segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

JULHO 2015 - CENTENÁRIOS DE RUBENS DE MENDONÇA, CAREQUINHA - CENTRO CULTURAL DELPHOS

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE RUBENS DE MENDONÇA
Rubens de Mendonça
(historiador, jornalista e poeta brasileiro)

Rubens de Mendonça nasceu em Cuiabá, MT, a 27 de julho de 1915, e morreu na mesma cidade a 3 de agosto de 1983. Filho do historiador Estevão Anastácio Monteiro de Mendonça, foi historiador, professor, jornalista e poeta. Em 1937, matriculou-se na Faculdade de Direito de Cuiabá. Fundou e presidiu o Grêmio Literário Álvares de Azevedo.
Pertenceu a várias associações culturais. Fundou e dirigiu os seguintes jornais: O Trabalhista, Brasil Oeste e O Social Democrata. Contribuiu como jornalista para os jornais Correio da Semana, A Batalha, O Social Democrata, O Estado de Mato Grosso, Correio da Imprensa, Jornal do Comércio, de Campo Grande, Atualidade, de Corumbá, e o Diário de Cuiabá, publicação em que escrevia artigos denominados Sermão dos Peixes.
Fundou com Gervásio Leite e João Batista Martins de Melo o periódico Pindorama, em 1939. Escreveu extensa obra com cerca de 50 livros, muitos falando sobre o regionalismo mato-grossense, entre os quais se destacam: História de Mato Grosso e ruas de Cuiabá, História do comércio de Mato Grosso, Sátiras na política de Mato Grosso, Nos bastidores da história de Mato Grosso.
Como poeta escreveu Cascalhos da ilusão, Garimpo do meu sonho, No escafandro da vida, Antologia Bororo, Dom Pôr do Sol. Deixou inéditos pelo menos 19 títulos. Foi, durante muitos anos, até seu falecimento em 1983, Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. É nome de uma das mais importantes vias de Cuiabá, a avenida Historiador Rubens de Mendonça. No periódico Cidade verde encontramos o poema “Tarde chuvosa”, de sua autoria.

Tarde chuvosa
[Para a cidade verde]

a tarde é triste e branca;
é branca e triste porque chove
e chove muito.
Rubens de Mendonça, por Victor
e o vento passa bramindo,
lá fóra.
é forte, é muito forte
o vento… rodopiam
as folhas dos eucalyptos
e caem por terra.

chora a natura,
e minh’alma, tambem
chora,
agora,
por lembrar do nosso amôr passado…
tudo acabado!
e minh’alma chora de dôr,
ao lembrar o nosso amôr…
foi num dia
assim, de chuva assim,
que te beijei
primeira vez, meu amor…

chovia,
era uma tarde triste,
muito triste e fria…
- Rubens de Mendonça, em "Cidade verde", ano 1, n. 2, set. 1935. (grafia original)
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CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE CAREQUINHA (GEORGE SAVALLA GOMES)
Carequinha - George Savalla Gomes
(palhaço brasileiro)

Carequinha nasceu George Savalla Gomes, no dia 18 de julho de 1915, na cidade de Rio Bonito, no estado do Rio de Janeiro. Este fluminense, filho dos trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes, teve a sina de nascer no circo, berço da história de vida daquele que chegou a ser considerado o melhor palhaço do mundo.
Reza a lenda, contada por ele mesmo nas entrevistas ao longo de sua carreira, que sua mãe sentiu as contrações do parto enquanto caminhava no arame, em pleno picadeiro. Levada às pressas para as barracas que serviam de camarim, Elisa deu à luz o filho nos bastidores do Circo Peruano, pertencente a José Rosa Savalla, avô materno de George que, com 2 anos, perdeu o pai e foi criado pelo padrasto Ozório Portilho que o encaminhou para a profissão de palhaço.
Quando George tinha 5 anos, Portilho colocou uma careca postiça em sua pequena cabeça e disse: “Você será o palhaço Carequinha”. Este foi o ponto de partida de um dos maiores mitos mundiais das artes circenses. Com sua maneira peculiar de fazer rir, Carequinha aos poucos foi conquistando o coração das pessoas com bordões já imortalizados como: “Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! E o palhaço, o que é? É ladrão de mulher!”.
Criou o tradicional “Tá certo ou não tá, garotada?”, que era respondido sempre com um empolgante “Táááááá!”, em uníssono. Aliás, as crianças caíram definitivamente nas graças de Carequinha quando ele se tornou o primeiro palhaço a ter um programa – o Circo Bombril, que ficou no ar de 1951 a 1964, na extinta TV Tupi no Rio de Janeiro – junto com os parceiros Fred, Zumbi, Meio-Quilo e outros.
Carequinha, por Jorge Roberto Silveira
Carequinha inovou o conceito do palhaço no circo mundial. Tratado anteriormente como bobo, ingênuo e imaturo, o palhaço, na sua interpretação, ganhou novos ares: “Fiz uma nova escola. Antes de mim, o palhaço levava farinha na cara, era o bobo, só apanhava. Eu fiz o palhaço-herói, modifiquei o estilo. A intenção era fazer do palhaço um ídolo, e não um mártir”.
Em 1964 recebeu na Itália a medalha de ouro de Palhaço Moderno do Mundo. Devido ao seu sucesso, Carequinha ficou famoso entre os presidentes brasileiros e tornou-se amigo de Juscelino Kubitschek. Na década de 80, apresentou O Circo Alegre, na TV Manchete, programa que antecedeu O Clube da Criança, de Xuxa Meneghel. Em 2001 atuou na Escolinha do Professor Raimundo, da Rede Globo. Gravou 27 LPs e participou de cinco filmes.
Foi um lutador na área circense, sempre citando em suas entrevistas a necessidade da ajuda do Governo para a preservação do circo no Brasil. Por ironia do destino, não conseguiu que nenhum dos filhos o seguisse na profissão. Isto o fez cumprir a promessa de trabalhar até morrer. Carequinha faleceu aos 90 anos, no dia 5 de abril de 2006, no município de São Gonçalo (RJ), em decorrência de problemas cardíacos. Ao conceder uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2001, Carequinha declarou: “O palhaço típico, aquele que nasce com o dom, morre comigo”.
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:: FonteLIMA, Fabrício. George Savalla Gomes: o palhaço Carequinha.  Funarte, 8 de dezembro de 2009.Disponível no link. (acessado em 30.11.2014).
Outras fontes de pesquisa
:: TORRES, Antônio. O Circo no Brasil. Rio de Janeiro: Funarte; São Paulo: Atração, 1998.
:: CARVALHO, Raimundo. Circo Universal. Belo Horizonte: Dimensão, 2000.
:: CASTRO, Alice Viveiros de. O Elogio da Bobagem: Palhaços no Brasil e no Mundo. Rio de Janeiro: Família Bastos, 2005.
:: HOMERO, T. Guião Filho. O Circo do Carequinha. Editora Belarmino de Mattos Ltda, São Gonçalo, 1995.
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