quarta-feira, 15 de abril de 2015

O PROIBIDO NA PALAVRA DE BAIXO CALÃO, VULGO PALAVRÃO













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Segundo descobertas recentes, a primeira civilização data de onze mil anos, e ficava em uma das ilhas onde hoje localiza-se o Japão.
Civilizações que conhecemos razoavelmente bem, datam de muito antigamente também: Sumérios (5500 a.C), Persas (2000 a.C), Hebreus (1200 a.C), e etc. Mesmo na era cristã, já se vão 2015 anos de pura velhidade das civilizações humanas, entretanto, apesar de tantos anos passados e tantas coisas vistas, algumas simples palavras ainda são capazes de fazer corar pudicas moças e rapazes: os palavrões.
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E o mais engraçado de tudo: a maioria dos palavrões eram palavras absolutamente normais até um tempo atrás, e foram ressignificadas, perdendo sua angelicalidade. A coisa é tão neurótica, que a simples menção de algumas destas palavras pode elevar a classificação indicativa de um filme, ou de uma série.
Não acredita? Pois veja alguns significados interessantes de palavras malditas.
Puta: Segundo Arnóbio, apologético romano, Puta era uma deusa. Deusa menor, é verdade, dentro do panteão grego, mas não desimportante, pois era a responsável pela poda das árvores. Suas sacerdotisas, durante o período da poda, dedicavam-se a prostituição, em grandes bacanais, em homenagem a sua deusa. Puta teria origem no Latim ancestral, sendo corruptela de poda, que nada tem a ver com foda, que é outra coisa;
Porra: "Meto-lhe a porra!" não era obsceno na idade média, apesar de ser ameaçador, como hoje. Tratava-se, à época, de um bastão de madeira com ponta de ferro protuberante e talhada, cujo coice devia doer bastante. A arma assemelhava-se ao membro masculino (muitíssimos centímetros maior, por óbvio), e daí para designar esperma, foi um pulo. Ou alguns pulos...

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Boceta: "Amor, poderia pegar meu pingente dentro da boceta, por favor?". Isto não seria nada ofensivo no contexto romano, onde a "caixa de buxo" servia para guardar as jóias femininas, e era feita de buxis, uma árvore de madeira nobre. Seu uso para descrever a genitália feminina, data do século dezoito, em cantigas de escárnio e maldizer, onde poetas loavam ao lugar onde as mulheres guardam suas preciosidades. Poético, não?
Cu: "Mãe, não estou conseguindo passar essa linha pelo cu!!!", também não é nada demais. o cu nada mais é que o inverso da ponta da agulha, aquela parte vazada por onde se passa a linha. A correlação com o inverso da boca é, no mínimo, interessante.

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Entretanto, mesmo que estas palavras tenham nascido para designar objetos não sexuais, a ressignificação das palavras a associou inelutavelmente a sexualidade e ao baixo calão. O domínio da opinião pública pela religião, durante o medievo, fez com que todo termo ligado ao sexo fosse banido para um limbo de palavras proibidas em público. Pelo menos nas barbas dos frades e padres, porque entre a "rafameia desqualificada", estes termos não apenas eram usados, como passaram ao nosso tempo pela sua força.
Atualmente, as religiões buscam abrir suas asas, novamente, sobre a laicidade da sociedade, ditando tendências e códigos inclusive para os não signatários da sua fé. Um beijo na televisão, um mamilo na linha do tempo, ou um vá pra casa do caralho cinematográfico, pode fazer tremer toda a sociedade em debates que fariam bocejar um estudante universitário dos anos 60/70 que, desavisadamente, olhasse para a nossa juventude.
Na nossa chatice crônica, esquecemos do grande ensinamento da filosofa Dercy Gonçalves: "vão, todos, tomar no cu!".

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