TARDE DE SOL ESQUENTA PROTESTOS DE 7 DE SETEMBRO
Depois de conflito e prisões no Rio, onde o desfile cívico-militar foi invadido por manifestantes, outras capitais entram em estado de alerta; em São Paulo, Grito dos Excluídos reúne 4 mil e Black Blocs se concentram no vão do Masp, vigiados por forte esquema policial; em Maceió, protesto bloqueou pista das tropas e o desfile foi cancelado; em Brasília, apesar do forte esquema de segurança, houve depredações de lojas; passeata segue para o Estádio Mané Garrincha, onde o Brasil joga com a Austrália às 16h15; confira informações sobre outras cidades
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7 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 14:24
247 – O feriado de Sete de Setembro está sendo tomado por manifestações populares em todo o País neste sábado. Alguns atos, como no Rio de Janeiro, acabaram em confronto com a polícia, correria e prisões. Sete pessoas foram detidas e o desfile cívico-militar foi invadido pelos manifestantes na capital fluminense.
Os confrontos deixaram outras cidades em alerta. Em São Paulo, o desfile ocorreu com tranquilidade e as manifestações têm sido pacíficas. Já em Maceió, o Grito dos Excluídos bloqueou a pista onde passariam as tropas e o desfile foi cancelado. Em Brasília, apesar do forte esquema de segurança, houve depredações de lojas. São esperadas na capital federal 50 mil pessoas em protestos.
Depois de se concentrar na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes, a passeata segue neste momento para o Estádio Mané Garrincha, onde a seleção brasileira jogará com a Austrália às 16h15. Um cordão formado por policiais tentará impedir a entrada de manifestantes no local.
Confira abaixo reportagens da Agência Brasil sobre cada cidade:
Protesto no Rio tem confronto e prisões
Uma confusão voltou a ocorrer em frente ao palanque oficial das autoridades em frente ao prédio do Comando Militar do Leste (CML), na Avenida Presidente Vargas, na área central da cidade. Houve tumulto e muita correria dos manifestantes que participavam do Grupo dos Excluídos.
A maior tensão ocorria sempre que os manifestantes usando mochilas eram revistados pela polícia. As abordagens eram sempre acompanhadas por advogados do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, que acompanham a passeata, para que não haja excessos dos militares.
Os integrantes do Black Bloc jogaram pedras nos policiais militares do Batalhão de Choque da PM, no momento em que foram impedidos de atravessar a pista, em frente à sede do CML. A polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo.
As grades que separavam o público da pista lateral para a central da Presidente Vargas, onde ocorreu o desfile da Independência, foram retiradas pela polícia para formar barreiras e evitar que os manifestantes seguissem para o palanque montado em frente ao comando do Exército.
Dezenas de carros da Tropa de Choque da PM estão posicionadas em frente ao palanque central. A confusão começou com os manifestantes dos black blocs, que estavam no final do protesto. Eles começaram a atirar garrafas de água, copos e pedras contra os militares. Os policiais jogaram bombas de efeito moral e houve correria.
No momento, a situação voltou ao normal e os integrantes da passeata do Grito dos Excluídos seguem pacificamente em direção à Central do Brasil.
Mais cedo, por medida de segurança, os acessos às estações do Metrô da Central do Brasil e Rua Uruguaiana foram fechadas ao público. Devido à confusão, quatro pessoas foram socorridas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro. Duas foram feridas por balas de borracha, uma por estilhaços de bomba de efeito moral e a senhora Nair Rosa, de 69 anos, que caiu da arquibancada na hora da confusão e passou mal com pressão alta. Ela foi medicada e já foi liberada do hospital.
Grito dos Excluídos reúne 4 mil em São Paulo
Uma das pautas do Grito dos Excluídos no protesto de hoje (7) é a violência na periferia. Para os representantes do grupo, o que acontece atualmente pode ser classificado como "extermínio" da juventude brasileira, principalmente dos negros. No Parque do Ibirapuera, onde cerca de 4 mil manifestantes realizam um ato, está sendo distribuído um panfleto condenando esse tipo de ação.
