terça-feira, 9 de junho de 2015

Vale a pena pensar nisto

JOSÉ TEODORO COSTA


A luta antirracista negra faz o jogo do racismo institucional ao demonstrar incapacidade de fazer e discutir propostas concretas, chegar a um projeto político comum e sair da irrelevância na política brasileira.

Essa irrelevância dá razão aos nossos inimigos, quando (tais inimigos) concluem que essa luta é incapaz de construir a libertação desejada sem a colaboração de “brancos humanistas adversários das causas opressoras(*)” e que tais simpatizantes também não podem ajudar sem que os militantes antirracistas confirmem ter bases sociais onde previamente definiram - de forma concreta e politicamente viável - onde desejam chegar. Nesse processo as lideranças emergidas serão de fato representantes das causas afrodescendentes e não lideranças comprometidas com interesses pessoais a serviço de agremiações políticas ou ideologias sem nenhum compromisso com as lutas e interesses afrodescendentes. (**)

(**) O “entre aspas”, tem a intenção de ironizar a maioria das Tendências de Esquerdas, que na verdade querem apenas estimular desuniões entre a Comunidade Negra Brasileira e facilitarem suas arregimentações de militantes desinformados ao pregarem que “o Capitalismo selvagem é inimigo de todos aqueles (negros e brancos) que têm apenas suas forças de trabalho para trocarem pelo salário produtor de mais valia...”. Tais Tendência Políticas estão certas, mas as razões não são apenas aquelas que o comuno-socialismo expõe como engodo aos militantes negros - A Comunidade Negra Brasileira somente sairá das suas dificuldades históricas, se for capaz de produzir um discurso político autônomo e capaz de se contrapor aos demais pensamentos ideológicos (de tendências capitalistas e/ou comuno-socialistas) produzidas à revelia dessa mesma Comunidade Negra Brasileira e portanto incapazes de encaminhar soluções para os problemas sociais e políticos inerentes aos pobres no Brasil.

A maioria dos discursos das Tendências Comuno-Socialistas brasileiras não geram empatia no meio dos pobres e menos empatia ainda entre a Comunidade Negra brasileira com letramento limitado e pouca oportunidade de usufruir de alguns bens culturais ao alcance da pequena burguesia negra brasileira, auto-intitulada “intérprete das vontades da Comunidade Negra Brasileira...”

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