POR LUCIANA GALASTRI
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram 1,5 milhão de variáveis genéticas, de um banco de dados que oferecia informações sobre relações familiares e pessoais dos participantes. No total, o material genético de 1,932 pessoas foram analisados, comparando pares de amigos com pares de desconhecidos de uma população da mesma área. E, apesar de nenhum desses pares ser da mesma família, os que eram amigos revelaram semelhanças genéticas.
Segundo o estudo, dividimos cerca de 1% das variáveis genéticas com amigos - o que, segundo os geneticistas, é um número alto. E como essas variáveis se manifestam no organismo? Algumas controlam o olfato, ou seja, sentimos cheiros da mesma forma que nossos amigos. Ao mesmo tempo, há diferenças grandes no sistema imunológico - amigos são mais protegidos contra diferentes tipos de doença.
De acordo com os pesquisadores, esse último fato faz muito sentido. Em um grupo, se alguém do grupo fica doente, é mais vantajoso que outras pessoas tenham esses escudos imunológicos contra aquela doença, por mais que isso signifique apresentar uma fraqueza em relação a outros males.
Christakis acredita que um dos aspectos mais interessantes do estudo é a taxa de evolução de genes compartilhados entre amigos. Essas variantes são as que evoluem a uma velocidade maior, o que significa que a amizade pode interferir na velocidade da evolução humana. "Seres humanos são uma das poucas espécies a formar relações não-reprodutivas de longo termo. E essa capacidade deve ser creditada como uma das causas do sucesso da nossa espécie".
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