sábado, 7 de março de 2015

SOCIEDADES SECRETAS FEMININAS NA ÁFRICA


https://elegbaraguine.wordpress.com/2013/08/15/sociedades-secretas-femininas-na-africa/

Diferentemente das masculinas, as sociedades femininas têm sido muito menos difundidas e alcançaram uma maior influência na África Ocidental.
Tais sociedades nasciam na época de desintegração dos grupos humanos e do matriarcado. Tais sociedades secretas defendiam a propriedade, o prestígio e os privilégios dos seus membros e ao mesmo tempo aterrorizavam abertamente os não iniciados por eles influenciados através de rituais . As atividades das sociedades secretas estavam escondidas sob o veu do mistério, possuíam uma mitologia própria vinculada ao culto dos antepassados e uma linguagem própria. Não raro, as chefes de sociedades femininas secretas rivalizavam em poderio com o lideres espirituais e politicos da tribo.
Ainda hoje, sociedades femininas secretas existem em muitos países da África Ocidental. Na Serra Leoa, por exemplo, as sociedades rituais femininas Sande, Bondo, Humon e Raruba preparam as garotas para o casamento e protegem-nas da pressão física, psicológica e econômica por parte dos homens.
Os membros das sociedades femininas secretas adoram, em regra, imagens esculturais da mãe com o filho. Umas ações rituais acompanham as danças de máscaras, durante as quais são executados uns cânticos religiosos especiais e são oferecidos diversas oferendas.
As integrantes das sociedades femininas secretas sempre se avantajaram aos homens. Ao casar com uma mulher pertencente a uma sociedade secreta, o homem tinha que reconhecer sua companheira. Se não o fazia, sua esposa cobria-se de lodo, envolvia-se em folhas de junco e punha-se a andar de quatro aos uivos e dar pauladas em cada pessoa vinda ao seu encontro. Só através de uma oferenda e um presente à mulher é que o marido podia fazer as pazes com ela. Tendo aceito o presente, a mulher encerrava o caso a cantar em alta voz e dançar alegremente.
Uma das sociedades femininas secretas africanas mais poderosas é a Bundu, na Nigéria. As mulheres pertencentes à sua classe mais alta pintam as mãos e o rosto de branco e usam mantos negros sempre iguais. Possuem um poder suficiente para castigar e até matar qualquer homem que tiver penetrado no seu território sagrado.
Uma sociedade feminina semelhante, chamada Yewhe, existe no Gana. Ao ser admitida nela, a menina recebe um nome novo. Todo dia, ela é ensinada a realizar ações diversas necessárias à prática dos rituais. E no final desse “curso de ciências”, ela aprende a arte de composição de venenos.
Uma menina pode dedicar sua vida a essa sociedade e nela alcançar um status elevado. Porém, se ela voltar para a família do pai e mais tarde se casar, continuará como membro dessa organização todo-poderosa e poderá contar com seu apoio. Por exemplo, se se separar do marido, poderá sempre voltar para a Yewhe. Essa sociedade é capaz de punir o homem ou obrigá-lo a pagar uma multa vultosa à mulher ofendida.
É interessante que cada jovem admitida na Yewhe deve, antes que tudo, aprender a linguagem secreta chamada “agbungbe”. Uma vez terminado o curso letivo e de volta para casa, ela tem a obrigação de falar quatro meses seguidos não seu idioma materno e sim o secreto.
Além de uns conhecimentos ocultos, as membras das sociedades secretas eram iniciadas nos segredos da vida familiar, pois uma grande maioria delas não se propunha viver a vida toda só dedicada a rezas diárias e cerimônias enigmáticas.



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