quarta-feira, 11 de outubro de 2017

AGORA ME DIGA, DE QUEM É A CULPA?

Colaboratório.org
Publicado por Maristela Farias17 min

AGORA ME DIGA DE QUEM É A CULPA?

O DEPUTADO BONIFÁCIO DE ANDRADA, DO PSDB DE MG, RELATOR DO ENVERGONHANTE PROCESSO CONTRA O GOLPISTA TEMER, ESTÁ NO DÉCIMO QUINTO MANDATO EM BRASÍLIA, PERTENCE À QUINTA GERAÇÃO DE UM CLÃ INCRUSTADO HÁ 196 ANOS NO PARLAMENTO, DESDE QUE ANTÔNIO CARLOS RIBEIRO DE ANDRADA FOI NOMEADO DEPUTADO NA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE DE 1821, NAS CORTES DE LISBOA.

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A SENADORA FÁTIMA BEZERRA, DO RIO GRANDE DO NORTE, SÓ CONFIRMA A REGRA ENRAIZADA NA POLÍTICA BRASILEIRA DESDE A INTRODUÇÃO DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS LÁ PELO SÉCULO XVI: "SOU A PRIMEIRA REPRESENTANTE DE ORIGEM POPULAR DO RIO GRANDE DO NORTE NO SENADO NOS ÚLTIMOS 50 ANOS, ISSO EVIDENCIA O QUANTO O TRADICIONALISMO E O PATRIMONIALISMO ESTÃO PRESENTES NA POLÍTICA, A MAIORIA DESSAS FAMÍLIAS TÊM O CONTROLO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E DO DINHEIRO NOS ESTADOS, NÃO É RAZOÁVEL QUE O PARENTESCO SEJA TRAÇO MARCANTE NA NOSSA POLÍTICA."
E NEM ESTOU FALANDO DE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA! NEM VOU DIZER NADA PORQUE ESTE TODOS CONHECEM.
VOTAR É IMPORTANTE, MAS NÃO SUFICIENTE. PORQUE NO BRASIL TRADICIONALMENTE NÓS VOTAMOS E O PODER ECONÔMICO ELEGE. EM 2018, PORÉM, SERÁ A PRIMEIRA ELEIÇÃO PARA O CONGRESSO E A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA NA QUAL AS EMPRESAS NÃO PODERÃO FINANCIAR CAMPANHAS POLÍTICAS, COMO FAZIAM AS QUE ESTÃO DENUNCIADAS PELA LAVA JATO. ISSO NÃO SIGNIFICA QUE O CAIXA DOIS SERÁ EXTINTO. SERIA MUITA INGENUIDADE PENSAR QUE POLÍTICOS QUE SE LIXAM PARA A ÉTICA NÃO HAVERÃO DE ENCONTRAR FORMAS DE OBTER DINHEIRO ILEGAL.
POR ISSO, É UM ERRO JOGAR NAS ELEIÇÕES TODAS AS FICHAS DA NOSSA ESPERANÇA EM UM BRASIL MELHOR. O MAIS IMPORTANTE É INVESTIR NO EMPODERAMENTO POPULAR. REFORÇAR OS MOVIMENTOS SOCIAIS E SINDICAIS, INTENSIFICAR O TRABALHO DE FORMAÇÃO POLÍTICA E CONSCIÊNCIA CRÍTICA, DILATAR OS ESPAÇOS DE PRESSÃO, REIVINDICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO. SÓ CONSEGUIREMOS MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS SE VIEREM DE BAIXO PARA CIMA. EM SEU BLOG, O PRESIDENTE DA CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES, VAGNER FREITAS, ANALISA A GESTÃO TEMER E DIZ QUE O GOVERNO DO PEEMEDEBISTA ESTÁ "DESTRUINDO O BRASIL". PARA FREITAS, QUEM ACREDITOU NO DISCURSO QUE "BASTAVA TIRAR A DILMA PARA O BRASIL VOLTAR A CRESCER", DEVE ESTAR CONFUSO COM AS NOTÍCIAS SOBRE A RECESSÃO PROLONGADA, DESEMPREGO RECORDE E VOLTA DO PAÍS AO MAPA DA FOME.
Diante do escrito aí em cima, gostaria que uma reflexão fosse feita a respeito do que elegemos neste país e para isso gostaria que pensássemos o que fazemos conosco, quando nos dirigimos às urnas para eleger os parlamentares que mandam e desmandam no país sem nenhum respeito aos brasileiros, para que entendamos que A CULPA É TODA NOSSA.
Não vou falar do meu Estado, que é uma lástima vergonhosa, mas vou começar falando de um estudo publicado em 2011 pelo historiador britânico Patrick French citado no portal Congresso em Foco revelou que na Índia, A PÁTRIA DAS CASTAS, só 28% das cadeiras da câmara eram ocupadas por deputados com políticos na família. Outro estudo, conduzido pelo pesquisador Ricardo Oliveira, notou que a prática se prolonga no poder executivo - 17 dos ministros originais de Michel Temer tinham um parente no meio político - e judicial - há familiares de oito dos 11 juízes do Supremo em órgãos públicos ligados ao direito.
Em nosso caso brasileiro, embora as Bancadas da Bíblia, do Boi e da Bala, que defendem, respetivamente, os interesses dos evangélicos pentecostais e neopentecostais, dos ruralistas e agropecuaristas e dos polícias e militares no Congresso Nacional sejam, pelo seu simbolismo e exotismo, mais notadas nacional e internacionalmente, NÃO HÁ BANCADA NO BRASIL COM A FORÇA DA DOS PARENTES: QUASE SETE EM CADA DEZ PARLAMENTARES (EQUIVALENTE A 319 DEPUTADOS E 59 SENADORES) TÊM FAMILIARES NA POLÍTICA.
Dos 22 senadores do PMDB, maior partido brasileiro, 19 têm pais, irmãos, tios ou primos na política. Dez das 27 unidades federais são representadas no Senado apenas por membros de famílias políticas. O senador Cássio Cunha Lima, da Paraíba, filho do ex-senador Ronaldo Cunha Lima e pai do deputado federal Pedro Cunha Lima, é apenas um exemplo.
Honrosa exceção, a senadora Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, só confirma a regra enraizada na política brasileira desde a introdução das capitanias hereditárias lá pelo século XVI: "Sou a primeira representante de origem popular do Rio Grande do Norte no Senado nos últimos 50 anos, isso evidencia o quanto o tradicionalismo e o patrimonialismo estão presentes na política, a maioria dessas famílias têm o controlo dos meios de comunicação e do dinheiro nos estados, não é razoável que o parentesco seja traço marcante na nossa política."
Pra encerrar, vou falar apenas do Deputado Bonifacio Andrada, que já destaquei lá em cima e que é aquele relator do ENVERGONHANTE FICA TEMER, que numa notícia que saiu no Estado de Minas, demonstra claramente tudo que foi dito neste artigo: Boninho, o filho de Toninho Andrada que ocupou cargo e verba no tribunal após a saída do pai, está a ser preparado pelo avô, pai de Toninho, para ser deputado federal na próxima legislatura. E esse avô, Bonifácio de Andrada, que já está no seu décimo mandato em Brasília, PERTENCE À QUINTA GERAÇÃO DE UM CLÃ INCRUSTADO HÁ 196 ANOS NO PARLAMENTO, DESDE QUE ANTÔNIO CARLOS RIBEIRO DE ANDRADA FOI NOMEADO DEPUTADO NA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE DE 1821, NAS CORTES DE LISBOA
AGORA ME RESPONDA: DE QUEM É A CULPA?
Maristela Farias -Jornalista DRT 1778/PE

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