segunda-feira, 9 de setembro de 2013

SETE DE SETEMBRO: AUSÊNCIAS SÃO CONFISSÕES DE CULPA

Sete de setembro: ausências são confissão de culpa

Pedro do Coutto

O Jornal Nacional de sábado, apresentado por Alexandre Garcia e Ana Paula, ao focalizar o desfile de Sete de Setembro, em Brasília, noticiou a ausência dos presidentes do Senado e da Câmara Federal, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, uma descortesia para com a presidente Dilma Rousseff e com as Forças Armadas, quebrando uma longa tradição dos desfiles e das comemorações pela passagem do Dia da Pátria.

Incrível. Representou uma confissão de culpa através da fuga da ausência cômoda para os que tinham certeza que seriam foco de protestos. Estes, vale acentuar, seriam em intensidade maior do que foram. Por isso decidiram não comparecer. No Rio de Janeiro, outra tradição foi quebrada: o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes resolveram não se expor à reação popular. As ausências, neste caso, foram uma descortesia para com o Comando Militar do Leste. A presidente Dilma, que, segundo O Globo de domingo, terminou sendo aplaudida, não temeu a manifestação popular. Chegou ao palanque oficial na Esplanada dos Ministérios, de pé no carro aberto que a transportou.
Foram os primeiros efeitos junto à opinião pública pela posição que assumiu ao exigir explicações do presidente Barack Obama sobre a espionagem de que se tornou alvo. Mas a espionagem, aliás, estendeu-se sobre todo seu governo, especialmente em relação à Petrobrás, conforme revelou a reportagem do Fantástico de domingo.
VANDALISMO
Em São Paulo e no Rio, as situações foram difíceis com a reaparecimento do vandalismo e dos que se aproveitam das manifestações para depredar e saquear. Disfarçados de revoltados, munidos de ira, são criminosos comuns. E a Polícia Militar exagerou principalmente na Praça da República. De acordo com a reportagem de Emanuel Alencar, Fabíola Gerbase, Leandra Lima, Maira Rubim, Roberta Calabre, Rubem Berta e Simone Cândida, O Globo de domingo, lançou bombas de gás atingindo famílias que nada tinha a ver com os atentados praticados. Mulheres e crianças sentiram os efeitos. As emissoras de televisão, entre elas a Globo News, fixaram o exagero inútil, em termos de segurança, nocivo para os inocentes. Setenta e sete pessoas foram detidas.
Mais uma vez  falharam os esquemas de segurança, também em Brasília, confundindo-se a prevenção indispensável com a repressão após os fatos consumados. Tal panorama termina somando para os vândalos e assaltantes, na medida em que os filmes colocados no ar e as fotografias nos jornais no dia seguinte ganham força na medida em que focalizam pessoas feridas. Para os vândalos, quanto mais violência melhor. O estranho é que os praticantes dos atentados são presos e logo depois soltos, como se fossem personagens de uma obra de ficção. Parece inclusive que a PM necessita ter adversários pela frente para desempenhar seu papel.
Mas no fundo, a Polícia Militar não se dá conta que assim agindo contribui para desgastar ainda mais a imagem, já profundamente abalada do governador Sérgio Cabral junto à opinião pública. Tanto assim que os protestos no Rio terminam sempre com os manifestantes tentando chegar ao Palácio Guanabara, sendo contidos pelo caminho. Porém não sem antes entrarem em choque com as forças de segurança. O que aumenta a dimensão – e a PM não percebe isso – a reprovação de Sérgio Cabral. A PM deve agir mais na prevenção. A repressão só agrava e fornece munição e pretexto aos revoltados.

comentários para Sete de setembro: ausências são confissão de culpa


  • Faço minhas as palavras desta socióloga, que resume a farsa da política tupiniquim:
    :
    No teatro da vida a farsa sempre esteve presente. A hipocrisia, a mentira, a simulação, a impostura, a bajulação ajudam os vencedores da arena da existência, sobretudo, se são dotados da retórica capaz de iludir e convencer.

    Na atualidade o famigerado “politicamente correto”, que exclui valores, embaça percepções e nivela por baixo para atingir o que Alexis de Tocqueville denominou de “males da igualdade”, elevou ao máximo a farsa como modo de escapar ao julgamento negativo da maioria. A pessoa diz o que se quer que ela diga e não o que pensa ou sente.
    Na política, palco máximo da simulação, a farsa nunca esteve tão exacerbada na medida em que conta com o poderoso auxílio da propaganda, que se sofisticou e se disseminou através dos meios de comunicação especialmente os televisivos.