"Há um tema gravíssimo que temos que resolver já: a violência policial contra os jovens. Hoje temos um instrumento que encobre essa violência, que é o chamado auto de resistência. É por meio dele que o policial mata o jovem e depois diz que foi porque teve resistência. Nós estamos tentando aprovar no Congresso Nacional uma lei que investigue quando há auto de resistência", disse o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).
Com relação ao Programa Mais Médicos, os manifestantes avaliam que os profissionais que chegaram no Brasil nos últimos dias são muito bem-vindos, porque vão garantir acesso à saúde e aos cuidados básicos para a população mais carente.
"Infelizmente, mesmo pagando, os médicos brasileiros se recusam a ir para a periferia. O programa nacionalizou o debate do acesso à saúde e estabeleceu uma agenda com a solidariedade de diversos países, especialmente com Cuba. A gente condena e repudia o preconceito com que os médicos cubanos foram tratados por um conjunto de profissionais liderados por setores dos conselhos regionais de medicina. Esses médicos estrangeiros serão muito bem-vindos", avalia Benedito Roberto Barbosa, diretor da Central de Movimentos Populares.
Polícia consegue dispersar manifestantes que tentam acessar Mané Garrincha
A Polícia Militar do Distrito Federal conseguiu dispersar os manifestantes que tentavam chegar ao Estádio Nacional Mané Garrincha. Os policiais usaram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, e o grupo se dividiu por várias vias da área central de Brasília.
O grupo tenta se unir de novo, mas a polícia cerca os manifestantes e usa ainda balas de borracha. Mais cedo, os manifestantes atiraram pedras contra o prédio da TV Globo que fica no local e atingiram um carro, mas ninguém se feriu.
Antes, quando o grupo saía da Esplanada dos Ministérios a caminho do estádio, em uma das vias de acesso, em frente à Rede Globo, houve confronto. Alguns manifestantes jogaram pedra no prédio da emissora e a polícia respondeu com duas bombas de efeito moral e uma de gás lacrimogêneo.
Segundo Gladstone Leonel, do Levante Popular da Juventude, ações como a proibição do uso de máscaras mostram a intenção de reprimir as manifestações. Ele observou que a manifestação na Esplanada dos Ministérios, de manhã, poderia ter sido maior. A Polícia Militar (PM) teria atrasado a chegada de veículos que transportavam manifestantes das cidades satélites.
A PM confirma, por meio da assessoria, que caminhões e carros pequenos foram parados na Estrada Parque Taguatinga-Guará e na Estrutural, para averiguar se levavam pneus, madeira ou pedras para as manifestações, mas não confirma se ônibus também foram parados.
Leonel espera que o movimento ganhe mais volume agora tarde, antes do jogo entre o Brasil e a Austrália. Cerca de 500 policiais já aguardam no local. A cavalaria segue também para a frente do estádio.
Mascarados foram detidos em Fortaleza
Trinta pessoas que participavam de manifestações em Fortaleza foram encaminhadas a uma delegacia da Polícia Civil porque estavam usando máscaras, capuzes e lenços que impediam a visão do rosto. Os detidos também estavam com pedras, bolas de gude, estilingues e pregos, que foram retidos na delegacia para encaminhamento à Justiça.
Nenhum portava documento de identificação. Segundo a Polícia Militar (PM), são esperadas 20 mil pessoas nos protestos em Fortaleza. Nas páginas de redes sociais na internet, mais de 10 mil pessoas haviam confirmado presença até ontem (6).
De acordo com o comandante da operação de segurança na capital cearense, Túlio Studart, os encaminhamentos à delegacia foram feitos em cumprimento a uma medida cautelar, expedida pelo Ministério Público, que autoriza policiais militares e civis a abordarem manifestantes que estejam com o rosto coberto. A medida também permite a detenção das pessoas sem identificação para que isso seja feito.
Segundo Studart, todos manifestantes já foram identificados e liberados. Um efetivo de 900 PMs está distribuído nos possíveis locais de manifestações, como no Dragão do Mar, na Assembleia Legislativa, no Palácio de Iracema e na Praça da Abolição.
