100 ANOS DE NASCIMENTO
CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE HUMBERTO TEIXEIRA (HUMBERTO CAVALCANTI TEIXEIRA)
Humberto Teixeira (foto: acervo Parque Aza Branca) |
(advogado, deputado federal e compositor brasileiro)
Humberto Teixeira, nascido em 05 de janeiro 1915 na cidade de Iguatu, localizada no interior do estado, foi um dos grandes parceiros de Luiz Gonzaga. Deu grande contribuição para o sucesso do ritmo Baião, que mudou a cara da música brasileira, inserindo o ritmo nordestino no cenário nacional.
Com 15 anos de idade, Humberto Teixeira deixou sua cidade natal e foi morar no Rio de Janeiro, o que contribuiu para sua formação cultural, mais urbana. Humberto Teixeira formou-se em direito, mas tinha uma grande paixão pela música, algo em comum com seu cunhado Lauro Maia, que o indicou a Luiz Gonzaga.
O grande encontro ocorrido entre Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ocorreu em agosto de 1945, no escritório de advocacia de Humberto, localizado no centro do Rio de janeiro. Luiz Gonzaga apresentou sua idéia a Humberto Teixeira, demonstrando o interesse de representar a música de sua terra nos grandes centros do país.
Nesse dia – os dois compositores - já começaram a dar vida a Asa Branca, apresentada por Gonzaga, e No Meu Pé de Serra que também fazia parte do seu repertório musical. Então nesse momento o encontro começou a dar muitos frutos o que solidificou ainda mais a carreira de Luiz Gonzaga.
A partir daí o Baião ganha um lugar especial e de destaque na Música Popular Brasileira. O ritmo que até então era utilizado no Nordeste, pelos violeiros-repentistas, e com grande genialidade passaria a ser um gênero musical tocado em todo o país.
Após ser eleito deputado federal pelo seu estado, o Ceará, Humberto Teixeira dedicou-se às atividades jurídicas, políticas, e a sua brilhante parceria musical com Luiz Gonzaga. O Doutor do Baião, como era conhecido Humberto Teixeira, faleceu no dia 03 de outubro de 1979, deixando um legado cultural representado na voz do Rei do Baião.
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Referências e outras fontes de pesquisa
:: Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira - Humberto Teixeira
CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE THOMAS MERTON
Thomas Faverel Merton |
(escritor e poeta religioso francês)
Thomas Faverel Merton nasceu no dia 31 de janeiro de 1915, em Prades, na França. Seu pai era pintor, neozelandês de nascimento. Sua mãe, que também pintava, era americana, do Estado de Ohio. Era o mais velho de dois meninos (John Paul, nascido em 1918, morreu na Segunda Guerra Mundial, num combate aéreo sobre o Canal da Mancha). Embora o pai de Thomas frequentasse a igreja muito raramente e sua mãe só de vez em quando participasse de reuniões dos Quakers, foi ele batizado na igreja anglicana, sem que isso tivesse muitas consequências para sua educação.
Em 1916, a família Merton muda-se para os Estados Unidos, onde vai morar em Long Island. Quando o pequeno Tom completa seis anos, sua mãe morre vítima de um câncer. Ele e seu irmão passam a morar com os avós. Entretanto, o pai, como antes, continua viajando muito para expor suas telas. Em 1925, o pai de Merton o leva para a Franca, onde o faz frequentar o Liceu em Montauban. Com quatorze anos de idade, Merton vai com o pai a Inglaterra, onde estuda como interno no Ginásio de Oakham (Ruthland). Neste período desenvolve-se nele um grande interesse pela literatura inglesa; lê William Blake, D. H. Lawrence, James Joyce.
Em 1931, o pai de Thomas morre em Londres em consequência de um tumor cerebral. Thomas, então, com dezesseis anos de idade, termina seus estudos em Oakham e se torna bolsista em Clare's College, na Universidade de Cambridge. Volta em 1933 para os Estados Unidos e vai morar com os avós. Entretanto, tinha viajado muito pela Europa durante as férias; especialmente Itália e Alemanha, cujas impressões utilizou no seu primeiro romance. Em 1935, com vinte anos de idade, entra para a Universidade de Colúmbia, onde estuda espanhol, alemão, geologia, direito civil e literatura francesa. Torna-se membro do movimento comunista de jovens e redator de arte do jornal estudantil Jester.
