segunda-feira, 1 de junho de 2015

Especialista da ONU condena guerra contra mulheres travada por Boko Haram



“A violência sexual exercida pelo grupo extremista não é meramente um incidente, mas integrada às estratégias de dominação e perpetuação do grupo”, disse a representante especial sobre a Violência Sexual em Conflitos do secretário-geral da ONU.
Um grupo de refugiados em Diffa, cidade no Niger, depois de fugir da violência do Boko Haram na Nigéria. Foto: OCHA/Franck Kuwonu
Um grupo de refugiados em Diffa, cidade no Niger, depois de fugir da violência do Boko Haram na Nigéria. Foto: OCHA/Franck Kuwonu
A Representante especial sobre a Violência Sexual em Conflitos do secretário-geral das Nações Unidas, Zainab Hawa Bangura, condenou o objetivo do Boko Haram de criar uma futura geração a sua imagem e semelhança ao capturar, estuprar e tratar as mulheres como simples parideiras de crianças para esses combatentes.
“Nesse contexto, a violência sexual não é meramente um incidente, mas integrada as estratégias de dominação e perpetuação do grupo”, disse Bangura em um comunicado.
“Nas histórias daquelas recentemente liberadas do cativeiro do Boko Haram, eu ouço ecos comoventes das palavras de mulheres e jovens meninas que conheci mês passado no Oriente Médio, que foram libertas de escravidão sexual pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS)” observou Bangura.
A representante disse estar consternada com os relatos de mulheres forçada a casar-se com os seus captores, levando-as a viver uma vida de prisão e gravidez forçada. Estas últimas revelações sugerem que o Boko Haram não só quer destruir as estruturas familiares e de comunidades existentes, mas também controlar sua futura composição.
“De forma a criar uma nova geração feita a sua imagem e semelhança, eles estão travando uma guerra contra a autonomia física, sexual e reprodutiva das mulheres e seus direitos”, disse.
A declaração foi emitida pouco mais de um ano depois que o grupo extremista Boko Haram sequestrou 276 adolescentes em Chibok, estado de Borno, na Nigéria. Muitas delas permanecem em cativeiro, juntamente com centenas de outras pessoas que foram raptadas, tanto antes quanto depois do incidente.

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