quinta-feira, 5 de setembro de 2013

BRASIL É UM PAÍS DE COLONIZAÇÃO MAIS AFRICANA DO QUE EUROPÉIA

O Brasil, como o professor Alencastro afirmou, foi o país que mais recebeu escravos no mundo, trazidos de África em navios saídos do Brasil. Foram vidas humanas escravizadas como animais, trocados por dinheiro, para servir aos senhores. Vidas humanas não se trocam, não se vendem e foi o que fizeram, manchando este país e transformando-o num dos países mais racistas do mundo, sem luta e sem defesa. Este país negro, que escravizou 43% do total de africanos de seu continente de origem é o 'CAMPEÃO MUNDIAL DE ESCRAVIDÃO"



"Brasil é um país de colonização mais africana do que europeia", diz historiador Luiz Felipe de Alencastro



Segundo Luiz Felipe de Alencastro, o país recebeu quantidade de africanos oito vezes maior que portugueses até 1850

No primeiro evento do ciclo "Conversas sobre a África", promovido pelo Instituto Lula, o historiador e professor da Sorbonne e da Fundação Getúlio Vargas Luiz Felipe de Alencastro ministrou nesta quarta-feira (04/09) aula com o tema "Escravidão e trabalho compulsório no Brasil". Na ocasião, afirmou que o país recebeu oito vezes mais africanos do que portugueses até 1850, tornando sua colonização mais africana do que europeia."Entraram no Brasil 4,8 milhões de africanos escravizados, oito vezes mais do que os portugueses que chegaram aqui até 1850″, disse Alencastro. Segundo ele, isso corresponde a 43% do total de africanos que foram "deportados" de seu continente de origem, tornando o Brasil o país com mais afrodescentes fora da África, onde a maioria dos habitantes se declara afrodescendente, mas também o "campeão mundial" da escravidão.

Como comparação, Alencastro lembrou que os Estados Unidos, em cem anos de tráfico negreiro, foram o destino de 600 mil africanos, quantidade de pessoas oito vezes menor do que aquela que chegou ao Brasil. “O Brasil não é um país de colonização europeia, mas africana e europeia. Isso faz toda a diferença”, concluiu o professor.

Alenc
O historiador também afirmou que o "tráfico triangular" sobre o qual se aprende nas escolas tanto americanas quanto europeias, segundo o qual os africanos faziam parte da troca de produtos entre Europa, África e Américas, nunca foi uma realidade para o Atlântico Sul. “Praticamente 95% dos navios negreiros que chegaram com africanos ao Brasil partiram do Brasil", disse.

Indígenas
Segundo Alencastro, não se pode dissociar a escravidão africana do trabalho compulsório de indígenas, uma vez que os índios sofreram amplamente as consequências do tráfico negreiro. Quando os escravos negros começaram a trabalhar no Brasil, a população nativa tornou-se "inútil" aos olhos dos portugueses e começou mesmo a ser massacrada por fazendeiros que desejavam ocupar suas terras. 
 
Nesse processo, lembrou o professor, os bandeirantes paulistas tiveram grande participação, tornando-se jagunços e matadores de aluguel no Nordeste brasileiro, motivo pelo qual são vistos com maus olhos fora do país. “Raposo Tavares e essa gente é tratada como genocida. Na Bolívia, bandeirante é sinônimo de bandido, quem já foi à Bolívia sabe. Aqui é nome de estrada”, afirmou.

Mentalidade
Alencastro afirmou ainda que a mentalidade no Brasil é profundamente influenciada pela escravidão e que falta conscientização política sobre o racismo e a participação do negro na sociedade.Como exemplo, ele citou a estátua do comendador Pereira Marinho, grande comerciante negreiro, em Salvador, capital da Bahia, conhecido como "estado mais negro do Brasil". "Por que isso se sustenta até hoje quando está todo mundo quebrando vitrine de bancos e nunca ninguém foi pichar essa estátua?", questionou.O ciclo "Conversas sobre a África" deve promover mais eventos em parceria com o sindicato de bancários de São Paulo em breve, mas os temas dos próximos debates ainda não foram divulgados. Segundo Celso Marcondes, responsável pela comunicação do Instituto Lula, devem ocorrer conversas sobre o Egito e outros "temas preocupantes" no continente. 


Fonte: Opera Mund



Estou colando alguns comentários que achei interessante
  • Cora Silva ·  · Universidade de Brasília
    Qual a diferença? Os espanhóis que dizimaram Incas e Astecas são também heróis na Espanha. Os brancos da Irlanda que dizimaram os índios norte-americanos não heróis nos EUA. Sobre a influência africana nas Américas, nunca foi reconhecida porque nossa cultura é étno-eurocentrista, não se trata de receber mais ou menos africanos ou europeus. Em todo lugar do mundo, os valores da cultura européia é que impera, inclusive nos países africanos. Não vi, nenhuma novidade nisso.
    • Alcides Neri Torres Ferreira · Exatas
      Pô...!!!...Cora Silva, só que existe uma diferença a ser relatada, no caso dos Maias, dos Incas da famosa nação Apache, entre outras tribos Norte Americanas. Tratou-se de lutas por aquilo de valor material que estas nações possuíam. E esta posição étno-eurocentrista, como você afirma, não foram à África antiga em busca desses valores matérias, mas sim em busca de vidas humanas...de emprego destas vidas como se fossem coisas. Acho que você deveria rever seus conceitos, por eles estarem sendo subtraídos com esta tua manifestação sucinta da questão.
  • Carlos Alberto Ribeiro · Universidade São Judas Tadeu
    Caro Alcides, concordo com a Cora, não está de todo errada e quanto a valores materiais, a África sempre teve muita coisa que os europeus se interessassem como ouro, marfim e pedras preciosas.além do mais alguns grupos étnicos na África vendiam os vencidos de guerra, eram moeda de troca.

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