"Estamos aqui para dar segurança a todos, principalmente aos manifestantes e às pessoas que irão sair às ruas pacificamente. Elas estão exercendo o seu direito à cidadania", disse o comandante.
Manifestações marcam desfile em Porto Alegre
Em Porto Alegre, o desfile de 7 de Setembro foi marcado por manifestações. Por volta das 11h, um grupo de pessoas usando máscaras foi cercado por barreiras policiais que faziam um cordão de isolamento na Avenida Loureiro da Silva, na zona central da cidade.
Sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores também protestaram, carregando faixas e cartazes por melhorias no país. Três manifestantes foram detidos na Avenida João Pessoa, portando facas.
Cerca de 10 mil pessoas acompanharam o desfile de representantes do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, das polícias Civil e Militar, e do Corpo de Bombeiros, além de alunos de escolas municipais e estaduais.
Também houve manifestação na Ponte de Pedra, próximo ao Centro Administrativo Fernando Ferrari, na Avenida Borges de Medeiros, no centro. Na capital, as atividades cívicas serão encerradas às 17h.
Desfile de 7 de Setembro ocorre com tranquilidade em São Luís
Aproximadamente 8 mil pessoas assistiram ao desfile de 7 de Setembro na capital do Maranhão. De acordo com a Polícia Militar (PM), o número foi bastante reduzido em comparação ao ano passado quando mais de 15 mil pessoas assistiram às comemorações. Tropas da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, ex-combatentes, alunos de colégios militares e entidades civis passaram pela Avenida Vitorino Freire, uma das principais de São Luís, onde tradicionalmente ocorrem os desfiles.
Este ano, 800 homens da Guarda Municipal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, além da PM não participaram do desfile. A ordem foi que todo o efetivo ficasse de prontidão caso houvesse manifestação e também para evitar crimes e atos de vandalismo neste feriado. Homens disfarçados do Exército e da PM trabalharam no desfile, mas nenhum incidente foi registrado.
Outras cidades
No Rio Grande do Norte, a governadora Rosalba Ciarlini não compareceu ao desfile cívico para evitar um confronto direto com os manifestantes. O secretário de Segurança Pública, Aldair da Rocha, está representando o governo do estado.
Em Belo Horizonte, as manifestações também já começaram. Neste momento, o movimento Grito dos Excluídos, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), percorre as ruas da cidade. Também na capital mineira, os estudantes de colégios militares foram dispensados de participar do desfile cívico devido à possibilidade de confrontos durante as manifestações.
Em Maceió, uma confusão marcou o desfile. Durante a apresentação, manifestantes invadiram a avenida, o que atrapalhou o trajeto (leia mais aqui).
Em Goiânia, cerca de 300 pessoas estão reunidas no centro da cidade, em um protesto pacífico. Os policiais abordaram um jovem que estava com o rosto coberto e, por questões de segurança, recolheram a máscara.
Na capital pernambucana, um grupo chamado Frente de Ativismo, Recife Criativo promete ir às ruas de bicicleta e sem roupa. No perfil de uma rede social, o grupo convida a população para ir para às ruas e destaca que o "manifesto pelado", como está sendo chamado, é uma "forma de promover a reflexão crítica sobre os comportamentos da sociedade, evidenciando a hipocrisia social que se escandaliza com a nudez, mas que naturaliza a miséria e a exploração".
O secretário estadual de Defesa Social, Wilson Damásio, determinou que os ativistas sejam presos por atentado ao pudor, caso, de fato, desfilem nus. Na capital, também estão programados o Grito dos Excluídos e uma caminhada.
