sábado, 14 de março de 2015

REPETINDO 1964, GLOBO CONVOCA 100% DE JORNALISTAS PARA COBRIR TENTATIVA DE GOLPE NO DOMINGO DIA 15 DE MARÇO DE 2015

EPETINDO 1964, GLOBO CONVOCA 100% DE JORNALISTAS PARA COBRIR TENTATIVA DE GOLPE NO DOMINGO

GloboGolpe
A direção de jornalismo da Globo já convocou  jornalistas para fazer cobertura ao vivo dos atos desde o domingo cedo. E já teria informado  que vai usar o  Globo Notícia para criar um clima mais quente da cobertura.
O Globo Notícia, para quem não sabe exatamente do que se trata, é aquele expediente que a emissora que apoiou o golpe de 64 utiliza em momentos raros. No meio da programação surge aquela musiquinha em clima de emergência e algum âncora de plantão narra a notícia grave.
Foi assim, por exemplo, na morte de Tancredo, que aconteceu num domingo, em meio a um Fantástico.
A Globo não faz isso em eventos.
Mas já fez algo bastante semelhante em 20 de junho de 2013, quando exibiu flashes dos protestos desde às 15h45.
Naquele dia, a Globo deixou de transmitir a Copa das Confederações, porque a a Fifa não permitia interrupções nas transmissões dos jogos.
Surpreendendo a muitas pessoas (não a este blogueiro), a Globo ainda decidiu priorizar a transmissão dos protestos e não transmitiu as novelas Flor do Caribe e Sangue Bom.
Os âncoras e repórteres ficavam defendendo os protestos e anunciando a chegada de milhares de pessoas à Paulista. A Globo News chegou a colocar três protestos simultaneamente na tela.
Às 19h30, o Homer, digo o Bonner, substituiu Patrícia Poeta na narração do ato e anunciou o início do Jornal Nacional uma hora mais tarde (no horário de costume) sem escalada de manchetes.
A Globo e seus repórteres focaram a cobertura do ato destacando a rejeição a PEC 37. Como se todos que estivessem na Paulista naquele dia tivessem ido com aquele objetivo.
Ao convocar seus repórteres para fazer essa cobertura no domingo a Globo vai buscar levar mais gente aos atos. É claramente essa a estratégia. E, claro, vai chamar o ato buscando destacar o movimento pró-impeachment de Dilma.
Se o governo não fizer nada contra isso, estará aceitando que a Globo lidere uma tentativa de golpe midiático.
Em abril de 2001, Gustavo Cisneros fez exatamente isso na Venezuela. E além da cobertura-convocatória ao vivo das manifestações, surgiram cadáveres atingidos por franco-atiradores.
Esse blogueiro tem ojeriza a alarmismo, mas os responsáveis pelo jornalismo da Globo sabem exatamente onde a entrada de uma concessão pública com a força de audiência da emissora pode fazer as coisas chegarem.
E se faltava algum ingrediente para as manifestações de domingo ligarem o alerta máximo. Essa provocação da Globo é a gota d´água.
(Renato Rovai)

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