quinta-feira, 10 de abril de 2014

A VERDADE SOBRE O TRIANGULO DAS BERMUDAS







O Triângulo das Bermudas é uma grande área do mar entre a Flórida, o Porto Rico e Bermudas. Ao longo dos últimos séculos, pensa-se que dezenas de navios e aviões desapareceram em circunstâncias misteriosas na área, que ganhou o apelido de “O Triângulo do Diabo.”


Algumas pessoas até especulam que a área tem atividades extraterrestres ou que alguma causa cientifica bizarra torne a região tão perigosa.






A má reputação do Triângulo das Bermudas começou com Cristóvão Colombo. De acordo com seu registro, em 08 de outubro de 1492, Colombo olhou para sua bússola e notou que ela não estava indicando as posições corretas. Ele não alertou sua equipe inicialmente porque isso causaria pânico na tripulação.


Esta e outras questões relatadas com bússolas na região deram origem ao mito de que todos elas não funcionam no Triângulo.


Mais de 100 navios e aviões desapareceram, desde o final da Segunda Guerra, entre o arquipélago das Bermudas, o estado da Flórida, nos Estados Unidos, e a cidade de San Juan, em Porto Rico. Os limites dessa região formam um triângulo imaginário sobre as águas do mar do Caribe que há séculos desperta temores. Ainda assim, a fama do Triângulo das Bermudas como cenário de fenômenos inexplicáveis cresceu mesmo a partir de dezembro de 1945, quando cinco aviões da Marinha americana sumiram sem deixar vestígios.


Muitas explicações têm citado propriedades magnéticas incomuns dentro dos limites do Triângulo. Embora os campos magnéticos do mundo estejam em fluxo constante, o “Triângulo das Bermudas” manteve-se relativamente inalterado. É verdade que alguns valores magnéticos excepcionais foram relatados dentro do Triângulo, mas nenhum para fazer o triângulo mais incomum do que qualquer outro lugar na Terra.


A moderna lenda do Triângulo das Bermudas não começa até 1950, quando um artigo escrito por Edward Van Winkle Jones foi publicado pela Associated Press. Jones relatou vários casos de desaparecimento de navios e aviões no Triângulo das Bermudas, incluindo os aviões comerciais “Star Tiger” e “Star Ariel”, que desapareceram no dia 30 janeiro de 1948 e 17 de janeiro de 1949, respectivamente. Ao todo, cerca de 135 pessoas estavam desaparecidas, e todas elas desapareceram ao redor do Triângulo das Bermudas. Como Jones disse, “elas foram engolidas sem deixar vestígios.”


Apesar disso, em 1970, a Guarda Costeira dos EUA, na tentativa de explicar as razões para os desaparecimentos no Triângulo, declarou:


“Primeiro, o “Triângulo do Diabo” é um dos dois lugares na Terra em que uma bússola magnética aponta para o norte verdadeiro. Normalmente os instrumentos apontam para o norte magnético. A diferença entre os dois é bem conhecida por navegadores experientes. A variação é de 20 graus. Se esta variação não for compreendida, o navegador pode mudar seu curso e entrar em apuros”.



A região do Triângulo das Bermudas também é conhecida pelos cientistas por ocorrerem outros fenômenos interessantes, só encontrados alí, ou encontrados em maior concentração do que em outras partes do mundo. São encontradas em grande número, por exemplo, cavernas subterrâneas que dão passagem a lagos e mares no continente americano.



Relatos de sobreviventes que quase desapareceram na região, citam uma grande neblina que ofuscava a visão e fazia parecer que mar e céu eram a mesma coisa.


Como o interesse popular crescia, os cientistas começaram a levar o assunto a sério, buscando uma resposta plausível. Uma das teorias que hoje tem certo crédito no meio científico culpa o gás metano, presente no subsolo oceânico do Triângulo, pelos mistérios.


"A liberação do metano reduz a capacidade de flutuação de um navio e pode afundá-lo", diz o físico Bruce Denardo, da Escola de Pós-Graduação Naval de Monterey, nos Estados Unidos. Além do risco de naufrágio, o gás também provocaria explosões ao atingir a atmosfera. "Por ser uma forma bruta do gás de cozinha, o metano pode entrar em combustão com a faísca de um motor de barco ou avião".






Segundo o professor Joseph Monaghane David MayDois, cientistas australianos, essa é uma teoria para ser levada a sério.


Para eles, a resposta dos desaparecimentos não se encontra em magnetismo, túneis do tempo, extra-terrestres ou qualquer outro tipo de fenômeno metafísico.


Na realidade, os fenômenos estranhos relatados na famosa região entre Porto Rico, Florida e as ilhas Bermudas resumem-se a um problema de... gás.
Concretamente, gás metano.


Esta a conclusão do trabalho do professor Joseph Monaghan e do seu pupilo David May, da Universidade Monash de Melbourne, Austrália, publicado no American Journal of Physics.


Segundo estes investigadores, grandes bolhas de gás metano que se desprendem do solo do oceano são capazes de fazer naufragar navios e despenhar aviões. Um fenômeno que poderá mesmo explicar outros desaparecimentos noutros locais do mundo.


