quarta-feira, 11 de outubro de 2017

INVESTIGADORES RECUPERAM TEXTO ENTERRADO EM AUSCHWITZ

FONTE: DIÁRIO DE NOTÍCIAS

ESSA TRAGÉDIA TEM QUE PERTURBAR A MENTE DO MUNDO. NÃO PODEMOS ACEITAR QUE ISSO ACONTEÇA NUNCA MAIS.



"A MENTE HUMANA NÃO CONSEGUE IMAGINAR" INVESTIGADORES RECUPERAM TEXTO ENTERRADO AUSCHWITZ




"Não estou triste por ter morrido, mas estou triste por não poder vingar-me como queria", escreveu Marcel Nadjari, num texto recuperado e agora tornado legível
"Todos sofremos coisas aqui que a mente humana não consegue imaginar". Esta é uma das frases do texto que o judeu grego Marcel Nadjari escreveu e enterrou no campo de concentração de Auschwitz, um testemunho de um tempo negro, ao qual não esperava sobreviver. Mais de 70 anos depois, cientistas conseguiram finalmente tornar o texto encontrado em 1980 legível.
O documento foi encontrado dentro de uma garrafa quando um estudante fazia escavações na floresta perto das ruínas do crematório III de Auschwitz-Birkenau, em 1980. Apenas 10 a 15% do texto escrito em grego era legível. O papel esteve enterrado durante 35 anos em solo húmido o que ajudou na degradação, explicou o historiador russo Pavel Polian à Deutsch Welle.
Uma especialista em informática russa conseguiu tornar os contornos das letras visíveis com a ajuda da análise de imagens multiespectral e agora é possível ler cerca de 85 a 90% do texto.

Polian contou à DW que dos cinco presos de Auschwitz que escreveram e enterraram cartas, a maioria descoberta em 1945, Nadjari foi o único sobrevivente e a sua mensagem foi a última a ser encontrada. Na carta Nadjari conta que o trabalho dos presos era entregar os cadáveres aos fornos crematórios onde "um ser humano acaba em cerca de 640 gramas de cinza".
"Todos sofremos coisas aqui que a mente humana não consegue imaginar", escreveu Nadjari. "Debaixo de um jardim há dois quartos subterrâneos: um é para se despirem e o outro é uma câmara da morte. Entram nuas e quando está cheio com cerca de 3 mil pessoas, fecham e são gaseados", explicou.
O historiador Polian distingue o texto de Marcel Nadjari dos outros cinco encontrados no mesmo campo, pois é o único que fala sobre vingança. "Não estou triste por ter morrido, mas estou triste por não poder vingar-me como queria", escreveu o grego, que acabou por sobreviver ao Holocausto.
Marcel Nadjari, de origem grega, foi deportado para Auschwitz em 1944 e trabalhava na equipa "Sonderkommando", onde tinha como função retirar os cadáveres das câmaras de gás.
Após a guerra voltou para a sua terra de origem e em 1951 foi com a sua mulher e filho para os EUA, onde trabalhou como alfaiate. Morreu em 1971 com 54 anos, em Nova Iorque.

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