PRAGMATISMO POLÍTICO
Com conquista da cidade histórica de Palmira, Estado Islâmico domina mais de 50% da Síria. Teme-se que grupo extremista sunita vá devastar os templos e ruínas que compõem o patrimônio arqueológico
O Estado Islâmico tomou nesta quinta-feira (21/05) o controle total da cidade histórica de Palmira, situada na região central da Síria. Com o triunfo, o grupo extremista sunita passa a ter domínio de mais de 50% do território sírio.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 462 pessoas morreram durante a semana que durou a ofensiva do Estado Islâmico na região. Destes, 241 são soldados leais a Bashar al-Assad, 150 são milicianos do grupo extremista e 71 são civis.
A mesma ONG aponta que os jihadistas dominam agora 95 mil quilômetros quadrados do país e estão presentes em nove de 14 províncias, a saber: Homs, Al Raqqah, Deir ez Zor, Al Hasaka, Hama, Aleppo, Damasco, Rif Damasco e Sueida.
Em resposta, a aviação do governo sírio passou a bombardear os arredores de Palmira, na tentativa de reconquistar o território. Ainda não se sabe se a ofensiva causou danos materiais na cidade, mas teme-se que a própria organização terrorista devaste os templos e ruínas datadas da era romana, bem como já fizera com monumentos no Iraque.
“Esta é a queda de uma civilização”, disse o chefe de antiguidades da Síria, Maamoun Abdulkarim, entrevista à Reuters. “A sociedade humana, civilizada, perdeu a batalha contra a barbárie. Eu perdi toda a esperança”, acrescentou.
Por sua vez, a chefe da Diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, alertou em nota nesta manhã que as ações de jihadistas contra o patrimônio cultural e arqueológico na Síria “equivaleriam a crimes de guerra segundo o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional”.
De acordo com a Agência Efe, o Estado Islâmico tem em seu poder a maioria dos campos de gás do país, menos duas jazidas: uma que ainda é controlada por Assad, em Homs, e outra que está nas mãos de milícias curdo-sírias, em Al Hasaka
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