racismo institucional, quando vão denunciar os crimes ou pedir ajuda.
Nem Lula, nem Dilma mudaram a condição de opressão e de racismo dos negros e negras em nosso país. Por todas essas questões é que o 20 de novembro, assim como Zumbi, que morreu na luta neste dia, para nós é dia de muita luta, garra e resistência.

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