Já nos anos 60 o investigador Ivan T. Sanderson tinha identificado regiões do planeta onde se encontram grandes concentrações de metano. Além do famoso 'Triângulo das Bermudas', também o Mar do Japão e o Mar do Norte tem áreas onde se detectam estas 'bolsas' de gás.



O metano, formado após intensa atividade vulcânica submarina, está normalmente contido no interior das rochas, sob a alta pressão oceânica. Mas pode soltar-se naturalmente.
Quando tal acontece, transforma-se numa bolha gigante que cresce exponencialmente enquanto sobe até à superfície. Mesmo depois de entrar na atmosfera, o gás continua a subir, expandindo-se lateralmente.


Bolhas de Metano


Segundo as simulações de computador dos cientistas australianos, qualquer navio apanhado nesta bolha perde imediatamente a sua capacidade de flutuação e, simplesmente, naufraga.



Se a bolha for suficientemente densa, é mesmo capaz de fazer despenhar um avião (especialmente se este voar a baixa altitude) - o metano faz o aparelho perder a sustentação e provoca danos nos motores. Nestas circunstâncias, a aeronave cai no oceano e afunda-se rapidamente.


O estudo publicado no «American Journal of Physics», pela equipe de Michael Denardo, sustenta o princípio de que a alta atividade vulcânica, existente na zona, liberta borbulhas de gás metano, que quando chegam à superfície da água, aumentam exponencialmente de tamanho e têm a capacidade de interferir e destruir embarcações e aviões que sobrevoem a área, já que os instrumentos se tornariam imprecisos perante a repentina mudança da densidade do ar.


Agora, através de um estudo oceanográfico do fundo do mar – na área do Triângulo das Bermudas e do Mar do Norte entre a Europa continental e a Grã-Bretanha – foi descoberta uma quantidade significativa de hidratos de metano e antigos locais de erupção.



Após terem estabelecido a correlação entre os dados existentes, os investigadores imaginaram o que acontece quando as gigantescas bolhas de metano explodissem de dentro das fissuras naturais do oceano. Esta investigação corrobora o artigo anteriormente publicado por Denardo.


Experiência comprovada


Qualquer embarcação, que seja capturada numa mega bolha de metano, perde imediatamente a flutuabilidade e afunda. Se as bolhas são grandes o suficiente e possuírem grande densidade podem derrubar aviões sem que estes se apercebam a tempo do que se vai passar. Quando atingidos por bolhas de metano começam a perder o controle dos motores e caem.


O princípio explica-se da seguinte forma: “Se misturarmos bolhas de metano na água, reduz a sua densidade de modo a que qualquer coisa que flutue na superfície acabe por afundar". A equipa de cientistas norte-americanos colocou a teoria à prova.



Para a experiência, provocaram bolhas num copo de água, alimentando continuamente a parte inferior com ar. Em seguida, colocaram bolas de pesos diferentes, mas todas as bolas afundaram assim que as bolhas de gás rebentavam. Este mecanismo poderá explicar o mistério do Triângulo das Bermudas. “Se um fenômeno pode acontecer em laboratório é provável que se reproduza na natureza”, refere Denardo.






Essa teoria, porém, está longe de ser uma unanimidade. Para vários especialistas há muito exagero em torno do assunto. Fenômenos bem mais comuns, como tempestades, explicariam boa parte dos naufrágios e muitos podem ter ocorrido longe da área. Em 1975, no livro The Bermuda Triangle Mystery - Solved ("O Mistério do Triângulo das Bermudas - Solucionado", inédito no Brasil), o ex-piloto americano Larry Kusche mostra o trabalho de meses de investigações sobre vários incidentes e conclui que os aviões desaparecidos em 1945 caíram no mar por causa da simples falta de combustível.


Depois de extensas pesquisas o problema, Kusche concluiu que o número de desaparecimentos que ocorreram dentro do Triângulo das Bermudas não era realmente maior do que em qualquer outra área do oceano.


Quando autores como Berlitz e outros foram incapazes de refutar as descobertas de Kusche, mesmo o mais firme dos crentes tinha dificuldade em permanecer confiante na narrativa sensacionalista do Triângulo das Bermudas. No entanto, muitos artigos de revistas, programas de TV e filmes continuaram a explorar o tema.


Aqui ainda estão algumas explicações naturais da Guarda Costeira para combater algumas das teorias fantásticas de “alienígenas” e outras hipóteses absurdas.


A maioria dos desaparecimentos pode ser atribuída a características únicas da região. A Corrente do Golfo, uma corrente oceânica quente que flui a partir do Golfo do México em torno do Estreito da Flórida para o nordeste em direção à Europa, é extremamente rápida e turbulenta. Ela pode rapidamente apagar qualquer evidência de um desastre.


As tempestades do Caribe são imprevisíveis e dão origem à ondas de grande tamanho. Isso sem mencionar que a área é constantemente lar da formação de furacões e ciclones. Com a interação de fortes correntes sobre os recifes, a topografia está em um constante estado de fluxo e gera desenvolvimento de novos perigos para a navegação.
Será?





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