Por intermédio do livro The Spirit of the Medieval Philosophy, de Etienne Gilson, Thomas Merton começa a se interessar pela escolástica. Frequenta as aulas de Daniel Walsh, mais tarde grande amigo seu, sobre Santo Thomas e Duns Scotus. Nestes anos nasce uma amizade firme com Brahmachari, um monge budista que lhe chama a atenção para a grande riqueza do cristianismo. Em 1938, frequenta brevemente a catequese do Padre Moore, em Nova York, que o admite a Igreja Católica no dia 16 de novembro daquele ano.
Aos vinte e quatro anos formou-se em literatura inglesa, recebendo o diploma de Mestre Graduado na Universidade de Colúmbia. Em seguida foi professor de inglês no City College de Nova York e critico literário do New York Times e do New York Herald Tribune.
Thomas Faverel Merton |
Através de muitas conversas com seu amigo Robert Lax e do estudo de São João da Cruz, nasce o desejo de ser padre. No início quis ingressar na Ordem dos Franciscanos, mas quando lhe explicaram, de maneira pouco delicada, que não tinha vocação, desistiu. De 1939 a 1941, Merton leciona inglês na Faculdade Franciscana de São Boaventura. Durante os dois anos que aí passa, Merton leva uma vida quase monástica. Escreve um diário, três romances - nenhum dos três é aceito para a publicação - e faz um retiro com os trapistas em Gethsemani (Kentucky).
Em 1941, Merton deixa São Boaventura e sob a direção da Baronesa Caterine de Hueck vai trabalhar entre a população negra do Harlem. Depois de uma segunda visita aos trapistas de Gethsemani, decide entrar para o mosteiro. Dá sua roupa aos negros do Harlem; seus livros aos franciscanos e a um amigo; rasga dois de seus romances e envia o que sobra: seus poemas, um manuscrito da novela Journal of my Escape from the Nazis e seu diário para o amigo Mark Van Doren.
Sozinho, uma maleta na mão, Thomas Merton chega a Gethsemani no dia 10 de dezembro de 1941. Tem, então, vinte e sete anos. Ai ficou até 1965 vivendo na comunidade, e ate 1968 viveu como eremita nos Bosques da Abadia. A publicação de sua autobiografia, A Montanha dos Sete Patamares, em 1948, fez dele, repentinamente, um autor internacionalmente conhecido, cujos livros e numerosos artigos aprofundavam a vida espiritual de muitos cristãos, e não-cristãos, do mundo inteiro.
Durante os vinte e sete anos de sua vida trapista, saiu do mosteiro apenas em bem poucas ocasiões. Com cinquenta e três anos, em 1968, obteve licença para uma viagem de peregrinação ao Oriente. Isto para participar de um encontro de monges e abades de mosteiros cristãos na Ásia. Esperava familiarizar-se com a espiritualidade contemplativa oriental. Visitou muitos mosteiros budistas e teve varias entrevistas com o Dalai-Lama. Dirigindo embates e fazendo conferências para monges e monjas.
No dia 10 de dezembro de 1968, logo depois de sua primeira palestra em Bancoc, foi encontrado morto em seu quarto. O contato com o fio exposto de um ventilador defeituoso causara sua morte instantânea. O corpo de Merton foi transportado para seu mosteiro e sepultado no dia 17 de dezembro em Gethsemani.
Sinceridade: Verdade e Amor
Thomas Faverel Merton |
"No fim das contas, o problema da sinceridade é um problema de amor. Sincero não é tanto o homem que vê a verdade e a manifesta tal qual a vê, mas o que lhe tem um puro amor. Mas, a verdade é mais do que uma abstração. Ela vive, e incorpora-se aos homens e às coisas, que são reais. Assim, não se deve procurar o segredo da sinceridade num amor filosófico da verdade abstrata, mas num amor por pessoa e coisas concretas, um amor de Deus, aprendido na realidade ambiente.
É difícil exprimir em palavras a importância dessa noção. O problema fundamental do nosso tempo não é falta de conhecimento, mas falta de amor. Se os homens simplesmente se amassem entre si, não teriam dificuldade em confiar-se reciprocamente, e em partilhar uns com os outros a verdade. Se todos tivessem caridade, achariam a Deus facilmente. "Pois a caridade é de Deus e quem quer que ama nasce de Deus e conhece a Deus" (I Jo, 4,7).
Se os homens não amam, é porque aprenderam, na sua mais remota infância, que não eram amados. A duplicidade e o cinismo do nosso tempo pertence a uma geração que é bem consciente, desde o berço, de não ser desejada por seus pais."
- Thomas Merton, em "Homem Algum é uma Ilha". Campinas: Verus Editora, 2003. p. 171.
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:: Fonte e outras informações: Sociedade dos Amigos Fraternos de Thomas Merton
Referências e outras fontes de pesquisa
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