ATO EM BRASÍLIA TEM ATAQUE À GLOBO E 30 DETIDOS
Jogo da Seleção Brasileira é cercado de tensão; manifestantes quebraram o vidro de uma concessionária de veículos e apedrejaram o prédio da Rede Globo, próximo ao estádio Mané Garrincha; marcha de manifestantes furou bloqueio no entorno da arena esportiva e entrou em confronto com policiais na capital federal, que teve um desfile cívico-militar sem incidentes durante a manhã; multidão também tomou a rodoviária; ao final, 30 presos por infrações consideradas leves
7 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 17:18
Brasília tem 39 manifestantes detidos por desordem, desacato e danos ao patrimônio
07/09/2013 - 18h00
Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Departamento de Polícia Especializada (DPE) de Brasília tem, neste momento, 39 pessoas detidas por desordem, desacato ou depredação do patrimônio. Elas estão sendo ouvidas e, em seguida, devem ser liberadas. Um comboio da Polícia Civil acaba de deixar o DPE em direção à Delegacia da Criança e do Adolescente levando menores de idade que foram apreendidos com manifestantes adultos.
Parentes dos detidos e a imprensa estão proibidos de entrar no prédio da delegacia. Apenas advogados têm contato com os manifestantes. Um dos jovens que está no DPE é Jefferson Nicácio, de 19 anos, que estava no shopping Conjunto Nacional, na região central de Brasília, quando um grupo tentou invadir o local. Os pais do rapaz alegam que ele não faz parte da manifestação e foi confundido e levado para a delegacia.
Outro caso é o de Tatiana Pinheiro, de 22 anos, que estava junto com um grupo de manifestantes quando foi presa. A mãe dela, Sandra Belota, alega que a filha não estava praticando atos de vandalismo e foi presa ao correr para se proteger de confrontos com a polícia. Sandra já conversou com Tatiana e disse que tudo corre bem neste momento dentro da delegacia.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou oito advogados para o DPE para dar assistência aos manifestantes detidos. Mais cedo, a OAB montou uma tenda na Esplanada dos Ministérios para oferecer orientação a quem participava dos protestos. O coordenador do grupo que está atendendo aos detidos, Alexandre Queiroz, disse à Agência Brasil que a entidade não será conivente com abusos de nenhuma das partes.
Edição: Graça Adjuto
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um grupo de manifestantes tentou invadir neste sábado 7 uma concessionária de automóveis na Asa Norte, em Brasília. Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Militar do Distrito Federal, os vidros da loja foram quebrados, mas os policiais conseguiram impedir a invasão. Os manifestantes também apedrejaram o prédio da Rede Globo, que fica próximo à região do Estádio Nacional Mané Garrincha.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Brasília montou uma tenda na Esplanada dos Ministérios para acompanhar as manifestações. No Departamento de Polícia Especializada (DPE), neste momento, sete advogados da OAB estão atendendo os manifestantes detidos. Neste momento, mais de 30 pessoas estão detidas, mas não há ainda informações sobre os motivos das detenções.
“O comando da PM está entendendo que o simples fato de a pessoa estar portando máscara é suficiente para trazê-la para a delegacia. Eu entendo que isso é inconstitucional. Então, estamos conversando com a polícia para que as pessoas que estejam com máscaras tenham que se identificar, mas não sejam detidas por isso”, disse à Agência Brasil o advogado Alexandre Queiroz, que está coordenando o grupo da OAB.
Queiroz informou que os advogados estão acompanhando os depoimentos dos manifestantes e, depois disso, na maior parte dos casos, eles estão sendo liberados pela polícia. No entanto, o advogado reconhece que “existe uma situação de anormalidade” e garantiu que a OAB não será conivente com abusos de nenhuma das partes. “Nós somos representantes da sociedade. Não vamos ser coniventes com abusos da polícia, nem dos manifestantes”, disse o advogado. De acordo com ele, também há representantes da ordem na Delegacia da Criança e do Adolescente, onde há notícias de que menores de idade também foram apreendidos.
Além dos detidos, a polícia apreendeu máscaras de gás, pelo menos um canivete e pedaços de madeiras que seriam utilizados em confrontos. A estimativa é que o grupo tenha entre 300 e 400 manifestantes, embora o número pareça maior porque eles estão em locais de grande circulação de pessoas como a Rodoviária de Brasília. A informação da assessoria da PM é que os líderes dos manifestantes que praticam atos de vandalismo estão sendo identificados e serão presos posteriormente.
