segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

FEVEREIRO 2015- CENTENÁRIOS DE NASCIMENTO DE JOSÉ J, VEIGA E ABEL FERREIRA - TEMPLO DELPHOS

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE JOSÉ J. VEIGA
José Jacintho Pereira Veiga
(jornalista e escritor brasileiro)

José Jacintho Pereira Veiga, nasceu em Corumbá de Goiás, em 02 de fevereiro de 1915. Trabalhou como jornalista na BBC de Londres. Entrou para a literatura em idade maisca”. Veiga não gostava desse enquadramento, e com toda razão, pois ele surgiu na literatura antes dessa “moda”. É considerado um dos grandes contistas brasileiros, além de exímio tradutor do inglês. Seu primeiro livro, Os cavalinhos de platiplanto (1959), teve a publicação com ou menos madura (aos 45 anos). Estilista refinado, sua obra tem sido chamada de “literatura fantástio fruto de uma premiação. O livro chamou a atenção da crítica pelo estilo lúdico, que veio permear alguns dos livros seguintes. Nesse sentido, o autor é um enigma para os bibliotecários e editores que já o classificaram como autor de literatura infanto-juvenil. Está visto agora que tal classificação só é possível numa análise muito apressada. A consagração e o reconhecimento do público vieram com A hora dos ruminantes (1966) e Sombras de reis barbudos (1972), duas alegorias que enfocam o tema da repressão político-social, lançadas na época da ditadura. Trata-se de um escritor sério, que não publicou muito, avesso às badalações literárias e de pouca fala. “Sou a favor da economia, falar pouco para dizer mais”, sentenciava. Amigo íntimo de Guimarães Rosa, imaginou que ele gostaria de prefaciar um de seus livros. Mas era radicalmente contra prefácios em romances e, não sabendo como negar, caso o amigo quisesse prefaciar, arranjou um artifício engenhoso: pegou um livro qualquer e comentou com Rosa:“Gostei desse livro, só não é melhor porque tem prefácio”. Rosa emendou: “Mas você não gosta de prefácio?”. “Não, eu detesto prefácio”, respondeu. Rosa arrematou: “Então, você não quer que eu prefacie seu livro?”. “Não”, concluiu. Diante disto, Rosa abriu um sorriso e falou: “E eu estava com o maior receio que você me pedisse para fazer uma coisa que eu não gosto, e não saberia como lhe negar: prefácio”
José Jacintho Pereira Veiga
Os livros de Veiga, lançados muito esporadicamente, eram sempre aguardados pelo público, que não é numeroso, mas seleto e cativo. Outros livros além dos citados: A estranha máquina extraviada (1968), Os pecados da tribo (1976), De jogos e festas (1980), Aquele mundo de vasabarros (1982), A casca da serpente (1989), Torvelinho dia e noite (1990), O risonho cavalo do príncipe (1992) e Objetos turbulentos (1997). Em 1998, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. O escritor faleceu no dia 19 de setembro de 1999, aos 84 anos, no Rio de Janeiro, onde viveu por 49 anos.

“Com esses e outros bichos, e mais outras coisas que aconteciam, a vida no rancho era cheia de sustos.”
- J. J. Veiga
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: PRADO, Priscila Finger do. O absurdo no limiar do cotidiano: Melhores contos de J. J. Veiga.Revista eletrônica de crítica e teoria de literaturas Dossiê: narrativa e realismo, PPG-LET-UFRGS – Porto Alegre – Vol. 05 N. 01 – jan/jun 2009. Disponível no link. (acessado em 15.11.2014).
:: VEIGA, José. J. Melhores contos de J. J Veiga. [Seleção de J. Aderaldo Castello]. São Paulo: Global, 2000.




CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE ABEL FERREIRA
Abel Ferreira
(compositor, clarinetista e saxofonista brasileiro)

Abel Ferreira, compositor e instrumentista de sax e clarineta, é autor de choros que se tornaram clássicos do repertório popular brasileiro, como “Acariciando” e “Doce melodia”. Nascido em 13 de fevereiro de 1915, em Coromandel, Minas Gerais, Abel desenvolveu sua carreira entre Minas e São Paulo, onde estreou seu primeiro disco, em 1942, interpretando no clarinete o choro “Chorando baixinho”, que se tornou seu grande sucesso.
Em 1943, transfere-se para o Rio de Janeiro, atuando em conjuntos musicais famosos de seu tempo, como o de Valdir Azevedo e o do pianista Bené Nunes, tendo também participado de grandes orquestras, como a de Rui Rei e a de Ferreira Filho, no Cassino da Urca. Mais tarde, constituiu seu próprio grupo, divulgando a música brasileira pelo Brasil e pelo mundo. Foi também responsável pelo acompanhamento musical de intérpretes nacionais famosos, como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Orlando Silva, Marlene, Emilinha e Beth Carvalho.
Faleceu em 13 de abril de 1980, no Rio de Janeiro.
A coleção Abel Ferreira foi doada ao MIS pelos filhos do compositor em 1995 e inclui, além de outras peças, dois dos seus instrumentos musicais (saxofone e clarinete).
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Referência e outras fontes de pesquisa


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