    Esse ápice da arte de fingir chegou ao nosso país com o governo petista que, finalmente, conseguiu marqueteiros aptos a esculpir imagens ou confeccionar máscaras para compor personagens ideais e palatáveis ao gosto popular.
    Assim, Lula da Silva, sindicalista esperto, verborrágico, afeito a retórica de porta de fábrica, vestiu a roupagem do operário pobrezinho, necessário à ideologia de esquerda que precisava de um representante do proletariado e, num passe de mágica virou estadista.

    Nada mais longe da verdade, pois Lula de fato é um semianalfabeto que de pobre não tem mais nada, um populista ambicioso e sem escrúpulos que venceu pela sorte e não pelo valor. Sua fala vulgar, rudimentar, grotesca, algo circense provocou o sentimento de identidade com a massa, que sendo culturalmente necessitada de proteção viu nele o pai generoso a distribuir caridades oficiais que livraram os mais pobres da “maldição” do trabalho. Mas ai de quem disser essas coisas do “líder”, imediatamente é tachado de preconceituoso e marcado com novos significados de certos termos inventados pelo PT.

    Por exemplo: fulano é da elite. Elite quer dizer produto de qualidade, mas na “novilíngua” petista passa a significar rico e, portanto, mau. As pessoas não percebem que os mandarins do PT estão riquíssimos e que Lula é o queridinho dos banqueiros, dos empresários dos empreiteiros que, aliás, sustentam suas ricas campanhas.
    Sicrano é de direita. Direita é outro termo no linguajar petista que estigmatiza quem é assim chamado. Ser de direita ensina o PT é ser atrasado, neoliberal, mau-caráter, aquele que odeia os pobres. O bom é ser de esquerda, aquela bem totalitária, que matou milhões em nome da causa, impediu a liberdade, infelicitou, oprimiu e igualou o povo na miséria conservando a rica classe dirigente. Curiosamente, o PT nunca conseguiu definir seu socialismo e sua classe dirigente adora gozar das delícias da burguesia.

    Do alto de sua arrogância o boquirroto Lula, que gosta de ensinar ao mundo como é que ser faz para converter um país em paraíso, elegeu a primeira mulher presidente. E daí? Ela é a mulher submissa, que não dá um passo sem obedecer ao seu dono e senhor, a gerente que não conseguiu tocar nem loja de R$ 1,90.
    Vergada sob a herança maldita do seu mentor e de sua própria incompetência, Rousseff está conduzindo o Brasil pelos fiascos dos pibinhos que nos torna lanterninha dos BRICS, pela calamidade da inflação, pelo flagelo da inadimplência. Mas ela não é a mãe do PAC? O PAC foi um aborto, uma ficção como a transposição do Rio São Francisco e tantas outras promessas não cumpridas.

    Na véspera de 7 de setembro, a governanta veio à TV fazer sua propaganda política. Reconheceu que “ainda somos um país com serviços públicos de baixa qualidade”, como se isso não dissesse respeito a seu governo. Entretanto, o que Lula e ela fizeram para melhorar estes serviços nos seus quase 11 anos de poder?
    Como o forte do PT não é autocrítica, Rousseff, na mesma performance se vangloriou de trazer os médicos cubanos escravos, doutrinadores ou não, que dão um bom lucro para Fidel Castro e, provavelmente, para o governo brasileiro.

    A última da governanta foi no G20. Ela discursou tirando satisfações do presidente Obama sobre espionagem. Uma tentativa de levantar os brios nacionalistas brasileiros e se colocar como vítima. Quem sabe também de obter o assento na Comissão de Segurança da ONU, almejado pelo PT há longo tempo. Ficou falando sozinha, pois os participantes estavam preocupados com o importante caso da Síria.

    O fato é que o Brasil está longe de alcançar sua independência enquanto o povo continuar a votar nesse tipo de gente. E não se duvide que a bancada da Papuda, que deve aumentar caso os “mensaleiros” sejam presos, possa ser reeleita, apesar da cusparada que o Congresso Nacional deu na cara do país mantendo o mandato do deputado presidiário, Natan Donadon. Infelizmente, o ser humano ama a farsa e a pratica.

    Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga –

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