Manifestantes furam bloqueio e se aproximam de estádio
Os manifestantes conseguiram deixar a sede da Rede Globo e caminham em direção à Rodoviária de Brasília, conseguindo se aproximar do Estádio Mané Garrincha.
A polícia tentou cercar os manifestantes, mas eles furaram o bloqueio. Agora, estão mais próximos do estádio e a polícia dispara bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, além de balas de borracha e spray de pimenta, para dispersar o protesto.
O conflito ocorre no momento em que os torcedores começam a chegar ao Mané Garrincha, onde ocorrerá, às 16h, o jogo amistoso entre as seleções do Brasil e da Austrália. Pelo menos 15 viaturas da Tropa de Choque, da Cavalaria e policiais com cães estão no local.
Capital é tomada por protestos
Os brasilienses estão nas ruas hoje (7) protestando contra a corrupção e pelo fim do voto secreto. A concentração começou cedo, na praça do Museu da República, próxima à Esplanada dos Ministério. De acordo com a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal, pelo menos 3 mil pessoas participaram dos protestos nesta manhã em frente ao Congresso Nacional.
As manifestações na capital, convocadas por diversos movimentos por meio de redes sociais, estão programadas para todo o dia. A estimativa é reunir cerca de 50 mil pessoas. Os manifestantes avaliam que o número reduzido de participantes até o momento se deve ao feriado e acreditam que o fluxo deve aumentar.
A PM está com um forte aparato de segurança para evitar que os manifestantes carreguem objetos considerados perigosos. Desde as 7h, os policiais estão revistando as pessoas que seguiam em direção à Esplanada. De acordo com o capitão da PM, Cidjan Brito, poucos objetos foram apreendidos. "A apreensão está aquém do esperado. Retivemos alguns pedaços de madeira e chaves de fenda", disse Brito.
Um dos movimentos responsáveis pela mobilização de manifestantes, o Brasil contra a Corrupção, distribui adesivos pedindo o fim da impunidade e também o voto aberto no Congresso Nacional. "Viemos aqui protestar pelo fim da cultura de corrupção no Brasil. Nosso movimento começou em 2011, quando reunimos pela primeira vez 60 pessoas com esse propósito. Acho que a gente veio aqui para exercer o nosso direito de cidadãos", disse uma das organizadoras do movimento, Cláudia Cunha.
Com a mesma intenção, um grupo chegou em frente ao Museu da República carregando uma estrutura imitando um ônibus, chamado Papuda Móvel, uma sátira à decisão da Câmara, nas últimas semanas, de absolver o deputado Natan Donadon (sem partido-RO) do processo de cassação de mandato.
"A ideia foi baseada na decisão da Câmara que, se escondendo por trás do voto secreto, manteve o mandato de um deputado julgado e condenado pelo STF [Supremo Tribunal Federal]. Todo mundo viu ele saindo algemado do Congresso direto para a penitenciária. Por isso criamos essa linha de ônibus Papuda-Congresso", disse o coordenador de projetos da organização Instituto Fiscal de Controle (IFC), Ícaro Sims, que pede reforma política e defende o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.
"A gente sabe que empresa não doa, faz investimento. E isso pesa no nosso bolso. Por isso defendemos que as campanhas sejam financiadas com dinheiro público. A gente sabe que isso não vai resolver o problema da corrupção, mas consideramos essencial. É um grande passso", explicou Sims, que também estava recolhendo assinaturas para um projeto de lei chamado Eleições Limpas, pelo fim do financiamento privado, eleição parlamentar em dois turnos, entre outros
Os manifestantes também pedem a prisão dos condenados na Ação Penal 470, o processo de mensalão, e a redução do número de parlamentares no Congresso. A estudante de filosofia, Mácia Teixeira, também foi protestar contra a corrupção. Ela acredita que a corrupção não se restringe aos polítcos, mas tem a ver com os corruptores.
"A gente está levantando a bandeira pelo fim do voto secreto e a expropriação dos bens advindos da corrupção dos corruptos e dos corruptores", disse Mácia, que acredita que a corrupção não é só uma questão de falta de ética, mas que existe em função de um sistema que possibilita esses casos.
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